CORDEL NA FLIT

CORDEL NA FLIT -

AVISO DE DALINHA CATUNDA

O Governo do Estado do Tocantins, por meio da Secretaria de Educação realizará, no período de 25 de julho a 03 de agosto de 2011, em Palmas, a Feira Literária Internacional do Tocantins – FLIT.

O cordel que vem tendo um ano promissor terá um espaço especial na FLIT. Além de cordelistas, repentista e declamadores de vário...s Estados a ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, convidada, terá boa parte de seu colegiado participando deste evento.O Presidente Gonçalo Ferreira da Silva, Mestre Azulão, Chico Salles Moreira de Acopiara, Manoel Monteira e eu Dalinha Catunda uma saia entre tantas calças.Farei o recital: “Sertaneja, Sim Senhor!” Em duas apresentações, nos dias 30 e 31. Além de nossas apresentações teremos o espaço Estação Cordel na Praça dos Girassóis para expor e vender nossos cordéisO Cordel de Saia dará mais informações no decorrer da semana.

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BELA DAMA DO CERRADO

Palmas, linda capital
No centro desta nação
Totalmente programada
Assim foi tua construção
Muito bem arborizada
E vendo-a fico encantada
E até faço louvação.

És maior em Tocantins
Mimosa flor do cerrado,
Tão jovem e tão bonita
Bem segura em teu traçado
Olhando tuas palmeiras
Relembro minha Ipueiras
Que até hoje é meu condado.

A Palma do buriti
Que é farta no Jalapão
E também é encontrada
Pras bandas do meu sertão.
Bela dama do cerrado,
Neste encontro bem marcado
Roubaste meu coração

Dalinha Catunda

A LEMBRANÇA DE UM PAI

Por
Bérgson Frota

Pai, já faz algum tempo que partistes deste plano rumo à eternidade. Ficou-nos a saudade a despertar como um espinho a tua lembrança em nossas almas.
Sabes, sinto falta de nossas conversas. De ouvir tuas histórias, sempre narradas e polidas que só o teu falar conseguia.
Queria, queria, queria ...
Mas tanto são os quereres, que se perdem num horizonte das vontades sem respostas, tantos que cansa-me a mais e mais desejar.
Passaram-se dois anos que partistes, e parece a mim uma década.
Neste tempo em que tua ausência fez-se presente, a saudade e a lembrança se tornaram mais fortes.
Dizem os poetas, o que tu também o fostes, que não morrem àqueles que são lembrados. E confesso, é este o teu caso, tu que partistes na hora certa, aquela determinada, já marcada desde o teu nascimento, mas deixando aqui o teu digno exemplo e a tua sempre ausência presente.
As coisas nem sempre são como queremos, mas são corretas nos ditames de Deus.
Assim como o falar contigo num sonho, espero que me ouças, e através deste onírico canal, possa eu de fato te atingir.
O tempo corre, e tu cá fizestes tua história, de erros e acertos como todo mortal. Por fim partistes.
Saudades e lembranças de teu filho, Pai eterno e sempre querido.

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Crédito da imagem :pensamentoseprosas.blogspot.com

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

HEPATITE ZERO

Por
Jean Kleber Mattos
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Programa "Fantástico" da Rede Globo, do dia 17 de julho de 2011. Como tema de reportagem, a Hepatite B, doença viral terrível que pode passar despercebida durante anos podendo ainda resultar em cãncer do fígado.

Foi dito que as fontes de contágio são várias, incluindo o parto quando a mãe é portadora e os serviços de manicure. Para o parto, valem as injeções imuno-medicamentosas no recém nascido e na manicure a esterilização prévia dos instrumentos próprios.

Sempre que se estabelece uma relação de causa e efeito entre uma profissão e uma doença, a imprensa escolhe alguém ou uma profissão para ser o saco de pancadas.

Sendo o principal protagonista da reportagem o mesmo médico da desastrosa série "Serve pra que" do mesmo Fantástico, temí pelo destino das valorosas profissionais da manicure.

