Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

27.11.10

NO BALANÇO DA REDE


Por
Dalinha Catunda
*
Você esqueceu minha rede
Veio outro e se deitou.
Deixou de me chamegar,
Veio outro e chamegou.
*
A rede estava armada,
Mas você se desarmou.
Agora está lamentando
Pois outro me embalou.
*
No vai e vem da rede
Faz zuada o armador.
Embalando a magia,
Nos acordes do amor.
*
Deixei de ninar saudades
Voltei a embalar paixão.
Na rede da felicidade.
Balança meu coração.
*

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

20.11.10

O AMOR DECLARADO EM MOTE

JEAN & HELOÍSA
Por
Gonçalo Felipe
- 1 -
Tenho alguém que me beija e que me ama
Que me adora, que me abraça e me deseja
Boca linda sorridente e que me beija
Heloísa, minha rainha e minha dama
No aconchego diário da nossa cama
Heloísa é minha eterna namorada
Suavemente ela fica perfumada
E recomeça um amor puro e verdadeiro
Depois faço dos meus braços travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada.
- 2 -
Eu e ela seguimos os mesmos passos
No nosso quarto entra o clarão da Lua
Estrelas ajudam a clarear a nossa rua
Beleza ímpar que nos vem do espaço
Heloísa, adormecida em meu braço
Em silêncio, sem haver menor zuada
Sem sono contemplo a minha amada
Agradecendo ao Senhor o tempo inteiro
Dos meus braços eu fiz um travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada.
- 3 -
As vezes vamos abraçados pela rua
Iluminados pelo clarão da Lua Cheia
Minha dama, minha espôsa e sereia
Para sempre o nosso amor continua
Nos seus olhos se reflete a luz da Lua
Na calçada a silhueta é desenhada
Heloísa, doce e eterna namorada
É mais linda que a flor do joazeiro
Dos meus braços fiz um travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada
- 4 -
A nossa rua tem dias que se engalana
No clarão lindo de um branca Lua
O amor em nossos corações flutua
Heloísa é minha deusa e minha dama
Depois, recolhidos em nossa cama
Comentamos o passeio pela calçada
Lembrando algo a gente dá risada
Com ela me abraço dando cheiro
Dos meus braços fiz um travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada
- 5 -
Somos firmes no nosso amor fiel
Já pensei até em lhe fazer serenata.
Com orgulho a gente relembra a data
Da nossa noite feliz da Lua de Mel
Não importa se foi casa ou foi hotel
O que importa é que ela foi abençoada
A ocasião do amor tão desejada
Comprovou um amor o tempo inteiro
Eu fiz dos meus braços um travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada
- 6 -
Em uma linda praia, nos banhando
Tomados que fomos pelo desejo
Na doçura envolvente de um beijo
Deixamos acontecer, mesmo de dia
Dentro d´água ela olhando me dizia
Sou eu eternamente a sua amada
Com beijos não a deixei dizer mais nada
Em felicidade eu me senti o primeiro
De noite fiz dos braços um travesseriro
Para Heloísa ressonar de madrugada.
- 7 -
Relembramos felizes a data linda
Nunca a vamos tirar do pensamento
Aquele dia, aquela hora e o momento
Do prazer que o Senhor determina
Heloísa, minha estrela matutina
Minha linda sereia desenhada
Maravilhosa, amiga abençoada
De quem sou esposo e companheiro
Eu faço dos meus braços, travesseiro
Para Heloísa ressonar de madrugada

FIM
27 / 04 / 2010
13hs


Foto 1: Jean e Heloisa
Foto 2: Heloisa e os filhos Ivan e Vanessa

Gonçalo Felipe é o prestigiado poeta de Nova Russas do Ceará que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.


NOTA DO BLOG: Heloisa faz aniversário hoje. Não se diz a idade das mulheres. O que importa é a homenagem. Gonçalo Felipe havia feito estes versos em abril. Por acanhamento não os publiquei de imediato. Mas agora aproveitando o "niver" da homenageada aí vão eles. Espero que gostem...

13.11.10

SEU MATTOS COM 98 ANOS

Na foto,Seu Mattos semana passada, encarando seu lanche nas "tapioqueiras" em Fortaleza
Por
Jean Kleber Mattos

Foi nesta quinta feira, dia 11 de novembro de 2010. Sebastião Mattos Sobrinho (Seu Mattos) completou 98 anos.

Afinal, quem é Seu Mattos?

Sebastião Mattos Sobrinho, o Neném Matos, nasceu em 11 de novembro de 1912, no município de Campo Grande, hoje Guaraciaba do Norte na Serra da Ibiapaba, filho de João Gomes de Matos e Dionísia de Souza Matos. O pai era agricultor e comerciante e irmão de Sebastião Matos, importante chefe político de Ipueiras do Ceará. Instruiu-se e trabalhou desde cedo. Foi aluno de D. Ester, professora pioneira da cidade de Ipueiras e, na adolescência, trabalhou com o tio Sebastião, no escritório de seu armazém em Ipueiras. Na maioridade transferiu-se para Fortaleza onde conciliou trabalho e estudo.

