Suaveolens
Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS
Quem sou eu
- Nome: Jean Kleber
- Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil
Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.
31.3.11
24.3.11
HOMENAGEM A GONÇALO MELO MIRANDA

23.3.11
A NETA DO CARLITTO MATOS

Estou repassando uma pequena homenagem que fiz a Clarinha ao receber um video enviado por Carlito.
Dalinha
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Olá meu amigo Carlitto,
Linda a sua homenagem! Linda Sua Netinha! Atrevi-me a fazer uma setilha para ela.
Feliz aniversário para Clarinha!
Meu beijo carinhoso para você.
Dalinha
*
Clara Menina Chegou
Trazendo muita emoção.
Trouxe também a beleza
De uma flor em botão.
Sendo uma flor tão cheirosa
De Deus pai obra mimosa,
Perfumou meu coração.
*
Dalinha Catunda
AS FLORES DO JARDIM DA NOSSA CASA

Nunca pensei que as flores me ensinassem a amar! Nem imaginei que um dia me enchessem de gozo e até de pranto! Essas maravilhas que se chamam rosas são puras e divinas quanto são a caridade e o perdão.
Sinto muito por elas. E quando lembro o que eu e você fizemos juntos, - como o plantio das mudas, - sinto saudade! Como é bom amar nem que seja a uma folha seca que cai!
Às mudas que morreram, às folhas que secaram, às rosas que murcharam, peço desculpas. Não quero que sofram como eu, pois a rosa que murchou foi por estrita falta de meus cuidados!
Elas se ressentiram comigo, mas não com você! Deve, pois, voltar e regá-las! Não as deixe sofrer tanto, pois parecem crianças dando-lhe os braços.
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Foto: site flores-online.com/flores/dicas-cuidados-flores-jardim/
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20.3.11
O SOM DA CHEGADINHA

Bérgson Frota
De longe o som metálico do triângulo sempre a ser batido com uma pequena varinha do mesmo material, anunciava a vinda da chegadinha, para muitos do chegadinho.
Quando na infância, de férias em Fortaleza, não deixava de apreciar aquelas folhas adocicadas feitas com farinha de trigo, goma, água e açúcar. Amarronzadas e quase dobradas com o formato de um cone bem aberto.
Naquela época eram garotos a vender tal iguaria.
Muitos a levar nas costas um cilindro quase à metade de seus tamanhos, onde estava o produto.
Nas mãos o triângulo e a varinha a tocar.
Hoje poucos a vender se avistam, e se vêem são adultos, a se pensar, seriam aqueles garotos que ao crescerem estão hoje a continuar seu antigo ofício de infância ?
A chegadinha, ou o chegadinho parava a meninada em geral em blocos de apartamentos, antes não murados, nas calçadas, pracinhas, o lugar era onde tivesse o freguês, o que não faltava.
Numa tarde destas, já descendo em direção à praia, passei por um vendedor. Disse-me que desde criança vendia o produto, e que a chegadinha ou chegadinho, quem dava o nome era o freguês, para ele a renda era o que importava.
Com certa alegria me vendeu uma farta porção.
Pedi para fotografá-lo e assim, de boa vontade posou.
Despedimo-nos como velhos amigos que haviam se encontrado.
Olhei afastar-se lentamente, como a lembrar de quando criança, saboreando a casca fina e doce, acompanhava com a vista, curiosamente, o garoto que partia, até sumir, tocando para todos o seu instrumento.
Ao ouvir novamente aquele som até ficar fraco e distante, certa nostalgia me veio, era como se o tilintar, o cheiro e o sabor daquela iguaria, momentaneamente me tivesse reportado aos bons e doces tempos da infância.
Foto do vendedor: acervo do autor.
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19.3.11
UMA FÁBULA SOBRE A SOBERBA

