Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

26.4.09

SESSENTA E CINCO !

Por
Jean Kleber Mattos
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Neste 2009 a comemoração, singela como sempre, de meu aniversário foi tardia, porque no dia 30 de março, a real data natalícia, faleceu Lilí, nossa cadela de estimação depois de 15 anos de convívio.
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No dia 5 de abril de 2009 reuniu-se, apenas para comer uns doces e cantar parabéns, a turma que todos os anos vem expontaneamente à minha casa para consolidar a amizade e os laços familiares.
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Na foto, da esquerda para a direita: Vanessa(1), Maverick(2), Daniela(3), Ana Júlia(4), Ivan(5), Ilir, Juliano, Renata(6), Gabriela(7), Sônia(8), Heloisa(9) ;Mauro (10), Alice, Jean, Inoneide e Sérgio(11).
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O que são minhas essas pessoas maravilhosas? Vamos lá, pelo número:
1= filha mais nova; 2-genro (pela filha primogênita); 3- filha primogênita; 4- neta; 5- filho mais novo; 6- comadre; 7- afilhada de batismo; 8- irmã de Renata; 9- esposa; 10 -compadre; 11- casal afilhado de casamento. Não estão anotados Ilir e Juliano, filhos de Gabriela e Edi (fotógrafando) e Alice, filha de Sérgio e Ivoneide. Sérgio e Gabriela são filhos de Renata.
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Que nos abençoe e conserve-nos os laços de amor e amizade!!!
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Foto 1: o primeiro conjunto. Edi, marido de Gabriela foi o fotógrafo.
Na foto 2, Vanessa fotografou e Edi posou, de camisa vermelha.

25.4.09

QUEM SE EMOCIONA COM SUSAN BOYLE?

Por
José do Vale Pinheiro Feitosa

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Sinal dos tempos é isso aí. Uma senhora de 47 anos, nascida e criada numa cidadezinha da Escócia, teve problemas de desenvolvimento mental na infância, mora sozinha com um gato, nunca teve namorados ou foi beijada e é pobre. Um dia aparece num programa de televisão inglesa de grande sucesso: Britains´s got talent. O nome: Susan Boyle. Uma senhora de porte baixo, gorda, já aparentando mais de cinqüenta anos chega ao palco para a incredibilidade do júri do programa. Uma incredibilidade encenada, feita para criar um clima na platéia e na assistência. Francamente demonstram não acreditar na caloura enquanto ela diz que cantará I Dreamed a Dream, uma canção do musical Les Misérables. Aí outra jogada de emoção: a canção é a mensagem da personagem Fantine da peça no momento em que esta sonha superar definitivamente a vida miserável que leva.
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Afinal tudo é produção, tudo é feito para platéias de uma economia em crise. O sinal dos tempos. Panis et circensis. Por isso mesmo o escritor Marcelo Carneiro da Cunha, no blog Terra Magazine de Bob Fernandes, pretende ser Susan Boyle. E pretende por ser um escritor que tem o quê dizer, pretende dizer e escreve sem parar mesmo não tendo o sucesso de um Paulo Coelho. Então ele quer algo divino (ou midiático pois é o caso de Susan Boyle): “aquele instante de boa e pura mágica, em todos os anos que vieram antes, todo mundo viu apenas o jeito desengonçado e improvável de Susan e não a artista”. Marcelo acredita que Susan tem a “essência” do artista, aquela que fala ao coração dos homens e se comunica com Deus. Não disse, mas foi isso que ficou subentendido em sua solidão de artista que não arrasta multidões.
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Circulou pela Internet a mais cabal prova que estamos criando a cultura, como nossos teóricos bem o dizem, a estética da crise. Já vimos isso em filmes de época, em pintura, literatura e até mesmo da arquitetura. Voltemos aos anos 30 e tudo se encontra bem catalogado. A estética da manipulação das pessoas em sofrimento, para que aplaquem sua raiva com a ruptura do progresso que lhes prometeram e não veio. Esta manipulação não é nova, sempre ocorreu, mas agora ela se encontra nitidamente dirigida para este sentido. Basta identificar as explicações que a imprensa inglesa oferta ao seu público.
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Para muitos Susan é uma mensageira vinda para acordar a humanidade das frivolidades mundanas, quando a feiúra da personagem é a contraprova de uma Gisele Brünchen dos saborosos anos do consumo americano. Ou então seria Susan um anjo de esperança neste desespero mundial da crise capitalista. Susan seria uma “madre” trazendo esperança para as famílias em franca decadência no tecido social, a falta de emprego, a dignidade e a sanidade mental. Enfim, aquela que tinha tudo contra si, para os padrões vigentes na produção cultural capitalista, supera-se e esta superação é uma mensagem potente para que tudo mude para permanecer como se encontra. Isso quer dizer: a crítica não se encontra ao modo de produção, mas vangloriar os esfarrapados que na loteria do improvável conquistam o prêmio em pleno coliseu televiso.
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Tudo encenado, as emoções dosadas, a música da mesma dimensão do investimento financeiro em superproduções, pois sem aquela música, sem aquela emoção já de todo “elaborada” por milhões de pessoas que puderam previamente pagar um ingresso nas grandes cidades do mundo para assistir ao musical, ou compraram os CDs e DVDs.
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Afinal é Susan o anjo da indústria de entretimento globalizada a serviço dos anos de crise. Serviço tão perfeitamente adequado ao momento tecnológico de modo a apenas assim ocorrer em razão do You Tube.
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Foto: site examiner.com
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José do Vale Pinheiro Feitosa – nascido na cidade de Crato, Ceará, em dezembro de 1948, morando no Rio de Janeiro há 34 anos. Médico do Ministério da Saúde. Publicou o Romance Paracuru em 2003. Assina matérias em alguns blogs e jornais. Em literatura agita crônicas, contos, poesia e ensaios de temas variados. Gosta de pintar e tem alguns trabalhos de escultura. Colabora no Blog da Cidade do Crato.

