Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

29.12.08

UM ANO MAIS FELIZ

Por
Bérgson Frota

Ano Novo, vida nova.
Que os sonhos possam ter vez na vida de cada ser e nelas se concretizem.
Que todas as coisas tristes que passaram sejam esquecidas e transformadas em experiências positivas, que o novo amanhã renove cada projeto e que cada oportunidade dada sempre pela vida seja alcançada e vivida.
Sim, neste período tão especial normalmente paramos para pensar em nossas vidas, os acertos e desacertos do ano anterior e as expectativas, esperanças e sonhos a concretizar neste novo tempo que iniciamos.
Somos levados a planejar mudanças, imaginamos viver situações diferentes das que já tivemos, mas, mais do que nunca, sonhamos, medimos e arquitetamos nossos projetos a serem concretizados.
No entanto a vida, o ano novo, nos pedem ousadia, determinação e atitude para que as mudanças ocorram, para concretizarmos o desejado.
Recomecemos então neste espírito de esperança.
Pensar positivo no que desejamos já é um bom começo, esqueçamos o que não foi possível e renovemos os nossos votos com perseverança, alegria e renovada esperança.
Dedico este pequeno mas rico texto, a todos sem exceção, com um intento mais global é “dedicado a um ano novo mais feliz” para toda a humanidade.
Feliz Ano Novo repleto de saúde, paz e realizações.

(Foto : www. yunphoto.net)

( Publicado no O Povo, de Fortaleza Ceará, em 27.12.2008 )

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

25.12.08

NATAL SÃO MINHAS PLANTAS.

Por
Luiz Alpiano Viana
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Eu converso com elas de manhã, de tarde e de noite; cedinho, assim que me acordo, visito-as e as cumprimento delicadamente. Digo-lhes: bom dia! Boa tarde e boa noite! E, inclusive, quando me vou, peço-lhes licença para sair. Elas não se acanham e me respondem quando falo. Pelo que vejo não são tímidas nem mudas. Sinto que me ouvem e em agradecimento me perfumam a varanda e a sala de meu apartamento. Eu não sabia que elas me amam ou pelo menos querem ter boa relação comigo!
*
Dizem que quando ficamos mais velhos aderimos a igrejas, movimentos sociais, animais e plantas. Mas eu gosto de tudo que tem a mão de Deus há muito tempo, não é de agora que passei dos sessenta.
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O perfume que as rosas soltam em minha varanda tem um toque genuinamente divino. Olho em volta e sinto a presença viva Dele, do Criador! Só não O vê quem não quer! Tremo por sentir que essa perfeição vem de Deus. O próprio homem é a prova incontestável que a Obra existe e deve ser seguida por todos.
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Nunca imaginei que um dia me apegasse tanto às plantas a ponto de me enamorar delas e para as quais fazer versos e rimas de amor! Os poetas que conheço também falam que a natureza é bela, e, com especial ênfase elegem as rosas, estrelas dos jardins.
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Não é verdade que só as mulheres gostam do belo, mas há homens que têm refinado gosto pelas coisas bonitas como pinturas, esculturas, etc. Nossos olhos e nosso coração se irmanam sentimentalmente para admirar o que de mais sublime existe: a natureza em sua plenitude original.
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As mulheres e as rosas são diferentes, é claro. Mas elas têm a ver uma com a outra. Estão sempre juntas; é harmonia de quinta-essência! Aquelas têm vida espiritual, sentimentos e amor em abundância para dar; estas enfeitam os jardins, relembram datas, e ainda têm uma relação poderosíssima com eventos sociais, aniversários e namorados. Quem delas cuida, digamos das rosas, já conhece muitos de seus segredos e conservá-las podadas e imunes às ervas daninhas, e a alguns tipos de insetos, é providencial, pois crescem viçosas. No meu pé de cidreira – por exemplo - apareceu uma lagarta preta destruindo tudo. Aparei todos os galhos, podei-o, enfim, dei-lhe termo á festa que fazia.
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Fiquei triste quando viajei que uma delas morreu. Morreu de sede... O solo estorricou, suas pétalas secaram, sumiram e o perfume que antes despoluía a área, acabou-se. Quando vi aquele quadro me culpei por não tê-las recomendado aos meus filhos. Depois lamentei não ter dela uma foto para numa hora dessa lembrar como era antes.
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Ensino aos meus filhos e netos a protegerem a natureza, pois se não fizermos agora, daqui a umas poucas décadas não sobreviveremos! Então, vemos isso com os olhos do futuro, que as próximas gerações encontrem um planeta fértil, sadio e limpo onde respirem bem. Eu só respiro bem porque minhas plantinhas despoluem o ambiente.
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Nesse Natal me dediquei muito ao cultivo das plantas. Não esqueci que aquelas outras, lindas e maravilhosas, que sem as quais seria difícil a vida, dedico meu respeito e minha gratidão.
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NATAL é amar a tudo que existe e FESTEJÁ-LO todos os dias. NATAL é praticar e divulgar o amor sem fronteiras.
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Foto das plantas: site tachospanelasecolheresdepau.wordpress.com
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Aos 61 anos, o ipueirense Luiz Alpiano Viana, é uma apaixonado por sua terra natal. As suas memórias e saudades de Ipueiras estão sempre presentes em suas crônicas, a exemplo de “Saudade” e “O astuto cirurgião”, narrativas que trazem de volta velhas e boas recordações. Tendo morado na cidade de Crateús/CE e em Brasília/DF, atualmente reside em Forteleza/CE e é funcionário aposentado do Banco do Brasil.

