Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

Minha foto
Nome:
Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

17.6.13

O NORDESTE ESTÁ SEM ÁGUA.

Por
Felipe de Moraes (Gonçalo Felipe)

95 % DOS MUNICÍPIOS CEARENSES ESTÃO SEM ÁGUA.

TORNANDO CADA VEZ MAIS GRAVE A CONSEQUÊNCIA
DO MEU POVO SÓ NÃO SE ACABOU A PACIÊNCIA
NEM A DOR SENTIDA QUE NOS SEUS OLHOS DESAGUA.
NEM A ROUPA QUANDO LAVADA NÃO SE ENXAGUA
PORQUE SECOU TODA ÁGUA QUE TINHA NO BARREIRO.
AINDA ESTAMOS EM JUNHO, E A ESPERA É PRA JANEIRO.
OU QUE VENHA LOGO UMA FRENTE DE EMERGÊNCIA.
SE ESPERA MUITO QUE DE LÁ DA PRESIDÊNCIA
VENHA UMA AJUDA PARA NORDESTE BRASILEIRO.

FICANDO ASSIM MAIS UM ANO SEM CHOVER
PIORA MUITO A SITUAÇÃO DO NORDESTINO
VENDO AUMENTAR O SOFRER DO SEU MENINO
QUASE NADA, QUANDO TEM O QUE COMER
FALTOU ÁGUA, ELE VIU A PLANTAÇÃO MORRER.
AQUILO QUASE O LEVANDO AO DESATINO.
UM ANIMAL, SE EXISTIR TÁ TÃO MOFINO
E AINDA LHE FALTA ÁGUA PARA BEBER.
É MUITO TRISTE A GENTE VER ISSO ACONTECER
SEM PERSPECTIVA MELHOR PARA O CAMPESINO.

SÓ O FOGO CAUSTICANTE DO VERÃO.
QUE FICA QUEIMANDO COMO A PESTE
ACABANDO COM ALEGRIA NO NORDESTE
SE PROCURA E NÃO ENCONTRA A SOLUÇÃO
A DOR CORTA QUALQUER UM CORAÇÃO
VENDO UM POBRE IMPLORANDO AO DEUS DIVINO
QUE NÃO PERMITA QUE ELE VIRE UM BEDUÍNO
EM UM DESERTO SEM ÁGUA NEM PARA BEBER.
PEDE CHUVA, PARA O MELHOR ACONTECER,
MELHORANDO DA SUA VIDA A CONDIÇÃO.

JÁ CAVOU ONDE TINHA UMA VERTENTE
ONDE OUTRORA HAVIA UM CAMALEÃO.
MUDOU MUITO A COR DO VERDE CHÃO
HOJE EM DIA ESTÁ TUDO DIFERENTE.
QUEM ESTAVA COM O SEU FILHO DOENTE
JÁ VENDEU LÁ NA FEIRA O SEU SUÍNO
DEUS O LIVRE DE ADOECER OUTRO MENINO
POIS JÁ NÃO TEM MAIS NADA PRA VENDER.
OS ANIMAIS CONTINUAM A MORRER
NAS QUEBRADAS DO SERTÃO NORDESTINO.

É TRISTONHO QUANDO CANTA UM ROUXINOL.
NO PÉ-DE-SERRA DO MEU QUERIDO CEARÁ.
MESMO ASSIM EU QUERIA ERA ESTAR LÁ
FAZER CORO COM AS DEMAIS, A MINHA VOZ.
NEM QUE EU FOSSE BUSCAR ÁGUA NO ORÓS
AQUELE AÇUDE FEITO POR JUSCELINO
QUE ATENDEU O POVO ALENCARINO
E AINDA SE ENCONTRA ÁGUA PRA BEBER
É UMA FORMA DE EM CASTIGO DEUS DIZER
QUE NÃO GOSTA DO SEU POVO NORDESTINO.

INVERNADA HÁ MUITO NÃO SE VER
O MEU POVO JÁ FAZ É TEMPO QUE A ESPERA
MEU SERTÃO MAIS PARECE UMA CRATERA
DAQUELE JEITO NÃO SE PODE VIVER BEM
MAS O HOMEM CONTRITO, NA FÉ QUE TEM
FAZ NOVENA, ROUBA SANTO E CANTA HINO.
NÃO SENDO PERVERSO IGUAL A VIRGULINO
QUE MATAVA E ROUBAVA PRA COMER.
NEM POLÍTICO QUE PARA SE ELEGER
PROMETIA DE TUDO AO NORDESTINO.



Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.

16.6.13

A FLOR DE UM AMOR


                                        
Por
Bérgson Frota

É noite, uma noite de luar que já está se indo, a alvorada avança, e um vasto jardim orvalhado espera impaciente o surgimento do astro rei.
A lua vai perdendo brilho, as estrelas apagando e o céu clareando.
Já se vê o campo vasto esverdeado. Feito um tapete de multicolorido de flores.
Muitos botões de rosas fechados, um cheiro forte, raro e desejado, e de repente o sol surge, num tom amarelado a parecer ouro.
As rosas de forma lenta acordam, uma em especial, uma flor rara, tende a demorar a abrir-se para a claridade aurífera do sol.
No campo do vasto jardim há flores a perder de vista, sobre elas abelhas já voam, as borboletas riscam com cores diversas tecendo um belo cenário.
O sol vai subindo, e a flor ?
Àquela que ainda não desabrochou ?
Perde ela a visão magnífica que há muito se desfralda.
Por fim, rara flor da Índia, de custoso desabrochar, abre lenta e preguiçosa suas pétalas de um violeta prateado. Porém antes que contemple tudo a sua volta e maravilhar-se, sente dor profunda, um rápido corte na sua haste.
Um jovem apaixonado a oferece a sua amada.
 --- É rara, só desabrocha uma vez por ano, vem da Índia e a encomendei para te dar, representa o amor puro e verdadeiro, é o que tenho a te oferecer.
A flor sabe, sabe que com alguns dias estará a murchar.
A namorada o beija, e até hoje àquela tão especial flor, está entre as folhas de seu diário, marcando com sua presença, o início de uma grande e feliz paixão.