O FUTURO DIGITAL REVERENCIA O PASSADO BUCÓLICO

IPUEIRAS DO CEARÁ
NOTÍCIA


Estação Digital
03/02/2009

O Prefeito Municipal de Ipueiras, Raimundo Melo Sampaio, esteve na manhã desta terça-feira, 03, realizando a inauguração simbólica da Ilha Digital no Prédio da antiga Estação Ferroviária, com o objetivo de trabalhar a inclusão de alunos da rede pública e de pessoas da comunidade.

Reformada e restaurada, a Estação marcará uma nova etapa na vida dos alunos e da comunidade, já que esse é um Projeto da Administração Municipal que visa assegurar às populações de baixa renda do Município, o direito de acesso à informação por meio do uso adequado dos equipamentos de informática e da internet.

A estrutura conta com 11 (onze) computadores, e impressora, com horário de funcionamento de 08 às 12h e de 14 às 18h, oferecendo um tempo de até uma hora para a realização somente de pesquisas. Todas as máquinas contam com sistema de bloqueios para sites com conteúdo inapropriado, considerado nocivo à formação da pessoa.

Após o descerramento da fita simbólica, realizado pelo prefeito Raimundo Melo Sampaio, todos os presentes foram convidados a conhecerem as instalações da Estação Digital em pleno funcionamento.

Além acesso gratuito à Internet, a Estação Digital ofertará, posteriormente, aulas de Informática Básica e Internet.

A Ilha Digital é um projeto de parceria entre a Prefeitura Municipal de Ipueiras e o Governo Federal, visando oferecer ao cidadão a oportunidade de conectar-se ao mundo sem sair de seu município, reduzindo a desigualdade social por meio da inclusão digital em melhoria da qualidade de vida da população.

Assessoria Executiva de Comunicação 3-02-2009 às 13h14

Nota do Blog:
Quantas despedidas chorosas e chegadas festivas foram vividas nesta Estação. Ela foi durante muitos anos o centro cultural da cidade. Desativada a décadas em virtude do sumiço dos trens de passageiros, encontra-se agora com o seu futuro, sendo a sede da capacitação e inclusão digital da juventude Ipueirense. Parabéns!!!

21.4.09

DALINHA E O ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA

BRASÍLIA

Por
Dalinha Catunda

O céu azul de Brasília,
O verde daquele chão,
O encanto das paineiras
Na época da floração,
Tudo isso faz mais bela
A capital da nação.
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Um final de tarde, um barco
Volteando no Logo Paranoá,
A Brisa batendo no rosto
Cabelos revoltos a voar,
É um passeio divino,
Confesso espetacular.
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Ver a tarde morrendo,
Assistir a noite chegar,
Realmente é imperdível
Nas águas do Paranoá,
Vendo a firula das estrelas
Piscando junto ao luar.
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Brasília cidade mágica,
Tão bela esteticamente.
Você me impressiona
Com seu jeito diferente.
E com a hospitalidade,
Que oferece sua gente.
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Foto1 site viajeaqui.abril.com.br
Foto 2: Tereza e Inácio; do acervo fotográfico de Tereza Mello Mourão.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot). ___________________________________________