24.12.08

QUANDO NÃO FOR MAIS NATAL...


Meu desejo de NATAL é que as canções natalinas continuem
entoando em nossos corações e nos fazendo felizes por tudo...
Que a solidariedade que nos faz lembrar as crianças abandonadas
permaneça por todos os dias depois do NATAL...
Que durante todo ano visitemos os asilos e abracemos os velinhos
que vivem na esperança de receber um abraço, um gesto de carinho, um sorriso amigo...
Que a generosidade não nos abandone e continuemos abertos ao perdão e a solidariedade...
Que nossas casas continuem iluminadas pelas luzes do amor...
Que o Menino Deus renasça todo dia em nossos corações e encontre espaço
para construir elos de amizade tão fortes e verdadeiros que nenhum mal seja capaz de romper...
Que a magia de NATAL não desapareça ao desfazermos
os laços dos presentes, mas permaneça em nossas ações...
Assim, será NATAL toda vez que reconhecermos Jesus no rosto triste
da criança abandonada, nas feições marcadas pelo esquecimento do
idoso deixado no asilo, nas marcas deixadas em corpos mutilados pela violência, nas mãos sujas dos pedintes...
Sempre será NATAL enquanto reconhecermos a presença de
Jesus na mesa farta e na benção de termos uma família e lembrarmos
de agradecer o maior presente que recebemos – a vida que se renova a cada amanhecer...
Que o espírito de NATAL nunca morra em nossos corações...
Que as luzes da árvore de NATAL continuem brilhando em nossos corações e iluminando nossas mentes..
FELIZ NATAL a todos vocês que dividiram comigo suas leituras, suas escritas, seus pensamentos, suas vidas!

Abraços fraternos

Ângela Rodrigues e família
"Não sou verdade nem mentira, apenas sou".
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.

