Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

22.5.11

OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS

Por
Gonçalo Felipe

Os meus avós já diziam-me
Que ouviram dos seus pais:
"Antes de acabar o mundo
Jesus mandava os sinais"
E pelo que estamos vendo
Os fatos acontecendo
Já temos provas demais.

Vemos a Terra tremendo
Vulcões se reativando
Vemos o Efeito Estufa
E o El Niño provocando
Alterações de verdade
E a Bio-diversidade
Está se modificando.

Água escorrendo pra cima
Vimos a pouco no Japão
E com a força que vinha
Causando destruição
E como se não bastasse
Deixou que a morte ficasse
Naquela irradiação.

O homem saindo da terra
Para morar no espaço
Vemos ele flutuando
Fazendo de asa o braço.
Nas igrejas e sinagogas
Troca-se Cristo por drogas
O irritam e causam cansaço.

Com sentimentos impuros
São poucos os filhos amorosos
Chegam a matar os seus pais
Gestos terríveis, horrorosos!
Consomem a droga maldita
Na mídia falada e escrita
Os casos são assombrosos.

A devassidão da terra
Altera o meio ambiente
A ganância predomina
No coração e na mente
Assim vão secando as fontes
As montanhas viram montes
E revolta o Onipotente

Homem casando com homem
Isso agora já é lei
São sinais do fim dos tempos
Como no início eu falei
Some-se isso e muito mais:
Irmão contra irmão, filhos contra pais
É o fim do mundo, eu já sei!

O que agora eu sei que existe
E no futuro que eu penso
é que Deus, da terra desiste
Cada dia eu me convenço
Do Céu vendo o que se passa
As guerras a paz espedaça
Causando um terror imenso.

Portanto fica o registro
Mas têm muitos mais exemplos.
De fatos acontecidos
Diariamente os contemplo.
De tantas coisas ruins que já vi
Me inspirei e escrevi:
OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS.



Foto: site ojornalweb.com/2011/04/20/mortos-em-terremoto-e-tsunami-no-japão-ja-passamde-14-mil/


Gonçalo Felipe é o poeta de Nova Russas que colabora com o blog "Suaveolens" mediante seus poemas bem atualizados e sensíveis sobre nossa civilização, nossas vidas e nossos sentimentos.

21.5.11

FACEBOOK IPUEIRAS-CEARÁ: NOVO ESPAÇO DOS IPUEIRENSES.


AMIGOS, IPUEIRAS ESTÁ CURTINDO UM ESPAÇO ALTAMENTE PARTICIPATIVO NO FACEBOOK
LIDERADO PELO CONTERRÂNEO EDUARDO ARAGÃO. VALE A PENA CONFERIR E ADICIONAR-SE.
GRANDE ABRAÇO
JEAN KLEBER
Foto de uma esquina do setor comercial de Ipueiras (anos 40), obtida no referido Facebook.

9.5.11

CARTA A MINHA MÃE

Por
Dalinha Catunda

Minha querida mãezinha.
Que mora em meu coração
Aqui nestas poucas linhas
Relembro com emoção.
O tempo bom ao seu lado
Singela recordação.
*
Feito em panela de ferro
O seu arroz temperado.
Com queijo bem derretido,
Aquilo era um pecado
Eu brigava pra raspar
Da panela o pregado.
*
A gostosa malassada,
A tal cabeça de galo,
A comidinha de mãe,
Que era o meu regalo...
E a farinha de pipoca?
Com ela ainda me entalo!
*
Lembro você costurando,
Pra vestir suas mocinhas,
E sempre nos ensinando
Chuleados e bainhas.
E nos bailes da cidade,
Bailávamos como rainhas.
*
Mulher atualizada
Pra nossa felicidade.
Nossas vestimentas tinham
O tom da modernidade.
Shorts e mine-saias
Estreamos na cidade.
*
Namorar não foi problema,
Tínhamos a permissão.
A sua cumplicidade,
Tirava-nos da aflição.
Pois tendo pai bem severo
Era você a salvação.
*
A nossa maior riqueza
Era nossa alegria.
E com certa liberdade,
Dona vida nos sorria
E você, minha mãe,
Era nossa garantia.
*
Poderia falar mais.
Pois vai longe nossa história,
Mas quero dizer apenas.
Você foi e é nossa gloria,
E responsável direta
Por nossa luta e vitória.
*
Aqui fico mãe querida,
Desejando de coração
Que cada filho seu tenha,
Minha mesma gratidão
E lhe apóiem na velhice
Estendendo-lhe a mão.

