Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

25.4.11

FORRÓ SEM ZECA


Por
Dalinha Catunda

Esta é uma pequena homenagem que presto ao meu amigo Zeca Frauzino que nos deixou dia 23 de abril de 2010. Um ano sem Zeca e sem o seu tradicional forró que tanto alegrava a cidade de Ipueiras.


FORRÓ SEM ZECA
*
Zeca caboclo festeiro,
Gostava de animação
E fazia seus forrós
Pautado na tradição
Por um forró pé-de-serra
Batia seu coração.
*
A sanfona gemeu triste
Quando Zeca foi embora.
A quadra do Corte Branco
Não é a mesma d’outrora
O povo que lá dançava
De tristeza hoje chora.
*
Zeca estou com você
Até debaixo do chão.
Pois você trouxe alegria
Para o povo do sertão
Por mais de cinqüenta anos
Fazendo o seu chitão.
*
Com um chapéu na cabeça,
Com sorriso de menino
Cheirando a perfume bom
Via-se Zeca Frauzino,
Que cumpriu sua missão,
E foi cumprir seu destino.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda
Visite também: www.cordeldesaia.blogspot.com
www.rosarioecordel.blogspot.cDMariaom

Maria de Lourdes Aragão Catunda, nascida em Ipueiras-Ceará, é conhecida nos meios literários como Dalinha Catunda, é poetisa, cordelista e cronista, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Também tem blog próprio - cantinhodadalinha.blogspot.com.

16.4.11

PÁSCOA TEMPO DE ALEGRIA

Por
Bérgson Frota

Quando criança a Páscoa era uma época de grande festividade na minha cidade do interior.
Havia a alegria dos ovos de páscoa, mas o mais importante para nós eram os ritos religiosos que nos ligava a crença na ressurreição.
Jesus Cristo era morto e ressucitava, sua morte fruto de injustiça, pois era a condenação de um homem justo, puro e bom que só trouxe liberdade e pregou o Reino dos Céus. Não havia como nós não nos tocarmos com o seu sofrimento para a redenção da humanidade.
Foi Jesus o grande vencedor da morte. Sua ressurreição nos libertou do medo, e encheu de esperança nossos corações.
A Páscoa é também um período que nos leva a pensar em nossos atos como cristãos. Será que estamos seguindo os ensinamentos do Grande Mestre de forma correta ?
O período santo da Páscoa serve para que não nos esqueçamos do sacrifício de Jesus, e do peso desse sacrifício que foi para nós o exemplo a fim de que nos tornássemos melhores, trazendo e ditando as boas novas.
É preciso que possamos ver com grandeza o significado desta data.
O sacrifício do cordeiro purificando-nos de nossos pecados. Assim ouvíamos e ficávamos pensando ainda em criança no porque deste sacrifício.
Estava previsto, alguém me disse um dia, ainda criança. Jesus era o cordeiro imaculado, e sua morte para nós uma benção.
Isso é a Páscoa, a festa santa de nossa religião.
Louvemos então o sacrifício de Jesus Cristo, louvemos o seu bendito amor por toda a humanidade, louvemos o seu perdão por ter-nos dado tanto e nada recebido.
Das grandezas celestiais, o Criador abençoou o seu sacrifício. Enviou-nos outros mensageiros e continua a reger os rumos do mundo.
Abençoados pela Páscoa, por todos os símbolos que esta data nos traz, as palavras fogem para definir o que encerra a importância desta data, mas se pudéssemos resumir as principais seriam : amor, sacrifício e esperança.
Que esta Páscoa traga mais paz e alegria renovadas no justo e santo sacrifico de Cristo.
Uma feliz Páscoa para todos.

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Foto:ultradownloads.uol.com.br/papel-de-parede/Salto-de-Alegria/
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Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

10.4.11

A MAJESTOSA IPU

Por
Dalinha Catunda


O tempo passa, é Certo,

Porém a lembrança fica

Dos velhos passeios no Ipu

Regados a banho de bica.

Comendo paçoca na lata

No meio daquela mata,

De natureza tão rica.


* Meus pés trilharam com gosto,

As pedras daquele chão,

Nos inesquecíveis banhos

Aonde escorria o Gangão.

