Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

7.4.09

RESGATE LITERÁRIO DE IPUEIRAS - BÉRGSON FROTA - I

ONDE NASCE O RIO JATOBÁ
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Por Bérgson Frota
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No livro Terra dos Clones e outras estórias o escritor ipueirense Frota Neto inicia o conto Mariazinha do Poço, assim escrevendo: "O Jatobá é um rio de areia que só se enche d'água uma vez, no inverno, e quando enche, de ano em ano. Ele não banha, corta Macambira ...", nome fictício este, com o qual o escritor se refere à Ipueiras.
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Em Versos versus minha Vontade, livro poético de Jeremias Catunda se lê no trabalho "Minha Terra", precisamente na segunda quadra : "Charmoso corre o velho Jatobá ... / Sereno às vezes, às vezes violento / Como se Tritão raivoso, ciumento, /A ninguém mais deixasse se banhar."
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Tanta importância ao tão citado rio talvez se dê pelo fato único deste nascer em Ipueiras, precisamente no coração do município. Os dois trechos sobre o rio Jatobá mostram o quanto o rio ipueirense, embora passe mais tempo seco do que cheio, visto ser sazonal, toca com profundidade a verve poética e a prosa dos filhos da terra.
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Quando o rio do Engenho, barrento, revolto, vindo dos sertões e várzeas cruza a ponte que leva ao bairro Vamos-Ver, junta-se a um outro, o rio Pai Mané, de águas límpidas e ácidas vindas da azulada Ibiapaba. É desta união que surge o Jatobá, descendo então com águas mornas e barulhentas às vezes barrentas outras silenciosas e cristalinas.
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Fazendo um trajeto sinuoso corta a ponte do Idálio e desce trazendo nas primeiras levas de chuva, bolas de juá, fruta lodosa e farta, misturada a mutambas negras que vão se espairar nas areientas e outras vezes barrentas margens das Crôas e das terras do Lamarão quando mais embaixo chega.
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Serpenteando pelo município o rio mais além de que antes entrava no Acaraú, quando cheio hoje já deságua no açude Araras, marcando neste trajeto em épocas invernosas as rotas de piaus e curimatãns carregadas de ovas, prateadas branquinhas que rio acima se lançam em direção às cabeceiras do mesmo.
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Assim é o Jatobá, o rio de Ipueiras. Seco na maior parte do ano, mas quando cheio, um espetáculo borbulhante e roncador, fazendo grandes redemoinhos no seu "desfilar" como se nesse percurso afirmasse com mais força seu renascimento a cada nova estação chuvosa.
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Foto: travessia a pé do rio, no início dos anos 40. br.geocities.com/primeiracoluna/ponte_idalio2.jpg
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Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.
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NOTA DO BLOG: Por escolha do próprio autor, "Onde Nasce o Rio Jatobá" representa, na série "Resgate Literário de Ipueiras", o escritor Bérgson Frota. Republicamos portanto o artigo neste novo enfoque.

2 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

A série "Resgate Literário de Ipueiras" do blog Suaveolens, orgulha-se de republicar o presente artigo do escritor Bérgson Frota, dando seqüência à série. Um abraço a todos.

7.4.09  
Blogger Dalinha Catunda disse...

Bom, eu tenho paixão pelo, Jatobá. Fui piaba daquele rio.Este é um dos textos de Bérgson que mais gosto. Além do seu relato esclarecedor sobre os rios que desaguam no Jatobá, ele inicia com textos maravilhosos de Frota Neto e Jeremias Catunda.
Ótima escolha.
Um abraço,
Dalinha

7.4.09  

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