*
Imagem: Virtuallost.com
Texto: Dalinha Catunda (Foto)
Visite também:
http://cantinhodadalinha.blogspot.com/
www.cordeldesaia.blogspot.com
www.rosariocordel.blogspot.com

7.5.11

CARTA À MÃE

Por
Bérgson Frota
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Mãe, já faz tempo que não te escrevo.
Imagino como tu estás hoje. Com cabelos brancos, mais a parecer prateados, sentada em tua cadeira de balanço, a ler esta carta e relê-la, dedicando tua atenção terna e amorosa.
Sabe Mãe, acredito que a carta que ora lês, pode te soar fria e distante, embora não é, garanto-te.
É que o papel e as letras por mais cheias de adornos e ricas em sentimentos, não são capazes de fazer vibrar as ondas de amor, de gratidão e afeto a ti dedicados neste dia, o teu dia.
Fostes tu que quando deste-me a vida, perdeu noites de sono com o meu choro e alimentou-me com o teu carinho, afeto e amor.
Mais tarde encheu-me as noites com as mais belas histórias, cujo repertório encantado não tinha fim.
Ensinou-me a falar, sustentou-me nos primeiros e incertos passos e de mim cuidou, até que de cuidado, passei a me cuidar sozinho.
A carta que ora te escrevo, e como já mencionei, é pobre em expressar os sentimentos vivos que intento passar-te, não peca porém pela a intenção.
O ato de te enviá-la é rico e nobre.
É cheio de uma santa vontade que por si só se justifica.
Nos anos que passaram, e nós a nos distanciarmos, tu te tornastes mais bela, sábia, mais querida e mais amada por mim.
Quero que saibas que és, fostes e serás sempre a fonte eterna e primeira de carinho e amor deste teu filho distante, porém sabedor e presente espiritualmente, de todas as bênçãos concedidas pelo Criador através de ti, Mãe, única e sempre tão querida Mãe.


Gravura : colégiouniversitas.com.br

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.
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Nota do blog:
Além da bela crônica do professor Bérgson, o "Suaveolens" recebeu do colaborador Gonçalo Felipe, de Nova Russas, alguns dizeres inspirados alusívos ao Dia das Mães. Vejam:
3 Anos: "Mamãe, te amo." 11 Anos: "Mãe, não enche." 16 Anos: "Minha mãe é tão irritante." 18 Anos: "Eu quero sair de casa." 25 Anos: "Mãe, você tinha razão." 30 Anos:" Eu quero voltar pra casa da minha mãe." 50 Anos: "Eu não quero perder a minha mãe." 70 Anos: "Eu abriria mão de TUDO pra ter minha mãe aqui comigo.
Abraços

4.5.11

LABUTA INGLÓRIA

Foto de minha amiga Inês da Lagoa dos Tavares-Ipueiras-Ce


Dia 1º de maio - Dia do trabalho - Minha homenagem a dona de casa

Por
Dalinha Catunda
*
Mal o dia amanhece,
Ela já está de pé
Acorda vai pra cozinha,
Depressa faz o café.
Nunca sem antes rezar,
Alimentando sua fé.
*
Após servir o café,
Pra família reunida,
Filhos vão para escola
Marido segue pra lida,
Ela volta pra cozinha
Já pensando na comida.
*
Faz o café da manhã,
Faz almoço, faz jantar.
Lava louça, varre casa,
Sem pensar em descansar
Pega a roupa pra lavar,
Já pensando em passar.
*
Da dita dona de casa,
É assim o dia-a-dia.
Uma tarefa após outra
Sem aposentadoria.
E sem remuneração,
Só a fé lhe alivia.
*
Hoje, dia do trabalho,
Quero homenagear,
A nobre dona de casa,
Que só vive a labutar,
Sem ter reconhecimento
Sem ser rainha do lar.
*
Foto e texto de Dalinha Catunda
Visite: www.cordeldesaia.blogspot.com
www. rosarioecordel.blogspot.com

Maria de Lourdes Aragão Catunda, nascida em Ipueiras-Ceará, é conhecida nos meios literários como Dalinha Catunda, é poetisa, cordelista e cronista, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Também tem blog próprio - cantinhodadalinha.blogspot.com.

