Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

26.5.13

O OITIZEIRO DA MINHA RUA

Por
Bérgson Frota  

Daquela plantinha que um dia me surpreendeu quando rápido fechava o portão e ia para escola, e que depois providenciei uma pequena mas resistente cerca, e daí passei sempre a aguá-la. Ainda me lembrava.
Mas então fui crescendo e acostumei-me com sua sombra fresca e abundante de árvore crescida. Até que do acostumar-me fui esquecendo.
Mudei finalmente para longe.
E longe, hoje ao lembrar, recordei que um dia distante, fiz um poema sobre àquela árvore que vi crescer e que já não esperava mais ver.
Com a família vieram filhos e netos.
Então depois de muito tempo voltei a minha terra.
Procurava eu o endereço de uma clínica, a cidade havia crescido, e de crescida mudado.
Depois de caminhar um pouco, já no fim do dia, ouvi um som que levou-me à infância, era o badalar de um sino. Lembrei logo da igrejinha do meu bairro.
Estava na rua em que cresci e não mais a reconhecia.
Mas como podia eu exigir do tempo que não os mudasse, eu que quando lá garoto era hoje um ancião.
Encostei-me no tronco de uma enorme árvore, apreciando a brisa fresca de um imenso oitizeiro, e então percebi como a vida nos surpreende.
Aquele oitizeiro que me dava sombra, que heroicamente com suas raízes retorcidas resistia e lutava para viver, mesmo com isso rachando o cimento da calçada e doutro lado afundando as raízes no asfalto. Era o pequeno oitizeiro que ajudei crescer.
A clínica que procurava estava em frente. Uma sólida construção sobre o que antes foi a minha casa.
Abracei com olhos marejados o grande tronco e agradeci a Deus a felicidade daquele momento.
Balançando-se ao sabor do vento, a copa  do oitizeiro parecia sentir a mesma alegria.
Quando parti dali, olhei talvez quem sabe pela última vez meu oitizeiro, forte e valente. Que esperou certamente por mim, por aquele forte abraço que nos uniu e depois separou, me tornando por instantes a criança feliz e esperançosa que outrora fui.

Foto do oitizeiro : poeticamentempv.blogspot.com                        
                                                 
                                                                                 
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.                        

21.5.13

GANHEI A GUERRILHA



Ganhei A Guerrilha...

Como poeta e colunista atuante do JBF, fui instigada a participar de um importante concurso de glosa, concurso este organizado por Luiz Berto editor da afamada Gazeta Besta Fubana.

O prêmio foi previamente estipulado. Os três melhores glosadores ganhariam um livro da autoria de Luiz Berto: A Serenata
, Memorial do Mundo Novo e A guerrilha de Palmares.

Os jurados nomeados: Cardeal Pedro Malta, Cardeal Jorge Macedo, Bispo Newton Silva e Monsenhor Maurício Melo, classificaram cinco participantes e deixaram a decisão final nas mãos do Papa Berto, este por sua vez, achou por bem premiar os cinco finalistas.

Assim sendo tive a honra de receber o livro: A Guerrilha de Palmares, com uma carinhosa dedicatória. Certamente preservarei com muito carinho este mimo papal.

Meu muito obrigada a Luiz Berto e meus parabéns pela seriedade do concurso.

Dalinha Catunda

Estou aproveitando o dia mundial do livro e dos direitos do autor para fazer esta postagem.