Estudou no Ginásio São João e mais tarde habilitou-se em contabilidade na Academia de Comércio Padre Champagnat, onde foi aluno do professor e ídolo Antônio Martins Filho que era diretor e proprietário da academia. Nessa época constava no diploma o nome "Bacharel em Ciências Contábeis", título do qual sempre se orgulhou. Antônio Martins Filho seria, no futuro, reitor da Universidade Federal do Ceará.

Seu Mattos trabalhou em Fortaleza para o filho do famoso engenheiro João Thomé, na firma que levava o nome do dono, José Thomé de Saboya. Nesse período, conheceu Raimunda Baima de Abreu (D. Mundita), vindo com ela a casar-se em 1943.

Acometido de esgotamento por excesso de trabalho, foi aconselhado pelo famoso médico Costa Araújo a estabelecer-se em Ipueiras, lugar mais saudável segundo o médico. De volta a Ipueiras em 1946, contabilista formado, exerceu a profissão na cidade, fazendo a escrita de várias firmas, incluindo a do seu tio Sebastião e a do Tim Mourão.

Fundou na cidade, com a esposa e a sogra D. Luizinha, o Educandário Nossa Senhora da Conceição, que habilitava meninos e meninas ipueirenses a ascender ao curso ginasial. No Educandário, estimulou a prática dos esportes, construindo uma quadra de vôlei e promovendo também torneios de futebol, incluindo a participação de uma equipe de Fortaleza, o “24 de Maio”.
.
Integrava sempre com entusiasmo seus alunos à parada cívica do Dia da Independência, mediante impecável desfile com farda “engomada”, “fanabô”, fanfarra e carneirinhos embandeirados. Na data festiva, ao alvorecer, ia para a praça central acordar a cidade soltando bombas.

Foi Congregado Mariano em Ipueiras desde o vicariato de Monsenhor Fontenele até o de Padre Correia. Auxiliava o famoso Dr. Belo, juiz da comarca, nos movimentados júris que galvanizavam a cidade.

Em 1953 retornou a Fortaleza, inicialmente para a mesma firma que largara em 1946.Seguiu exercendo a profissão em vários escritórios da capital.

Em 1977 migrou com a esposa para Brasília indo morar com o filho Kleber. Em Brasília, aposentado, prestou serviços à Associação dos Engenheiros Agrônomos e à revista Fitopatologia Brasileira, esta sediada na Universidade de Brasília, recebendo sempre rasgados elogios pela qualidade de seu trabalho.

Nos anos 90 retornou a Fortaleza, onde reside até hoje em sua propriedade, próximo ao Shopping Iguatemi. Mesmo com a idade avançada vigia com desvelo sua biblioteca de 2.000 volumes.

Viúvo desde 2004, segue na vida buscando a alegria da amizade e do bom humor. Adora jantar nas "Tapioqueiras" em Fortaleza.

Seus fãs incondicionais, o filho, a nora Heloisa, os netos Daniela, Vanessa e Ivan, a bisneta Ana Júlia e mais algumas dezenas de familiares e amigos conquistados, cantam-lhe hoje, mais uma vez o “parabéns a você!”.

5.11.10

O VOTO EM TIRIRICA

Por
Marcondes Rosa de Sousa

O Povo - 05.11.2010 01:30

Dia de eleição, segundo turno. Como no primeiro, preferi ir até minha seção de táxi, em papos com o motorista. Em quem vota o senhor? Respondo-lhe. Ele me indaga o processo pelo qual seu voto seria propositalmente nulo. E o papo resvala para Tiririca, o palhaço, que já dera a resposta do porquê não se candidatara, em sua terra, o Ceará:

“É que, lá, na minha terra, eles não são abestados”...

Insólita esta eleição. Nela, contamos com o próprio presidente da República, onipresente, em todo o País e a toda hora, nos comícios e na televisão, como cabo eleitoral, a pedir votos para sua candidata, Dilma Rousseff, como a primeira mulher, a “presidenta”, no dialeto de Lula...E, nessa onda, terminaria por derrubar históricos políticos, como Tasso Jereissati, no Ceará, em seu repisado jogo do “quem vota em um vota no outro e quem vota no outro vota no um”...

O Nordeste terminaria por carrear os mais altos índices para a candidata de Lula. Isso, pouco se falando de desenvolvimento da Região, de presença maior da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), de ideias deixadas por Celso Furtado. Passados os ataques entre os dois candidatos, Dilma e Serra, terão de sobressaltar as eventuais baixezas entre eles. Deputados, senadores, governadores e os diferentes partidos, na construtiva dialética de seus pontos e contrapontos, terão que olhar em frente para o País, num esperado diálogo em prol do Brasil.

Em passado não tão distante, figuras como o animal Cacareco, entre muitas, foram a expressão do popular protesto contra nossa política. Hoje, como procurava o motorista que me levou para a urna eletrônica, tal expressão se torna mais difícil. E Tiririca foi a expressão dos paulistas para a nossa Câmara alta, que terá que rever ética e política...

Cidadãos, assim esperamos!


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Marcondes Rosa de Sousa - Prof. da Universidade Federal do Ceará e da Universidade Estadual do Ceará marcondesrosa@gmail.com