Ao contrário, as profissionais da manicure foram tratadas com respeito e humanidade.

Apenas suas singelas respostas eram captadas e confrontadas com estatísticas do uso da esterilização de seu instrumental.

Profissionais tratadas com respeito e dignidade, graças a Deus.

Para mim ficou claro mais uma vez que podemos dar todos os recados sem ferir a ética e com o devido respeito às pessoas.

Parabéns, Rede Globo

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Foto do tema Aleluia: site universocristao.com/produto/1255-cd-aleluia--diante-do-trono-13

O SOLITÁRIO MARA HOPE

Por
Bérgson Frota

Bem próximo da orla de Fortaleza está um grande cargueiro encalhado, recebendo sol, chuva, vento e a umidade marinha junto com pancadas constantes das ondas, aonde aos poucos e silenciosamente a maresia o vai destruindo, até o dia em que finalmente o mar o fará desaparecer para sempre.
É o Mara Hope, o solitário petroleiro.
Deixado ao sabor do tempo desde 1985, este navio recebeu muitos nomes e riscou os oceanos. Coube ao desejo de Netuno fincá-lo preso às areias diante do verde mar cearense que banha a orla e a servir mesmo por um século ou meio de uma atração que não deixa de retratar a solitária sina de um agora inerte cruzador de mares.
Poeticamente poderia ser visto como um capricho dos deuses prendê-lo, condenando ou a presenteá-lo a presenciar o progresso da capital cearense.

A título de imortalidade, no cinema o Mara Hope se eternizou na cena final do filme Bella Donna de Fábio Barreto (1998), quando a atriz americana Natasha Henstridge de sua proa, em ângulo fechado dá adeus a um jangadeiro ( Eduardo Moscovis ) que na fita acompanha o grande barco a se despedir.
Ainda hoje, mais desgastado, o grande cargueiro esporadicamente recebe visitantes que o escalam por uma escada metálica presa a parede do navio.
Nas noites de forte ressaca, fico às vezes a lembrar daquele barco escuro, esquecido e sem mais utilidade. Será que se move o velho cargueiro ? Existe sim um som de ranger ouvido como um gemido sentido, talvez de saudade do passado ou a chorar lamentando sua agora solidão.
Ao Mara Hope, onde já há muito tempo estive, dedico esta crônica com feliz saudade.

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Crédito das fotos : (navio) mardoceara.blogspot.com

(filme) filmkultura.hu


Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

ERA UMA NOITE DE LUA CHEIA

Por
Bérgson Frota

Era uma noite de lua cheia. Havia acabado de escrever um artigo, e com uma xícara de café fumegante numa das mãos, debrucei-me na sacada do oitavo andar de meu apartamento.
Estava cansado pois o dia havia sido cheio, então deparei-me com a bela imagem da lua cheia, brilhando sobre Fortaleza.
A luz era tão forte que não permitia ver o contorno nítido do belo astro sobre a cidade, e mesmo com o vento forte obrigando-me a agasalhar-me, não titubeei, e fui correndo buscar caneta e papel.
Olhava para o céu, e depois escrevia os versos inspiradores da visão que me tocava, assim a poesia ia criando corpo.
Naquela noite as “musas” me inspiravam.
Pôr em versos a beleza platinada, arquétipo feminino a inspirar os apaixonados, tornando o céu como um salão só seu, ofuscando estrelas e espantando as abusadas nuvens.
Assim nasceu este poema, ao qual dei-lhe o nome :

Uma noite de Lua cheia

Naquele céu longínquo
A lua cheia estar a brilhar
A fascinar a todos
No seu lento trilhar.

Perto dela as estrelas se apagam
E as nuvens tendem a se afastar
E ela a brilhar desfila
Com sua luz à terra toda a banhar.

Corre lento o seu passar
Talvez na sua missão de inspirar
Com sua beleza a parecer epifania
Aos poetas e boêmios, tocando-os com alegria.


Crédito da imagem : tecnocibernetico.wordpress.com

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.