23.12.08

RETORNOS DO NATAL

Por
José Costa Matos

O POVO
Fortaleza Ceará
23 Dez 2008 - 02h42min
*
Ora, Papai Noel, muita coisa já vai distante. Mas menino é bicho danado para guardar lembranças. Menino e poeta. Cada coisa... A bunda de tanajura comida na rua, contra amidalites. Os desafios da viola de Véi Zuca-do-Oi-Só. A namorada que eu chamava Livrinho de Deus, porque a gente acreditava: a mão de Deus escrevia nela os seus poemas.
*
Mas o primeiro presente de Natal que lhe pedi no mundo, Papai Noel, foi um cavalo-de-pau que não me inferiorizasse diante dos moleques de minha aldeia. Eles desciam, como vândalos, do Morro do Papoco e invadiam a Rua de Cima. Um cavalo-de-pau daqueles que só Neném Sapateiro sabia fazer, com uma estrela de pregos dourados na testa, uma orelha desconfiada espetando o futuro e outra velhacamente caída para trás...
*
Eu era tão pequeno que não me lembro se você me deu o cavalo-de-pau das minhas rezas de menino. Por isso, estou aqui, dentro da noite do Filho de Deus, olhos arregalados na treva, rodeado de sinos cantadores, pedindo, outra vez, o cavalo-de-pau da minha infância.
*
Naturalmente, Papai Noel, os anos que se foram me deram muitas coisas, levaram muitas coisas de mim, fincaram algumas cruzes no caminho, para marcar os lugares onde a terra teima em silenciar as lembranças dos nossos mortos. Muitas mãos deixaram adeuses inexplicáveis nas minhas mãos. Muitas vezes abri a boca para dizer uma palavra boa, mas não tive santidade nem poesia para gerar essa palavra de salvação do meu próximo.
*
Trago, hoje, nos olhos, as paisagens de muitas almas e de muitos lugares. Escutei as angústias e as aspirações dos homens nas línguas mais estranhas. Queimei meus passos na travessia do braseiro de várias guerras. Em alguns momentos, a vida me acovardou e eu tive, como Pedro, que negar o meu Mestre diante da criada de Caifás, antes da cantada do galo. Amontoei pedras, tracei a argamassa, mas muitas das minhas construções viraram Babéis, inconclusas, na desolação da Planície de Senaar. Tive algumas experiências da profecia e salvei gentes e animais dos dilúvios que ainda iam acontecer. Meus pés estiveram nos pés de Neil Armstrong, no primeiro dia em que um de nós pisou na lua.
*
Ora, Papai Noel, essas vivências todas devem deixar marcas profundas na alma da gente. É por isso que já não sou a mesma criança que desejava um cavalo-de-pau, igualzinho aos brinquedos dos moleques do Morro do Papoco. Igualzinho, agora? Como? Neném Sapateiro está no céu e não vai descer para fabricar um cavalo-de-pau com uma estrela de pregos dourados na testa, uma orelha desconfiada espetando o futuro e a outra velhacamente caída para trás...mas, se a memória não me engana, você me deve ainda o meu cavalo-de-pau. E que ele se chame Esperança. Com ele, eu sei que a amargura não terá velocidade para me alcançar nem forças para me transformar num dos seus apóstolos. Talvez até eu chegue a ser bom. Talvez até eu chegue a ser útil aos irmãos que vão amontoando motivos para maldizer a vida.
*
E assim, Papai Noel, você me ajudará a viajar com mais beleza pelos caminhos do tempo do meu Deus. Eu quero que você me dê o cavalo-de-pau da minha meninice.
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Foto: site herdadedesanchares.pt/canais.asp?id canal=93
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José Costa Matos - Poeta e contista premiado da Academia Cearense de Letras e Associação Brasileira de Bibliófilos. Nasceu em Ipueiras-Ceará em 1927. É diplomado em economia. Escreveu os livros: “Pirilampos”, “O Sono das Respostas”, “As Viagens”, ”Na Trilha dos Matuiús”, “Estações de Sonetos”, “O Rio Subterrâneo”, “O Povoamento da Solidão”, além de dezenas de contribuições publicadas em periódicos.

NATAL COM JESUS

Por
Dalinha Catunda
*
A cidade está bonita,
Com rica decoração.

