Por Luiz Alpiano Viana
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Eu converso com elas de manhã, de tarde e de noite; cedinho, assim que me acordo, visito-as e as cumprimento delicadamente. Digo-lhes: bom dia! Boa tarde e boa noite! E, inclusive, quando me vou, peço-lhes licença para sair. Elas não se acanham e me respondem quando falo. Pelo que vejo não são tímidas nem mudas. Sinto que me ouvem e em agradecimento me perfumam a varanda e a sala de meu apartamento. Eu não sabia que elas me amam ou pelo menos querem ter boa relação comigo!
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Dizem que quando ficamos mais velhos aderimos a igrejas, movimentos sociais, animais e plantas. Mas eu gosto de tudo que tem a mão de Deus há muito tempo, não é de agora que passei dos sessenta.
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O perfume que as rosas soltam em minha varanda tem um toque genuinamente divino. Olho em volta e sinto a presença viva Dele, do Criador! Só não O vê quem não quer! Tremo por sentir que essa perfeição vem de Deus. O próprio homem é a prova incontestável que a Obra existe e deve ser seguida por todos.
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Nunca imaginei que um dia me apegasse tanto às plantas a ponto de me enamorar delas e para as quais fazer versos e rimas de amor! Os poetas que conheço também falam que a natureza é bela, e, com especial ênfase elegem as rosas, estrelas dos jardins.
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Não é verdade que só as mulheres gostam do belo, mas há homens que têm refinado gosto pelas coisas bonitas como pinturas, esculturas, etc. Nossos olhos e nosso coração se irmanam sentimentalmente para admirar o que de mais sublime existe: a natureza em sua plenitude original.
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As mulheres e as rosas são diferentes, é claro. Mas elas têm a ver uma com a outra. Estão sempre juntas; é harmonia de quinta-essência! Aquelas têm vida espiritual, sentimentos e amor em abundância para dar; estas enfeitam os jardins, relembram datas, e ainda têm uma relação poderosíssima com eventos sociais, aniversários e namorados. Quem delas cuida, digamos das rosas, já conhece muitos de seus segredos e conservá-las podadas e imunes às ervas daninhas, e a alguns tipos de insetos, é providencial, pois crescem viçosas. No meu pé de cidreira – por exemplo - apareceu uma lagarta preta destruindo tudo. Aparei todos os galhos, podei-o, enfim, dei-lhe termo á festa que fazia.
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Fiquei triste quando viajei que uma delas morreu. Morreu de sede... O solo estorricou, suas pétalas secaram, sumiram e o perfume que antes despoluía a área, acabou-se. Quando vi aquele quadro me culpei por não tê-las recomendado aos meus filhos. Depois lamentei não ter dela uma foto para numa hora dessa lembrar como era antes.
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Ensino aos meus filhos e netos a protegerem a natureza, pois se não fizermos agora, daqui a umas poucas décadas não sobreviveremos! Então, vemos isso com os olhos do futuro, que as próximas gerações encontrem um planeta fértil, sadio e limpo onde respirem bem. Eu só respiro bem porque minhas plantinhas despoluem o ambiente.
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Nesse Natal me dediquei muito ao cultivo das plantas. Não esqueci que aquelas outras, lindas e maravilhosas, que sem as quais seria difícil a vida, dedico meu respeito e minha gratidão.
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NATAL é amar a tudo que existe e FESTEJÁ-LO todos os dias. NATAL é praticar e divulgar o amor sem fronteiras.
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Foto das plantas: site tachospanelasecolheresdepau.wordpress.com
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Aos 61 anos, o ipueirense Luiz Alpiano Viana, é uma apaixonado por sua terra natal. As suas memórias e saudades de Ipueiras estão sempre presentes em suas crônicas, a exemplo de “Saudade” e “O astuto cirurgião”, narrativas que trazem de volta velhas e boas recordações. Tendo morado na cidade de Crateús/CE e em Brasília/DF, atualmente reside em Forteleza/CE e é funcionário aposentado do Banco do Brasil.
6 Comentários:
O Natal de Luiz Alpiano começa com as plantas. Mais uma contribuição deste cronista ipueirense que prima pela sensibilidade e universalidade. Desfrutem.
LUIZ,MEU AMOR!!PARABÉNS MAIS UMA VEZ,POR SUA SENSIBILIDADE AO ESCREVER ESSE LINDO TEXTO!BEIJOS GRAÇA CHAVES
Boa tarde... Quando eu cultivava flores meu esposo mandava que eu conversasse com elas, mas acho que nunca descobri a linguagem certa, quando ele viajava elas não eram tão exuberantes... Belo texto, parabéns. Abraços.
Olá Alpiano,
Parabéns pela sua sensibilidade, por esse seu apego a natureza e pelos seus belos escritos que sempre aprecio com gosto.
Um abraço,
Dalinha
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