Nota do blog: Hoje, 21 de abril de 2009, é o 490. aniversário de Brasília. Brasília tem forte ligação com todos nós. Aqui viveram, mesmo que por uma parte de suas vidas, ancestrais nossos como o Wencery, pai do Marcondes, meu avô João da Mata, meu pai "seu" Mattos e outros mais, todos ligados a Ipueiras. Vivem ainda aqui outros tantos como, Frota Neto, Tereza Mourão, Silvia Mourão, Carmen Mourão, Aglaê Medeiros Machado, Braga, Nonato,Vilmar, Raimundo, enfim, filhos de Idálio Frota, Tim Mourão, Manoel Mourão, Edmundo Medeiros, de Zeca Frausino e de outros expoentes de Ipueiras. Dalinha em seus versos conta o passeio nas águas do Lago Paranoá a bordo do barco de Inácio, filho de Tereza Mourão, quando aqui esteve recentemente.

20.4.09

ÍNDIA

Por
Ângela Rodrigues

Hoje vou deixar livre
A índia que existe em mim.
Vou andar descalça,
Comer frutas no pé,
Tomar banho de rio,
Ouvir conselhos do Pajé!

Vou respirar livremente,
Soltar os cabelos ao vento,
E despedir-me inteira:
Das verdades emprestadas,
Dos princípios copiados,
Da moral herdada!

Hoje quero apenas esta índia
Que há em mim, em você, em nós dois!
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Foto: cerimonial do Kuarup :
site: funai.gov.br/ultimas/noticias/2 semestre 2006/ Agosto/Imagens/kuarup3.JPG
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.

18.4.09

INVERNADA

Por
Dalinha Catunda
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No tempo da invernada
O canto da passarada
Encanta meu coração.
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Borboletas fazem festa
Sapos afinam sua orquestra
Canta e sorri o sertão.
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Chananas bordam o chão.
Entre salsas e muçambês.
Nos galhos do sabiá
A brancura do florescer.

Carnaúbas batem palmas,
Sentindo o frescor da brisa.
O sol por entre as nuvens,
Meio apagado desliza.

.É a estação das chuvas
Trazendo seu esplendor.
É a peitica cantando,
Seu canto repetidor.

.É a presença do campina,
Os arrulhos da fogo-pago.
É a alegria do verde,
Que com a chuva brotou.

.É a enxada no ombro,
Do nosso agricultor,
Que não carece de esmola
Nem foge ao seu labor.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

14.4.09

POLÍTICA, COISA SUJA

Por
Marcondes Rosa de Sousa

Professor da UFC e da Uece .
O Povo - 13 Abr 2009
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Na mídia, política é coisa suja. E isso me leva a Aristóteles, para quem o homem é animal político, a construir, gregário, o mundo. Abro o livro “... a seara de Caim”, que, no Seminário da Imaculada, em Campinas (SP), recebi como “prêmio áureo”, em 1960, onde se lê: “Os povos não merecem julgamento pelos crimes dos seus maus filhos, mas pela violência da reação que esses crimes provocam. Pois Deus concede poder de água lustral ao sangue de Abel (...), que redime a seara de Caim”.
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A “coisa pública” (res publica), entre nós, molda-se em formal aliança (foedus) entre união, estados e municípios. Prudente atentarmos para a advertência de Montesquieu: “é uma eterna experiência que todo homem, a quem é dado poder, termina por ser levado a dele abusar; ele vai até onde encontra limites”.
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Muitas, as queixas apontadas em nossa federação, onde “foedus” – a aliança entre seus entes - também se reclama para as regiões. Em recente seminário sobre o Nordeste, onde discutíamos suas potencialidades e limites, a reclamação geral era a de que regiões, no contexto atual entre o global e o regional, haveriam que se alçar a entes federativos.
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Em nossa federação, os poderes executivo, legislativo e judiciário compartilham de formal independência e harmonia entre si. Passos mais avançados de reforma, porém, em nossa política se esperam.
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No plano nacional, o legislativo é bicameral: câmara e senado. Neste, a representação opera-se igual para os estados e o distrito federal, a nação em equilíbrio.
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Nestes tempos de crise, o Brasil é respeitado, ocupando lugar entre os grandes. E, no plano interno, sem os históricos surtos de Confederação do Equador. É tempo de passarmos a limpo, na expressão de Darci Ribeiro, a nossa política, vista ainda por muitos ... “coisa suja”...
É a esperança de todos nós!


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Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais.