Rio de Janeiro 23, abril de 2013

NOTA DO BLOG: postado originalmente no blog cantinhodadalinha.blogspot.com.br

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

17.5.13

A NOIVA E AS ROSAS

                                       
Por
Bérgson Frota

Ela tocou as flores que adornavam seu quarto e chorou a despedir-se. Lá embaixo esperava por ela o pai.
Desceu os degraus com longas mitenes a deslizar no metálico e comprido braço dourado da escada, e um longo véu branco prateado a acompanhá-la.
O pai em pé sorria-lhe a esperar embaixo.
Que grande dia para ambos.
Na igreja já lhe haviam antecedidos os familiares e certamente impaciente, o noivo estava.
O pai tocou-lhe a mão e beijou-lhe a testa.
Desceram uma escada também toda decorada de rosas, o jardim também havia sido preparado e flores não lhe faltavam.
Entraram numa limusine preta, e partiram em direção a igreja.
No caminho só o silêncio das grandes alegrias, as que emudecem a alma e tocam o coração.
Àquele percurso parecia eterno, como se sua vida fosse ganhar um novo rumo de felicidade.
A demora alongava-se até o altar, por ruas e mais ruas, até ao púlpito para dizer o sim.
Olhou o rosto do pai, triste ou alegre ? Não sabia de fato o que expressava àquele rosto tão querido. Tinha-lhe amor e gratidão, um grande afeto que daria ao homem que lhe esperava na igreja.
Ao avistar a nave já a badalar de longe sinos imaginários de felicidade, uma lágrima lhe fugiu e desceu a face.
Beijou com carinho o rosto do pai.
E antes que este abrisse a porta para dar-lhe o braço paterno ela disse quase a chorar.
--- Pai eu te amo... de todo coração.
Ele respondeu, continue a amar-me filha, e saiba com todo coração amar o homem que a partir de hoje te fará ainda mais feliz.
Desceram ambos e adentraram a igreja cheia de rosas, familiares e parentes.
No altar o seu amado.
Seu rosto sério antes agora lhe sorrir.
Ela atravessa a nave de braço com o pai.
Todos lhe olham, está linda a noiva, e quando as alianças são trocadas e o casamento é feito, de noiva torna-se esposa e em breve mulher.
Junto ao seu amado todos a lhe cercar, as rosas estão belas, há rosas em todo lugar.
E a outrora noiva junto ao seu par partem em despedida, na construção de um feliz e novo lar.

   Foto : buquesdenoiva.blogspot com

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

10.5.13

O RETRATO DE MINHA MÃE


Por 
Bérgson Frota

                  
Hoje, vendo-te numa foto que o tempo congelou, vi que estavas placidamente sorridente e bela, como sempre te achei.
Que coisa boa é a fotografia.
Podemos rememorar o dia, e o semblante de quem amamos sem nos preocuparmos com os anos. Até mesmo adivinhar os sonhos que aquele rosto no momento secretamente ocultava.
Não, não gosto dos que muito apreciam relembrar ou fitar seus pais em fotos, cuja a luz e alegria parecem tê-los abandonados, e não um sorriso, mas uma tristeza ali se estampa.
A velhice é nobre e santa, mas nem todos a idolatram.
Na foto, minha mãe. Ente tão querido, hoje viúva, reflete para nós, os filhos, uma força e alegria que nunca imaginávamos ter.
Em todas as áreas, talvez expressando a força concedida por Deus ao feminino, ela demonstra para conosco, uma fortaleza que a faz uma heroína.
O dia é dela e de todas as mães, das nossas santas mulheres, cujo o amor geraram e criaram seus frutos.
O mundo sempre teve amores, alegrias e dores. A mãe, em sua figura milenar, sempre uniu estas três qualidades, e certamente as consubstanciou no chamado “amor materno”.
Saúdo neste dia a todas as mães : casadas, solteiras, viúvas, jovens e maduras, pobres e ricas. Como se houvesse num sentido mais profundo a condição indefinida de “mãe pobre”.
Ser mãe é guardar consigo um grande tesouro.
Benditas e solicitas, desde àquelas que com esforço criam e sustentam os filhos, àquelas cujos filhos já grandes e deficientes chamam-nas na urgência, como se chamassem a um ser de descrição humana tão grande, cujos limites do amor não têm fronteiras.
Saúdo a todas as mães, repito, e em especial a Ruth Frota, mãe querida, fonte de grande amor, estima, coragem e exemplo.
Que neste dia, o dia em que festejamos as mães, todas possam ser lembradas e tocadas no seu íntimo, como presenças terrenas do Deus que se fez mais próximo para expressar na terra, o mais puro e elevado amor às suas criaturas.

A todas as mães, um feliz e abençoado dia.
           
                                                                                                                                                                   
       (Na foto a Sra. Ruth Frota Catunda)

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

                 

6.5.13

SONHAR, NADA CUSTA.

Por 
Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes)


Teu riso me enfeitiça
Teu gesto me alucina
Teus braços me seguram
Teu corpo me domina.
.
Teus olhos são bonitos
Teus lábios são risonhos
Teu corpo é a imagem
Do filme dos meus sonhos.
.
Teus olhos cintilantes
Na emoção dos beijos
São dois planetas fixos
No céu dos meus desejos.
.
Macumba não nos pega
Fuxico é bom que pare
Nascemos um para o outro
Não tem quem nos separe
.
Se alguém sentir inveja
Porque vamos viver bem
É só pedir a Deus
Para ser feliz também.
.
Teus olhos contem brilho
Teu corpo tem perfume
Que a rosa tem inveja
E a lua tem ciúme.
.
As flores que se abrem
Florindo o meu jardim
Parecem com os teus lábios
Sorrindo para mim.
.
As telhas e paredes
Do quarto que teremos
São nossas testemunhas
No amor que viveremos.
.
Nossos corpos unidos
Debaixo dos lençós
Com a felicidade 
Que Deus deixou para nós.

***
Figura: site papeisdeparedehd.com 

Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.