Nos shoppings lotados,
Trafega a população.
Tudo parece encantado,
Cenários bem montados
Causam admiração.
*
Árvores super coloridas,
Piscando alternadamente.
A procura de loja em loja,
Pelo acertado presente,
E a febre típica natalina,
Contagiando as gentes.
*
Um Papai Noel contratado,
Representa bem seu papel.
Com crianças tira fotos,
Ao som do Jingle Bells
E eu aqui fico procurando,
Insistente acabo achando,
Meu pai maior lá do céu.
*
No meio de um rico presépio,
Encontro o menino Jesus.
O mesmo que pelo seu povo,
Certo dia morreu na cruz.
Humilde, entre seus pais,
Em volta, Magos e animais,
Vejo o criador com sua luz.
*
Saí dali bem satisfeita,
E de verdade contente,
Por ver que ali estava
Nosso divino presente.
Com seus olhos sereno
Avistei Jesus Nazareno
Nosso Deus onipotente.
*
Não esqueçamos jamais,
Que grande comemoração,
O Nascimento de Cristo,
É a verdadeira celebração.
Que tenha presentes, bebidas,
Músicas e fartas comidas,
Mas que, Jesus, não falte, não.
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Foto: decoração de Natal da cidade de Ipueiras, no Ceará, enviada pelo ipueirense Francisco Costa.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

22.12.08

MORRE PROFESSOR ABREU MATOS CRIADOR DAS FARMÁCIAS VIVAS

Equipe do Jornal O POVO de Fortaleza Ceará
22 Dez 2008 - 16h38min
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Faleceu na manhã desta segunda-feira, 22 de dezembro, em Fortaleza, aos 84 anos, o professor Francisco José de Abreu Matos, criador do Projeto Farmácias Vivas e idealizador do Laboratório de Produtos Naturais da Universidade Federal do Ceará.
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O falecimento foi decorrente de insuficiência pulmonar. O corpo do professor está sendo velado desde às 15 horas na Funerária Eternus (Rua Padre Valdevino, 1688), na sala Orquídeas. A missa de corpo presente será realizada amanhã, às 15 horas, no mesmo local. O sepultamento está marcado para as 17 horas, no Cemitério Jardim Metropolitano.
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Referência no estudo de plantas medicinais, Abreu Matos era professor emérito da UFC desde 1983, mesmo ano de criação do Projeto Farmácias Vivas, que teve como base o Horto de Plantas Medicinais da UFC, agregado ao Laboratório de Produtos Naturais. Matos era catedrático das disciplinas de Farmacognosia e Química Orgânica. Foi pesquisador na área de Fitoterapia, tendo já recebido homenagens dentro e fora da academia, no Brasil e no Exterior. Autor de cinco livros, que resultaram em 13 edições e reedições. Um deles, o clássico “Farmácias Vivas”.
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Foto do professor Francisco José de Abreu Matos -
site fapepi.pi.gov.br/novafapepi/sapiencia10/imagens/fotoentrevista.jpg
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NOTA DO BLOG:o professor Francisco José de Abreu Matos sempre foi um grande amigo meu. Apesar do mesmo sobrenome não somos parentes tão próximos. Bem humorado, ele costumava dizer, parafraseando os chavões da mídia: "somos apenas bons amigos". Professor Matos...mais uma saudade e uma grande perda para o nosso universo acadêmico! Que Deus o acolha na glória!
Jean Kleber de Abreu Mattos