Foto da flor : olhares.uol.com.br                                                                                   
                                                                                 

Bérgson Frotaescritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.       

12.6.13

SAUDADE DE NÓS ENAMORADOS

                                                
Por
Bérgson Frota

Quando te conheci já eras bela. E nunca te imaginei um dia não sendo. E nada para mim se comparava no mundo a tua beleza.
Foi no primeiro olhar.
Para logo descobrir-me apaixonado.
E àquele amor despertado não tardou a ser correspondido.
Quão bem maior era nossa felicidade, enamorados a se doar em tudo ao outro.
Por longo tempo nós nos confessávamos, e a saudade vinha se por pouco tempo fossemos separados. Fazendo do reencontro o coração bater mais forte.
Lembro das rosas que te enviava, do teu doce olhar a me compreender, a me retratar e enfim fitando-me a dizer em gestos a grandeza do teu amor por mim. Assim também correspondia-te.
Desta forma, neste ingênuo carinho nos conhecíamos, e nesta inocência intimidade, vivíamos uma felicidade sem limites, a fase sagrada do ato de amar, do pleno enamorar.
Que coisa boa é o recordar da paixão.
Paixão que não passou. Que de um amor de flerte virou amor maior.
Recordo com saudade de nós, enamorados a viver o começo de nossa felicidade.
Uma felicidade frutificada e sólida, nascida naquele dia, naquela troca de olhar.
Lá, já diante, no tempo que começamos a namorar.                                                                              

Foto : site: globodicas.com.br    
                                                      

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.                 

7.6.13

SANTO ANTÔNIO VACILOU

Por
Dalinha Catunda
*
Espalham que santo Antônio
É Santo casamenteiro
Já fiz promessa pro Santo
No cofre botei dinheiro
E para minha desgraça
Em mim ninguém acha graça
Tá difícil um companheiro.
*
Dos braços de Santo Antônio
Eu já roubei o menino
Achando que a simpatia
Mudaria meu destino
Porém prossigo solteira
Não gosto da brincadeira
Que me deixa em desatino.
*
Botei água numa jarra
E mais uma vez tentei
De cabeça para baixo
O santinho mergulhei
Nem mesmo fazendo assim
O santo lembrou de mim
Desesperada chorei.
*
Solteirona eu não fico
Alguém vai me socorrer
Ao candomblé ou umbanda
Inda posso recorrer
Ou então eu viro crente
E o santo fique ciente
Solteira não vou morrer!


Maria de Lourdes Aragão Catunda Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

1.6.13

SEU OLHAR


EU OLHO NOS OLHOS DE TANTAS E NÃO ENCONTRO NELES
UM OLHAR TÃO LINDO IGUAL A ESSE QUE SÓ VOCÊ TEM.
SE O SEU OLHAR ME ENTENDESSE EU PEDIRIA PARA ELE
SÓ OLHAR PARA OS MEUS OLHOS E PARA DE MAIS NINGUÉM.

O DESTINO INGRATO DEIXOU-ME ASSIM MEIO PROIBIDO
DE UMA VEZ POR TODAS TORNAR-ME O SEU MARIDO
MAS, APESAR DOS PESARES EU MUITO AINDA LHE AMO.
ME ACOSTUMEI DEMAIS COM ESSE SEU LINDO OLHAR
LEMBRO DELE EM QUALQUER HORA E QUALQUER LUGAR.
A SUA FALTA ESCREVO, PORQUE O CORAÇÃO RECLAMA.

SEU OLHAR ME DIZ MUITO MAIS DO SUAS PALAVRAS
ELE ME ENVOLVE TANTO QUE ME CAUSA UM CALOR.
SEU OLHAR PENETRANTE DEIXA-ME ASSIM, SEM LAVRAS.
ACABO TE ENVOLVENDO EM MEUS MOMENTOS DE AMOR.

ME PEGO ABRAÇANDO O SEU CORPO E O COBRINDO DE BEIJOS
ESTOU CERTO QUE NÃO EXISTE OUTRO OLHAR, NEM MULHER MAIS BELA.
É RUIM FICAR SEM TER MAIS OS SEUS CARINHOS E NEM OS SEUS BEIJOS
LOUCAMENTE EU ESPERO OUTRA LIGAÇÃO VINDO DA PARTE DELA.

QUERO OUVI-LA FALAR QUE ME AMA COM O SEU OLHAR DE TERNURA
POR ENQUANTO, NÃO ACHAMOS SER NECESSÁRIO NINGUÉM DISSO SABER
EU FICO CANTANDO LA LA LA PARA VOCÊ MINHA MUSA QUERIDA
PARA NÓS ESTÁ SE APROXIMANDO UMA LINDA SAÍDA
E COM A FÉ NO NOSSO DEUS ISSO IRÁ ACONTECER.



Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.