A PRIMEIRA MULHER DO COMÉRCIO BRASILIENSE
Bruna Sensêve & Thiago Turbay Freiria
Trecho publicado no JORNAL DE BRASÍLIA como parte da matéria "PIONEIRAS E VITORIOSAS", no dia 08 de março de 2011. redação@jornaldebrasilia.com.br
Maria Inês Fontenele Mourão, 72 anos, assim como as mulheres de sua época, chegou na cidade acompanhando o marido. Antônio Lisboa Mourão veio, em 1957, para iniciar os trabalhos com o Correios e ela chegou logo em seguida ao casamento, em 1960. De Ipueiras, no Ceará, o casal mudou-se para uma casa de madeira em Taguatinga. O concurso para professores, exatamente a formação de Maria Inês, aconteceu um mês depois. Assim, ela começou a ajudar com as despesas de casa. Em 1965, o casal já era uma família de seis pessoas, quatro brasilienses. A filha mais velha nasceu apenas dois anos depois da inauguração de Brasília. Decisões precisaram ser tomadas e Maria Inês parou de dar aulas para se dedicar ao comércio que o marido havia aberto em Taguatinga. O negócio cresceu e o que era uma pequena loja, virou três lojas. No coração de Brasília, o casal criou mais dois comércios Cegonha, como chamava a loja, um na W-3 Sul e outro no Conjunto Nacional.
Antônio Lisboa Mourão decidiu abrir uma agência de publicidade e deixar as lojas da família por conta de Maria Inês. Ela, sem as atividades do magistério, dedicou-se ao extremo à atividade. Em pouco tempo estava envolvida com associações, sindicatos e sociedades comerciais. Maria Inês Mourão se dedicou tanto à atividade comercial que foi indicada para a direção da associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). O cargo nunca havia sido concedido a uma mulher em outra ocasião. "Era de praxe todas as diretorias do Brasil serem formadas por homens,foram necessárias diversas reuniões para que eu fosse aceita como parte da diretoria da associação comercial. A primeira diretoria dada a uma mulher", lembra.
A projeção de seu feito foi tão longe que a Associação Profissional de Mulheres de Negócios, em Londres, procurou-a para participação em uma conferência na Guatemala. Ela não pensou muito e compareceu ao evento. Primeira vez que Maria Inês saiu do país, mas não a última. Nesse congresso, Maria Inês recebeu o aval das fundadoras da associação para montar uma sede no Brasil. Até hoje, a sede da Associação Profissional de Mulheres de Negócios no Brasil divide espaço com a Associação Comercial do Distrito Federal. Maria Inês é sua fundadora e até hoje exerce as atividades comerciais em uma loja na Galeria dos Estados, a remanescente dos comércios Cegonha. "Estou lá desde 1979. Até hoje me sinto muito bem na atividade comercial", declara.
Desfrutem!
4 Comentários:
Merecida homenagem a uma valorosa pioneira da construção de Brasília.
Abraço!
Concordo com vc Jean. Maria Inês realmente é uma valorosa pioneira nesta nossa Brasilia e grande mulher de negócio. Se o Lisboa estivesse entre nós, com certeza estaria orgulhoso de sua esposa e companheira de longas datas. Estou em Goiania, participando de um Congresso Espirita, juntamente com a Sandrinha, que está a me acompanhar, e ficou feliz com a homengem do Jornal de Brasilia prestada a sua mãe e a mesma sendo publica em seu blog. Abraços e até breve.
Parabéns a ipueirense Maria Inêz pela sua bela caminhada e pela merecida homenagem.
Um abraço,
Dalinha Catunda
Jean Kleber,
Muito bem representadas as mulheres, no seu Dia Internacional, pelas ipueirenses Marinês e Dalinha. Uma, minha irmã, de quem confirmo toda a abrangência da reportagem do Jornal de Brasília e a outra, minha parenta pelo lado da família Catunda, minha vizinha de parede e meia desde nosso nascimento, que ocorreu no mesmo dia, que nos enquadra no signo de Escorpião. Abraços do Tadeu Fontenele.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial