A LEMBRANÇA DE UM PAI

Por
Bérgson Frota

Pai, já faz algum tempo que partistes deste plano rumo à eternidade. Ficou-nos a saudade a despertar como um espinho a tua lembrança em nossas almas.
Sabes, sinto falta de nossas conversas. De ouvir tuas histórias, sempre narradas e polidas que só o teu falar conseguia.
Queria, queria, queria ...
Mas tanto são os quereres, que se perdem num horizonte das vontades sem respostas, tantos que cansa-me a mais e mais desejar.
Passaram-se dois anos que partistes, e parece a mim uma década.
Neste tempo em que tua ausência fez-se presente, a saudade e a lembrança se tornaram mais fortes.
Dizem os poetas, o que tu também o fostes, que não morrem àqueles que são lembrados. E confesso, é este o teu caso, tu que partistes na hora certa, aquela determinada, já marcada desde o teu nascimento, mas deixando aqui o teu digno exemplo e a tua sempre ausência presente.
As coisas nem sempre são como queremos, mas são corretas nos ditames de Deus.
Assim como o falar contigo num sonho, espero que me ouças, e através deste onírico canal, possa eu de fato te atingir.
O tempo corre, e tu cá fizestes tua história, de erros e acertos como todo mortal. Por fim partistes.
Saudades e lembranças de teu filho, Pai eterno e sempre querido.

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Crédito da imagem :pensamentoseprosas.blogspot.com

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.