Onde fluíam os amores,

Ímpetos, desejos, ardores,

Nas primícias da paixão.


* Ipu das santas festas,

Das novenas, procissão,

Do santo mártir Guerreiro,

Que do Ipu é guardião.

Em todo mês de janeiro

Dou vivas ao padroeiro,

Que é São Sebastião.


* Ipu hoje está diferente,

Sem perder a majestade.

A natureza foi pródiga

Ao criar esta cidade,

Onde o verde faz festa

E sempre se manifesta

Em várias tonalidades.


* Se a bica não cai como antes,

Porém o lajedo encanta.

A água bate na pedra,

Forte ou fraca, mas canta!

E para minha alegria

Ressoa feito sinfonia

A música que acalanta.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda, nascida em Ipueiras-Ceará, é conhecida nos meios literários como Dalinha Catunda, é poetisa, cordelista e cronista, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Também tem blog próprio - cantinhodadalinha.blogspot.com.

7.4.11

HOMENAGEM PÓSTUMA AO IPUEIRENSE VILMAR

Faleceu hoje 07 de abril de 2011, no Distrito Federal, um grande amigo meu, de nome VILMAR CORDEIRO DOS SANTOS, ipueirense, filho do lendário ZECA FROSINO.

Vilmar transportava minha família onde quer que precisássemos ir em seu taxí sempre comunicativo e alegre.

Suas filhas Camila e Daniele foram alunas de Heloisa, minha mulher, na escola do Cruzeiro. Estivemos todos presentes às bodas de ouro de seu pai, ZECA FROSINO, em Ipueiras.

Sempre tivemos agradável convivência com seus irmãos Antônia, Edmar, Raimundo, Gilson e Nilza.

D. Maria, sua mãe, lembro de tê-la conhecido por primeiro, numa de suas viagens à Brasília.

Enfim, vidas entrelaçadas.

A dor de perder um amigo raramente se fez com tal intensidade para mim e minha família, como agora, com o passamento de Vilmar.


Jean Kleber Mattos

3.4.11

... FIQUEI COM A HUMILDADE DO PE. COMBLIN ATÉ HOJE


Por

Marcondes Rosa de Sousa


Adolescente, vi-me arrancado das retiradas águas e das caatingas, transposto para as brumas da Serra dos Órgãos, no Seminário Nossa Senhora do Amor Divino, em Petrópolis (RJ), a compor eclética mistura de ga­rotos atraídos da Baixada Fluminense, do brabo interior das Minas Gerais e dois outros “paus-de-arara” (o jornalista Frota Neto e eu), estes da aridez das caatingas, todos ali, em cristã irmandade, lado a lado com remanescentes das casas de Orleans e Bragança.


Volta-me o dueto dos tempos de infância. Fábulas e estórias, desta feita, nos versos de Fedro e Esopo. Música e canto coral, sob a pauta gregoriana, a se casar com os textos litúrgicos. Na biblioteca, os clássicos a dar o tom. Nas salas de aula, a Antologia Nacional, a nos sugerir os adequados parâmetros dos vá­rios usos lingüísticos. De quebra, as cartas e Catilinárias de Cícero; os versos de Ovídio e Virgílio, entre outros, os Diálogos de Platão, a Anábase de Xenofonte...


Até os castigos nos calariam feitos lição.Para cada traquinagem, decorar versos e textos. Lembro-me de “As pombas”, de Raimundo Correia, o poema primeiro que me coube, por castigo, decorar. E do ódio que tive, como castigo por infração maior, ao ter de pólo na ponta da língua o “Cântico do Calvário”, de Fagundes Varela, escrito, num jato, ao chegar em casa o poeta e encontrar o filho morto (rezava o biografismo dos livros didáticos da época), e, sobre o féretro, produzir longos versos a falar de “um frio so­nhar que é morto”... Irresponsável! − condenava eu (revoltado com o cas­tigo) as farras do pai-poeta e a visão melodramática do romantismo nos tempos do “mal do século”!...