15.12.08

BIOGRAFIA DE EZECHIAS PAULO HERINGER

Por
Equipe do Jardim Botânico de Brasília
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Heringeriana: a revista científica do Jardim Botânico de Brasília
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A Assessoria de Comunicação Social do JBB anuncia para a próxima sexta-feira, 19 de dezembro de 2008, às 19 horas, o lançamento da Revista científica Heringeriana (foto abaixo), do Jardim Botânico de Brasília. A Heringeriana (o nome faz homenagem ao cientista botânico Ezechias Heringer, biografia em anexo) é uma iniciativa de conservação que desafia os padrões de publicações científicas em unidades de conservação, uma vez que recebe colaborações que versam sobre educação ambiental e pesquisa de um modo geral. A publicação tem 82 páginas, 6 artigos, uma comunicação e, no editorial, um tributo a Ezechias Paulo Heringer. Projeto arrojado e atual, esta publicação obedece a revisões diversas, entre elas às normas para edições científicas.
Informações
Coordenadora da edição, Maria Angélica Quemel: (61) 3366 3831 – (61) 9976 3292
Diretor do Jardim Botânico de Brasília, Jeanitto Gentilini: (61) 99703262
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Biografia de Ezechias Paulo Heringer
Ezechias Paulo Heringer nasceu em Manhuaçu – MG em 5 de abril de 1905. Graduou-se em 1938 pela Escola Superior de Agricultura de Lavras/MG , como Engenheiro Agrônomo. No ano seguinte recebeu o título na área de Silvicultura no Rollins College, Flórida, USA. Foi professor de Botânica Agrícola na Escola Superior de Lavras de 1934 a 1940. Heringer veio para Brasília no ano de 1960, a convite do Presidente Juscelino Kubitschek. Foi pioneiro no estudo do cerrado e suas orquídeas. A região onde fica o parque foi uma das áreas que Ezechias Heringer mais estudou. O ambientalista ficou encantado com a variedade de espécies de orquídeas no local.
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Veio para Brasília no início de 1960 a convite do presidente Juscelino Kubitschek. Foi pioneiro no estudo do cerrado e suas orquídeas. Engenheiro Agrônomo por formação, já cuidava, em Minas Gerais, da Estação Florestal de Paraopeba. Recebeu também a medalha Dom Pedro pelo Governo Federal. Era funcionário do Ministério da Agricultura e, em apenas um ano, conseguiu seu primeiro feito ambiental na nova capital. Foi o executor do primeiro convênio florestal entre o Ministério da Agricultura e a Novacap, propondo a criação do Parque Nacional de Brasília, já com os 28 mil hectares atuais. Em 1962, junto com o zoólogo João Moogen, trabalhou na implantação do Parque Zoobotânico de Brasília.
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De 1963 a 1977, atuou como professor e diretor da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília (UnB), sendo fundador do Curso de Agronomia. Por esta instituição foi agraciado com o título de Professor Emérito. Em 1964 doou seu herbário particular para a UnB. Recebeu também a medalha Dom Pedro pelo Governo Federal. Era o início de uma carreira como ambientalista apaixonado pelo Cerrado, coletando folhas flores e frutos para identifica-los. Esse trabalho de coletor também rendeu grande destaque ao agrônomo. Por conta disso, acabou descobrindo e descrevendo nove espécies novas do Cerrado e teve seu nome dado, como homenagem, a 35 novas espécies, que ele enviou para amigos descreverem. Ainda hoje permanece como um dos principais coletores com material na universidade.
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Quando Heringer chegou a Brasília ainda havia muito Cerrado intocado. Aproveitando essa oportunidade, ele andou pelo mato como poucos se dispuseram a fazer. Seu trabalho abriu caminho para pesquisas no Cerrado e serviu como ponto de partida para muitos outros estudos. A coleta é o ponto inicial dos projetos científicos em Botânica pelo acúmulo de informações nos herbários. Por esta instituição, foi agraciado com o título de Professor Emérito. Além do Parque Nacional de Brasília, criou a Reserva Biológica de Águas Emendadas, a Estação Experimental de Agricultura Cabeça de Veado e o Parque Municipal do Gama.
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Se forem somadas as áreas do Parque Nacional, Estação Ecológica de Águas Emendadas, APA Gama-Cabeça de Veado (JBB, IBGE, FAL), o resultado é superior a 50 mil hectares de áreas protegidas. Curiosamente, Heringer chegou a comprar uma briga internacional. A embaixada da então União Soviética em Brasília havia recebido, como doação para implantação de área de lazer, o espaço onde hoje em dia está situada a Estação Experimental de Biologia da UnB (no final da L2 Norte).
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Foto de Ezechias Paulo Heringer e da revista Heringeriana: site jardimbotanico.df.gov.br

