Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

19.3.11

UMA FÁBULA SOBRE A SOBERBA

Por
Bérgson Frota


Desde os tempos de criança me interessava sobre qualquer assunto que falasse ou citasse a Atlântida. O continente perdido que a história narrava ter afundado nas frias águas do oceano.
Li gibis, li depois livros, assisti filmes e àquela catástrofe fascinava-me, pois achava terem eles, os seus habitantes, criado uma civilização muito adiantada para época.
Tempos depois, na faculdade, já cursando filosofia, cheguei a ler do filósofo Platão, dois livros que por tratarem da Atlântida, caíram em minhas mãos como dois desejados presentes.
Nos livros Timeu e Crítias, o filósofo narra de forma detalhada que uma ilha gigantesca existiu no meio do Oceano Atlântico, tão grande que mais parecia um continente, isso há milhares de anos.
Sua civilização era poderosa e avançada, dominando forças e segredos que outros povos da época desconheciam.
Acrescentou Platão, que estendia seu poder em domínio e força a grande parte da África e da Ásia. Assim Atlântida começava um “império” um termo que o filósofo não usou, mas no futuro poderíamos entender melhor vendo o que sucedeu a Roma, depois da queda da república.
Platão narrou sua destruição quando os habitantes de Atlântida resolveram atacar Atenas, num remoto tempo, “então em um único dia e noite” uma catástrofe sem precedentes a fez afundar para sempre nas profundezas do Oceano.
Para os estudiosos até a Idade Média, tal narrativa não tinha crédito, era uma forma de mostrar o castigo reservado aos grandes por desrespeitarem os pequenos. O castigo da soberba, que sem encontrar limites procurava impor-se a tudo e a todos.
Porém com a era das descobertas marítimas, passou-se a desconfiar de que de fato Platão falava de uma ilha gigante que talvez tivesse existido além das “ Colunas de Hércules” , o atual Estreito de Gibraltar.
Daí em diante, os navegadores traziam notícias de ilhas nos oceanos agora descobertos. A Atlântida porém, narrada por Platão, nunca foi descoberta.
Existe hoje entre os historiadores e pesquisadores da obra do filósofo um consenso : Platão criou uma fábula sobre a soberba, inspirado nos constantes desastres naturais de sua região.
A ficção da existência e destruição de Atlântida serviria ao seu propósito. Um conto que mostrasse a soberba dos reinos poderosos que ao tentar dominar os reinos fracos e pequenos, traziam para si sua própria destruição.

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Ilustração da Soberba:
site:baciadasalmas.com/images/2006/bits/camelo12.jpg
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Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

2 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

Parabéns ao escritor Bérgson Frota por este artigo tão interessante e erudito. Um abraço.

19.3.11  
Anonymous Pedro Ailton disse...

Parabéns pelo artigo amigo, sua cultura e curiosidade sempre me fizeram admirá-lo.

26.3.11  

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