Bérgson Frota
Desde os tempos de criança me interessava sobre qualquer assunto que falasse ou citasse a Atlântida. O continente perdido que a história narrava ter afundado nas frias águas do oceano.
Li gibis, li depois livros, assisti filmes e àquela catástrofe fascinava-me, pois achava terem eles, os seus habitantes, criado uma civilização muito adiantada para época.
Tempos depois, na faculdade, já cursando filosofia, cheguei a ler do filósofo Platão, dois livros que por tratarem da Atlântida, caíram em minhas mãos como dois desejados presentes.
Nos livros Timeu e Crítias, o filósofo narra de forma detalhada que uma ilha gigantesca existiu no meio do Oceano Atlântico, tão grande que mais parecia um continente, isso há milhares de anos.
Sua civilização era poderosa e avançada, dominando forças e segredos que outros povos da época desconheciam.
Acrescentou Platão, que estendia seu poder em domínio e força a grande parte da África e da Ásia. Assim Atlântida começava um “império” um termo que o filósofo não usou, mas no futuro poderíamos entender melhor vendo o que sucedeu a Roma, depois da queda da república.
Platão narrou sua destruição quando os habitantes de Atlântida resolveram atacar Atenas, num remoto tempo, “então em um único dia e noite” uma catástrofe sem precedentes a fez afundar para sempre nas profundezas do Oceano.
Para os estudiosos até a Idade Média, tal narrativa não tinha crédito, era uma forma de mostrar o castigo reservado aos grandes por desrespeitarem os pequenos. O castigo da soberba, que sem encontrar limites procurava impor-se a tudo e a todos.
Porém com a era das descobertas marítimas, passou-se a desconfiar de que de fato Platão falava de uma ilha gigante que talvez tivesse existido além das “ Colunas de Hércules” , o atual Estreito de Gibraltar.
Daí em diante, os navegadores traziam notícias de ilhas nos oceanos agora descobertos. A Atlântida porém, narrada por Platão, nunca foi descoberta.
Existe hoje entre os historiadores e pesquisadores da obra do filósofo um consenso : Platão criou uma fábula sobre a soberba, inspirado nos constantes desastres naturais de sua região.
A ficção da existência e destruição de Atlântida serviria ao seu propósito. Um conto que mostrasse a soberba dos reinos poderosos que ao tentar dominar os reinos fracos e pequenos, traziam para si sua própria destruição.
Ilustração da Soberba:
site:baciadasalmas.com/images/2006/bits/camelo12.jpg
_________________________Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.
10.3.11
XIXI NA RUA

Dalinha Catunda
O carnaval chegou
E veja que situação
É polícia prendendo
Sem pena do folião
Que no carnaval atua,
Que faz seu xixi na rua
E é taxado de mijão.
*
Atentado ao pudor
Acredite cidadão,
É a tal lei aplicada
Em forma de punição.
Mas tem pouco banheiro
Neste Rio de Janeiro
Para tanto folião.
*
Nessa terra de Cabral,
Mijar fora do pinico
Não faz só o folião.
Por isso eu não critico,
Pois são poucas as mijadas
Perante tantas cagadas
De polícia e político.
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Foto:bahpior.com
DIÁRIO DO CARNAVAL

Bérgson Frota
Na praia de Aracati a folia do último dia trazia uma certa melancolia, pensava, amanhã é quarta, e já preocupado com o trânsito pois tinha trabalho depois do meio-dia, tratei de avisar aos amigos do horário que sairíamos, madrugada de quarta-feira.
Tive o cuidado de verificar o carro, problemas na estrada era o que menos queria.
O carnaval não havia acabado.
A alma que faz do folião um criador de alegria, seria apenas adormecido. O carnaval era ainda, pois terça-feira e nos anteriores dias a alegria empolgante nos fez sintonizarmos ao ritmo e vibração que só esta festa nos traz, criando esperanças, esquecendo preocupações e acima de tudo, relaxando tensões e abrindo o espírito que mais leve estava para as duras batalhas do porvir.
Deixamos para trás tristezas e frustrações, preparamos nosso espírito para novas alegrias, sim, o carnaval é um grande depurador de nossas negatividades.
E agora fico ao escrever sobre o carnaval que passou, não com saudades, mas com lembranças alegres da multidão momina.
Do ritmo, da dança frenética levando ao êxtase a multidão de foliões, quanta alegria, dos momentos únicos deste carnaval. Que lembrarei sempre, principalmente da animação que é o grande coração a marcar com blocos ou individual o ritmo que nos traz tanta alegria.
Agora estamos a entrar em Fortaleza, o engarrafamento é pouco, ainda não nasceu o sol da quarta-feira de cinzas, atrás uns colegas dormem. Logo de mansinho o sol vai aparecendo, e penso com boas lembranças da alegria passada, dos blocos, de tanta festividade, das músicas vibrantes que se repetirão de forma nova, mas ao mesmo tempo diferente em carnavais vindouros. A alegria agora pertence somente ao último carnaval, descrito com afinco neste texto.
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Foto: guarapari.olx.com.br

