Por
Bérgson Frota
É noite, uma noite de luar que já
está se indo, a alvorada avança, e um vasto jardim orvalhado espera impaciente
o surgimento do astro rei.
A lua vai perdendo brilho, as estrelas
apagando e o céu clareando.
Já se vê o campo vasto esverdeado.
Feito um tapete de multicolorido de flores.
Muitos botões de rosas fechados, um
cheiro forte, raro e desejado, e de repente o sol surge, num tom amarelado a
parecer ouro.
As rosas de forma lenta acordam,
uma em especial, uma flor rara, tende a demorar a abrir-se para a claridade
aurífera do sol.
No campo do vasto jardim há flores a
perder de vista, sobre elas abelhas já voam, as borboletas riscam com cores
diversas tecendo um belo cenário.
O sol vai subindo, e a flor ?
Àquela que ainda não desabrochou ?
Perde ela a visão magnífica que há
muito se desfralda.
Por fim, rara flor da Índia, de
custoso desabrochar, abre lenta e preguiçosa suas pétalas de um violeta
prateado. Porém antes que contemple tudo a sua volta e maravilhar-se, sente dor
profunda, um rápido corte na sua haste.
Um jovem apaixonado a oferece a sua amada.
--- É rara, só desabrocha uma vez
por ano, vem da Índia e a encomendei para te dar, representa o amor puro e
verdadeiro, é o que tenho a te oferecer.
A flor sabe, sabe que com alguns
dias estará a murchar.
A namorada o beija, e até hoje
àquela tão especial flor, está entre as folhas de seu diário, marcando com sua
presença, o início de uma grande e feliz paixão.
Foto da flor : olhares.uol.com.br
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.
1 Comentários:
SEMPRE BEM VINDO, AMIGO. PARABÉNS.
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