LINDA CAPITAL CEARENSE


Por
Bérgson Frota

Verdes mares bravios, rápidas e espumantes ondas escuras a te lamber as praias, assim és tu Fortaleza, nas noites em que teu mar revolto às vezes e outro manso te banha, como um ritual de amor a uma terra querida, e neste ato a tua luminosidade praiana fica a disputar com a lua a beleza que mais estar a parecer uma cândida gravura.
Chegastes minha adorada terra aos 285 anos, capital pujante, onde hoje o jangadeiro teu fiel amante e o homem de negócios teu mais novo ocupante, são os mais presentes símbolos do teu passado e do teu presente.
Onde a rendeira como a substituir a índia bela do passado tece com bilros de luz um novo destino a cruzar com o que foste e criar o novo sem esquecer o velho.
Tuas antes ruas estreitas alargaram-se e hoje mais parecem artérias de luz quando o astro rei dormita e desperta o círculo prateado no teu céu.
Tuas praias e arranha-céus te lapidam em harmoniosa paisagem, és a pérola das metrópoles nordestinas, que cresce em harmoniosa beleza a encantar os que a ti visitam e os quem em ti residem.
Linda capital, mui linda capital cearense.
Nós teus filhos assim te olhamos, sentimos e amamos.
No passado distante, nascestes de um forte cercado de dunas, protegendo-se do corsário holandês que não deixastes ficar. Hoje o teu presente brinda o teu futuro, és palco de shows e manifestações diversas.
No dia 13 de abril passado, do céu o grandioso brilho das estrelas ficaram apagados. Porque aqui tuas luzes foram mais fortes, rompendo com teu brilho terreno, as gasosas nuvens que sobre ti pairavam, o teu brilho subiu formando uma aura jubilosa sobre todo o teu habitável campo.
O rosto de cada vulto em pedra e metal moldados, refletiram a alegria, felicidade e esperança dos teus habitantes.
Feliz aniversário linda capital cearense, feliz aniversário Fortaleza, que o progresso seja a tua herança.



Foto : artedesernoiva.blogspot.com

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

1.5.11

MEU CORRUPIÃO VERMELHO

Por
Bérgson Frota

Toda criança que viveu uma parte de sua infância no interior já criou um pássaro e por ele se afeiçoou.
Também eu a imitar meu pai, criador de canários, tive o meu.
Era um corrupião vermelho, essa esplendida ave da biodiversidade de nossa caatinga, também conhecida por sofrê, nome que eu nunca soube o significado.
Ficava eu a esperar o fim da aula para correr e ver meu pássaro na gaiola da nossa cozinha. O corrupião tem a coloração laranja-vivo, bico preto e íris amarelo-limão, na caatinga costuma ainda hoje a se destacar entre as muitas aves canoras.
Vive em bandos familiares e alimenta-se de flores do ipê amarelo, insetos e frutos diversos, como o do mandacaru.
Saindo desta descrição, confesso que para uma criança um pássaro tomava todo o tempo, mas cheios de cuidados que era um prazer de se exercer.
Sendo um dos poucos pássaros que consegue imitar o som de outras aves, tinha ele, lembro, um excelente canto.
Sua capacidade de reprodução de sons é tão intensa que ele consegue treinado cantar até notas próximas do hino nacional brasileiro.
Aquela ave para mim despertava muita alegria, como disse, seus sons eram de uma beleza sem igual.
Depois de seis meses na gaiola, começou a tornar-se amarelo, fiquei preocupado, meu pai porém, grande conhecedor de pássaros, falou-me não ser nada, a mudança da cor era devido à falta de insetos suprimido por mim, e essencial na sua dieta quando livre.
Pensei muito depois de saber disso, passou-se uma semana e um dia levantei-me e levei cedinho, num ensolarado domingo a gaiola até a beira do rio, e lá com tristeza, soltei minha ave.
Que tivesse sua liberdade, que fosse cantar livre na caatinga, e que principalmente se vestisse novamente de sua bela roupagem.
Em casa ao ver-me entrar com a gaiola vazia meu pai entendeu, e para conformar-me prometeu-me um gola-estrela, que não demorei a ganhar, mas isto é outra história.
Naquele dia triste pela ausência do belo canto, conformei-me. Pelo menos agora ele tinha a liberdade, os insetos e logo teria a plumagem bela, a qual muito me encantou ao vê-lo pela primeira vez, no dia feliz em que lhe ganhei.


Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.