8.3.11
A PRIMEIRA MULHER DO COMÉRCIO BRASILIENSE

Bruna Sensêve & Thiago Turbay Freiria
Trecho publicado no JORNAL DE BRASÍLIA como parte da matéria "PIONEIRAS E VITORIOSAS", no dia 08 de março de 2011. redação@jornaldebrasilia.com.br
Maria Inês Fontenele Mourão, 72 anos, assim como as mulheres de sua época, chegou na cidade acompanhando o marido. Antônio Lisboa Mourão veio, em 1957, para iniciar os trabalhos com o Correios e ela chegou logo em seguida ao casamento, em 1960. De Ipueiras, no Ceará, o casal mudou-se para uma casa de madeira em Taguatinga. O concurso para professores, exatamente a formação de Maria Inês, aconteceu um mês depois. Assim, ela começou a ajudar com as despesas de casa. Em 1965, o casal já era uma família de seis pessoas, quatro brasilienses. A filha mais velha nasceu apenas dois anos depois da inauguração de Brasília. Decisões precisaram ser tomadas e Maria Inês parou de dar aulas para se dedicar ao comércio que o marido havia aberto em Taguatinga. O negócio cresceu e o que era uma pequena loja, virou três lojas. No coração de Brasília, o casal criou mais dois comércios Cegonha, como chamava a loja, um na W-3 Sul e outro no Conjunto Nacional.
Antônio Lisboa Mourão decidiu abrir uma agência de publicidade e deixar as lojas da família por conta de Maria Inês. Ela, sem as atividades do magistério, dedicou-se ao extremo à atividade. Em pouco tempo estava envolvida com associações, sindicatos e sociedades comerciais. Maria Inês Mourão se dedicou tanto à atividade comercial que foi indicada para a direção da associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). O cargo nunca havia sido concedido a uma mulher em outra ocasião. "Era de praxe todas as diretorias do Brasil serem formadas por homens,foram necessárias diversas reuniões para que eu fosse aceita como parte da diretoria da associação comercial. A primeira diretoria dada a uma mulher", lembra.
A projeção de seu feito foi tão longe que a Associação Profissional de Mulheres de Negócios, em Londres, procurou-a para participação em uma conferência na Guatemala. Ela não pensou muito e compareceu ao evento. Primeira vez que Maria Inês saiu do país, mas não a última. Nesse congresso, Maria Inês recebeu o aval das fundadoras da associação para montar uma sede no Brasil. Até hoje, a sede da Associação Profissional de Mulheres de Negócios no Brasil divide espaço com a Associação Comercial do Distrito Federal. Maria Inês é sua fundadora e até hoje exerce as atividades comerciais em uma loja na Galeria dos Estados, a remanescente dos comércios Cegonha. "Estou lá desde 1979. Até hoje me sinto muito bem na atividade comercial", declara.
Desfrutem!
7.3.11
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Dalinha Catunda
*
O que devemos comemorar no dia 08 de Março?
Neste texto: Um lembrete para os homens e dicas para as mulheres.
Em revistas e jornais
Internet e televisão,
Vejo e sinto revolta
Com tanta judiação
Mulheres perdendo a vida
Que coisa mais descabida
E eu não vejo solução
*
A Mulher é mãe e filha,
Esposa e amante também,
Mas não nasceu para ser
Afrontada por ninguém.
Por isto preste atenção
Tenha consideração
Pois pode lhe fazer bem.
*
Cada vez que vejo o sangue
De uma mulher tingir o chão
Sinto um aperto no peito
Dói demais meu coração.
Ver mulheres assassinadas,
Covardemente violentadas
Que sórdida situação.
*
Mulher não seja defunta,
Cadáver não seja não.
Prefira ser a viúva.
Você tem esta opção.
Sendo sua causa justa
Ficar presa não custa
Logo sairá da prisão.
*
Um homem violento
Pede violência também.
E a mulher maltratada
Pode e deve ir bem além.
Basta só envenenar
O almoço ou o jantar
Que bravo vai pro além.
*
Uma coisa vou dizer
E digo plenamente,
Em mim homem não bate
Nem em meu atrevimento.
E se resolver tentar
Vai dormir sem acordar
Este é meu pensamento.
*
Mulher não se rebaixe
Não permita a agressão.
Tudo começa com palavras,
Depois termina em caixão.
Você tem capacidade
De evitar atrocidade
É só querer solução.
*
Não denuncie marido
Se a queixa vai retirar.
Ele vai prometer mil vezes
Porém nunca irá mudar.
Quem ama nunca tortura
Não caia em falsa jura
Não se deixe dominar.
*
Mulher não é mais escrava
E cativa de um senhor.
Os tempos hoje são outros
Por isso faça-me o favor!
A mulher pode se manter
Não precisa se submeter
A morte, castigo e dor.
*
A violência domestica,
É bem ruim com certeza.
É dormir com inimigo
É viver sempre indefesa.
A mulher tem que acordar
Com muita garra lutar
Em prol de sua defesa.
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Foto (cartaz) retirada da Internet e do blog cantinhodadalinha.blogspot
2.3.11
AS ESTÁTUAS DO PASSEIO PÚBLICO