14.12.08

A FESTA DOS 60 DE TEREZA

O blog Suaveolens oferece algumas fotos da concorrida festa de aniversário de Tereza Mourão em Brasília aos 12 dias de dezembro de 2008. Além dos familiares, Dalinha Catunda e Nonato, ipueirenses de tradição, estiveram presentes. A família Mattos, do Suaveolens, fez a reportagem.

Dalinha Catunda no momento em que recitava sua poesia "Aniversariente do Dia", em homenagem a Tereza Mourão. À direita, sentado e concentrado, o ipueirense Nonato (Fireman).

Alguns convidados: da esquerda para a direita, Dalinha Catunda, Vanessa Mattos (do Suaveolens), Inês Mourão e Silvia Mourão.

A homenagem dos filhos Delano (esq.) e Inácio (dir.)


Hora de cantar "Parabéns a Você": da esquerda para a direita, Carmen Mourão, Tereza Mourão, Inácio e Ditosa Mourão.

12.12.08

ANIVERSARIANTE DO DIA

Por
Dalinha Catunda
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Dia 12 de dezembro,
É dia de parabéns.
Faz anos nesse dia
Uma pessoa do bem.
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É ótima companheira,
E boa amiga também.
Quem tem sua amizade
Sorte boa sabe que tem.
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Loura de olhos azuis
Bem real é sua beleza,
Numa alma iluminada
Traz sua maior riqueza.
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Saúde, paz e felicidade,
Desejo a Tereza Mourão.
A aniversariante do dia
Minha amiga do coração.

7.12.08

FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM IPUEIRAS

Por
Dalinha Catunda
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A festa da padroeira se aproxima e em Ipueiras, já é grande o movimento em torno dos festejos que desde sempre envolveu com paixão o povo ipueirense, que em sua grande maioria é católico.
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As barracas das quermesses já começaram a ser montadas, as rádios locais já divulgam em seus jornais a programação da festa que trás como tema: “QUEREMOS COM MARIA DEFENDER A VIDA, A PARTIR DOS EXCLUÍDOS, EM NOSSO SEMI-ÁRIDO”
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A festa terá seu início no dia 28 de novembro com uma carreata levando a imagem de Nossa Senhora, saindo do Bairro das Carnaúbas. Os festejos se estenderão até o dia 08 de dezembro dia dedicado a nossa Senhora da Conceição, padroeira de Ipueiras. Uma grande procissão luminosa marcará o encerramento da festa.Senti o cheiro da festa, porém não pude ficar.
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Mas estou feliz em saber que as pessoas ainda oferecem suas prendas, os velhos leilões resistem bravamente às mudanças dos novos tempos. Bom verificar também que enquanto a política divide famílias e amigos, a igreja os abriga num mesmo teto.
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Pesquisando no: http://www.uniafro.com.br/ns_conceicao.htm sobre a história de Nossa Senhora da Conceição, que retirada das águas, transforma-se em Nossa Senhora Aparecida achei curioso e bem interessante este trecho histórico que repasso fechando minha crônica.
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“A primeira imagem de Nossa Senhora da Conceição chegou ao Brasil em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. José de Anchieta foi o apóstolo da doutrina da Imaculada Conceição no Brasil, que desde o início de sua colonização dedicou a este mistério inúmeras igrejas, inclusive 35 catedrais.
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Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.”
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Foto: site ipueiras.ce.gov.br/

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

2.12.08

EM LOUVOR À MINHA TERRA

Por
Jeremias Catunda

Embora com o mesmo aspecto físico que as cidades do interior apresentam, Ipueiras tem qualquer coisa que a difere das demais comunas do nosso sertão.