12.4.09

MENSAGEM DE PÁSCOA



Senhor,

Que neste período pascal
Meu coração possa repousar no Teu
E encontrar fé, força e coragem
Para viver um pouco dos planos Teus...
Que se minhas mãos não se unirem em oração,
Também não sejam usadas para ferir,
Se minhas palavras não salvarem,
Também não seja instrumento de morte...
Que minhas ações sejam transformadoras,
Meus sentimentos sejam de humildade,
Meus desejos de fraternidade...
Que eu consiga ver Tua imagem no irmão
E possa amá-lo, sem discriminação ou preconceito,
Que eu seja mais Tua filha e menos filha do mundo,
Que eu caminhe Teus caminhos e me afaste da arrogância,
Que eu aprenda a perdoar e me distancie da mágoa.
Que eu possa ver o mundo com olhos de esperança, Com menos rancor e mais amor,
Sentir um pouco desse amor incondicional Que nos torna tão humanos...
Meu Deus e Senhor, não desista de mim, Que tantas vezes me distancio de TI!
*
FELIZ PÁSCOA A TODOS VOCÊS
*
Ângela Rodrigues
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Figura: site dmot.zip.net/images/pascoa.gif


Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.

11.4.09

PÁSCOA E PAZ

Por
Dalinha Catunda
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Vamos adubar nosso chão,
Plantar justiça, colher a paz.
Ressuscitar sentimentos
Que tanta falta nos faz.
Repudiar a violência
Pois cada um é capaz.
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Chega de tanta violência,
Chega de tanta matança.
Chega de tanta maldade
Envolvendo até crianças.
Vamos semear justiça,
E tentar colher esperança.
*
Cristo foi crucificado,
Para nossa salvação.
Vamos abraçar o próximo,
Como se fosse um irmão.
Vamos ressuscitar a paz,
E abrandar o coração.


Foto: Planta ornamental denominada Coroa-de-Cristo, Euphorbia milli (Euphorbiaceae), do acervo da autora.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

7.4.09

RESGATE LITERÁRIO DE IPUEIRAS - BÉRGSON FROTA - I

ONDE NASCE O RIO JATOBÁ
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Por Bérgson Frota
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No livro Terra dos Clones e outras estórias o escritor ipueirense Frota Neto inicia o conto Mariazinha do Poço, assim escrevendo: "O Jatobá é um rio de areia que só se enche d'água uma vez, no inverno, e quando enche, de ano em ano. Ele não banha, corta Macambira ...", nome fictício este, com o qual o escritor se refere à Ipueiras.
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Em Versos versus minha Vontade, livro poético de Jeremias Catunda se lê no trabalho "Minha Terra", precisamente na segunda quadra : "Charmoso corre o velho Jatobá ... / Sereno às vezes, às vezes violento / Como se Tritão raivoso, ciumento, /A ninguém mais deixasse se banhar."
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Tanta importância ao tão citado rio talvez se dê pelo fato único deste nascer em Ipueiras, precisamente no coração do município. Os dois trechos sobre o rio Jatobá mostram o quanto o rio ipueirense, embora passe mais tempo seco do que cheio, visto ser sazonal, toca com profundidade a verve poética e a prosa dos filhos da terra.
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Quando o rio do Engenho, barrento, revolto, vindo dos sertões e várzeas cruza a ponte que leva ao bairro Vamos-Ver, junta-se a um outro, o rio Pai Mané, de águas límpidas e ácidas vindas da azulada Ibiapaba. É desta união que surge o Jatobá, descendo então com águas mornas e barulhentas às vezes barrentas outras silenciosas e cristalinas.
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Fazendo um trajeto sinuoso corta a ponte do Idálio e desce trazendo nas primeiras levas de chuva, bolas de juá, fruta lodosa e farta, misturada a mutambas negras que vão se espairar nas areientas e outras vezes barrentas margens das Crôas e das terras do Lamarão quando mais embaixo chega.
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Serpenteando pelo município o rio mais além de que antes entrava no Acaraú, quando cheio hoje já deságua no açude Araras, marcando neste trajeto em épocas invernosas as rotas de piaus e curimatãns carregadas de ovas, prateadas branquinhas que rio acima se lançam em direção às cabeceiras do mesmo.
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Assim é o Jatobá, o rio de Ipueiras. Seco na maior parte do ano, mas quando cheio, um espetáculo borbulhante e roncador, fazendo grandes redemoinhos no seu "desfilar" como se nesse percurso afirmasse com mais força seu renascimento a cada nova estação chuvosa.
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Foto: travessia a pé do rio, no início dos anos 40. br.geocities.com/primeiracoluna/ponte_idalio2.jpg
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Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.
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NOTA DO BLOG: Por escolha do próprio autor, "Onde Nasce o Rio Jatobá" representa, na série "Resgate Literário de Ipueiras", o escritor Bérgson Frota. Republicamos portanto o artigo neste novo enfoque.