Bérgson Frota
Era feriado, dia de sol e calmo.
Preparei-me para minha “missão”, com uma máquina digital na mão dirigi-me para o Passeio Público, antiga Praça dos Mártires.
Resolvi tirar esse feriado para fotografar as belas estátuas neoclássicas que depois das chuvas deviam estar cercadas de verde vivo.
Parei na Barão do Rio Branco ao lado da Santa Casa de Misericórdia.
O céu nada de ameaçar chover. Estacionei num lugar seguro e para minha surpresa, movimentado.
Um garotinho moreno, tostado pelo sol, com uma pequena toalha no ombro aproximou-se e negociou a vigilância e de “brinde” me convenceu também a limpar o carro. Não ia sair caro, afirmou.
Concordei sem discutir.
A praça estava quase vazia, no centro, verde e cada vez mais chamativo o baobá, plantado pelo ilustre Senador Pompeu em 1910.
Algumas damas de rua e desocupados espalhavam-se pelo logradouro. A vontade me deu coragem e abri um dos portões adentrando a praça.
Vi desapontado várias colunas de base vazias. Estátuas todas importadas da Europa, sendo aos poucos e de forma silenciosa saqueadas. Um garoto me disse que era de encomenda, é só dizer que é da prefeitura senhor, e ninguém faz nada para impedir.
--- Não levaram ainda o baobá ? Falei em tom irônico.
--- O que senhor ?
Apontei para a árvore, o garoto não sabia o nome da árvore africana que muitos inclusive eu, conheci primeiro há tempos atrás lendo O Pequeno Príncipe.
Contei para ele sobre a origem da árvore. Ele ouviu fingindo interesse, e se dispôs rápido a me mostrar o que restava das estátuas.
Decepcionado com o número de colunas de base vazias, tirei as fotos, dei-lhe uma gorjeta, e saí rápido pois o lugar há muito tempo não inspira segurança.
Paguei pelo estacionamento e o “polimento” brinde do carro.
Desci a rua em direção a Av. Castelo Branco.
Com as imagens conseguidas e arquivadas na memória digital da máquina, senti uma tremenda frustração por não ter conseguido as fotos de todas as belas estátuas outrora por mim antes admiradas, e hoje não mais a embelezar a praça que como destino certo, não havendo providências sérias a serem tomadas não tardará a perder as que por sorte ainda lhe restam.

Foto 1: Estátua de Apolo, roubada ou desaparecida
Foto 2: Coluna em que ficava a estátua sumida
* No Passeio Público atualmente se encontra várias colunas de base sem as respectivas estátuas, uma tristeza para nosso patrimônio.

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.