A cavaleiro da soberba cordilheira da Ibiapaba, que vista da cidade parece uma imensa fita azul a ondular no poente, salpicada de esguias palmeiras, os crepúsculos chegam sempre mais cedo, porque a sombra da serra desce por sobre o casario multicor como um grande véu plúmbeo.
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Cercada de morros que no inverno vestem-se de um verde-claro, quase gaio, antes das chuvas passarem já começam as jitiranas a soltar as flores violáceas, cobrindo com os pau-d´arcos toda a ramagem, que se torna matizada, apresentando um colorido exuberante, digno de uma tela. É num desses morros, o mais alto que orla o sul de minha terra, que está plantada a figura meiga do Cristo Redentor. De braços abertos, o olhar fino daquele que perscruta o interior das almas, parece a num longo e carinhoso amplexo de amizade, juntar a terra e o seu povo.

Visitante nenhum foi até hoje ao cimo da colina, de onde a imagem do Filho de Nazaré olha a cidade, que não tivesse uma frase de exclamação, uma palavra de elogio ao monumento, ao panorama deslumbrante que não cansa nunca os olhos.

A cidade é vista de todos os seus ângulos. Lá para o leste está o açude, aquele mesmo açude que me viu menino, de baladeira no encalço de jaçanãs e mergulhões, correndo na parede atrás do pássaro chumbado, ou descendo para represa onde os coqueiros e as enormes mangueiras oferecem um clima de oásis.

O chafariz que do alto mais se assemelha a um monumento do tempo de Mausolo, fica postado numa das principais entradas da cidade. É lá que a alma do povo humilde de minha terra, grita as suas necessidades e chora o seu abandono.

O Arco de Fátima, o mais belo marco da área urbana, se ergue na rua Gal. Sampaio e é bem o símbolo, o atestado da fé transbordante do ipueirense. Lá, quer nas horas quentes do sol a pino ou quando o grande astro já se vai dobrando por sobre a Ibiapaba, tem sempre alguém com os joelhos na terra, implorando uma graça à Virgem da Iria.

A Escola Normal Rural, edifício vigoroso do ensino de Ipueiras, enfeita com os seus dois vistosos pavimentos a Praça da Bandeira. É lá onde a nova geração está encontrando no amanho dos livros o caminho das ciências.

Um ligeiro salto passamos por sobre à avenida Getúlio Vargas, o coração da cidade, onde o society se reúne nos dias de festas e em que cada banco de cimento é um confessionário de amor. Nas noites de lua, quando a soberba rainha do espaço gira no alto, os violões sentidos, choram mágoas de romances fracassados, que a história só a velha praça conhece.

A Prefeitura ali bem perto, dorme com a sua galeria de edis o sono de Prometeu ! ?

Bem no centro da grande praça está a igreja ; com sua esguia torre para o alto, parece nos apontar o caminho de Deus. Tudo nos fala de um tempo, de álacres noitaros, das matinais alvoradas quando a santa padroeira é festejada em dezembro !

E vamos chegando ao velho rio Jatobá, à ponte, ah rio da saudade, das pescarias, dos banhos, cada curva que ele dá é um relicário do passado e são tantas as suas curvas ! Como nos lembra uma infância feliz e longínqua !

O carnaubal de minha terra é o mais belo do mundo ! À tarde em cada carnaubeira canta uma graúna. Quando a sombra da terra vai chegando, a grande orquestra inicia das copas soberbas e virentes a mais maviosa canção que já se ouviu : é a canção da saudade. Lembrá-la é rever minha terra, é escutá-la nos seus sussurros de amor.

É assim a minha terra : não há poeta que lhe diga a grandeza, não há descrição que lhe conte os encantos !!!

(Crônica publicada no jornal O Estado em agosto de 1959)
(Foto : Site oficial da cidade de Ipueiras)