Hoje, releio tudo isso não tanto como castigo mas sob outra ótica: a do dueto entre o oral e escrito, na infância e a escola consolidando-se, quem sabe estabelecendo os padrões melódicos em minha prática de escrita e estilo! Somem-se a isso, os “discursos” que tínhamos de pronunciar na “academia literária”, os textos do script das peças teatrais onde éramos atores. Em tudo, uma coincidência: quem nos regia - nas aulas, na “academia literária” ou nos cânticos - era o mesmo professor, sob o compasso dos textos e dos cânticos, a nos ensinar português e música ao mesmo tempo.


6. "O Caderno das Cinco Linhas"


Foi desse professor, Pe. Paulo Elias Daher Chedier, a idéia do “Caderno das Cinco Linhas”. Era um caderno, em Petrópolis, obrigatório a todos nós. Na capa, o dístico de Plínio: nulla dies sine línea (dia algum sem uma linha). A cada dia, a apresentação das cinco linhas mínimas ao professor de português.


Da primeira vez (lembro-me muito), não consegui realizar a tarefa. Ao professor, contei todo meu drama na busca e pauta do assunto. Ele, sorrindo, apenas me disse: “Se você tivesse, por escrito, contado toda sua busca, garanto que, só aí, teria já ultrapassado as cinco linhas”.Daí por diante, olhos nas cinco linhas diárias, aprendi a observar e registrar a vida a meu redor: os passeios, os filmes a que assistia, os papos que tinha, os comentários, as reflexões enfim...


7. Oral e escrito, o dueto


No Seminário da Imaculada, em Campinas (SP), ultima­ria meus estudos de seminário menor. E tais padrões tiveram continuidade. Poucas, as diferenças. O dueto entre o oral e o escrito ia mais fundo: a “academia literá­ria”, as peças de teatro. E um dado novo, um jornal e uma “rádio”, projetos que terminei por coordenar.


Curioso! Décadas após, era eu, na UFC, um do grupo a conceber e implantar a Rádio Universitária e o Jornal Universi­tário. No Estado, termi­naria por presidir a Televisão Educativa e junto à Secretaria Estadual de Cultura, implantaria o Departa­mento de Audiovisuais. Tudo, numa salutar e semiológica aproximação de linguagens, onde expressões como “gramática do cinema e do audiovisual” não escandalizava ninguém...


Voltemos ao Seminário da Imaculada. Como professor de português, ao invés de um músico, um orador desta feita – Mons. Luiz de Abreu, ex-deputado estadual ardoroso fã dos da Revolução Constitucionalista, em São Paulo. Em latim, um padre belga, Karl Laga, a nos introduzir nos versos de Ovídio e Virgílio. No grego e na química, outro belga, também sacerdote, que, em Medelin, tornar-se-ia depois importante: Joseph Comblin.


Foto 1: Pe. Comblin em instantâneo recente.

Foto 2: No passado, com D. Helder câmara
.
Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais. marcondesrosa@gmail.com

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NOTA DO BLOG

Da "Revista Ação" site diocesepetropolis.org.br/revistaacao/?p=472, copiamos:


O teólogo Padre José Comblin, de 88 anos, morreu recentemente, na manhã de 27 de março de 2011, no interior da Bahia, onde ministrava um curso para comunidades de base. Nascido em Bruxelas, na Bélgica, em 1923, Comblin foi ordenado padre em 1947. Fez doutorado em teologia pela Universidade Católica de Louvaina e chegou ao Brasil em 1958. Em Recife, a convite de Dom Helder Câmara, foi professor no Instituto de Teologia do Recife. Expulso do Brasil em 1971 pelo regime militar, Padre Comblin exilou-se no Chile durante oito anos, de onde também foi expulso em 1980 pelo general Pinochet. Voltando ao Brasil, foi morar na Paraíba, em Serra Redonda. Estudioso da Igreja da América Latina, escreveu obras como a “Teologia da Enxada”, uma corrente teológica surgida em 1969 na Igreja Católica do Nordeste do Brasil que tem como base a reflexão a partir da vivência cristã e teológica nas comunidades pobres. Padre Comblin foi sepultado no Santuário do Padre Ibiapina, localizado em Santa Fé, povoado que faz parte do município de Solânea, na Paraíba.