Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

17.9.24

 

Rio Diamante

Por

Francisco Antônio Bezerra de Sousa

Um pequeno rio intermitente é o rio Diamante, localizado no sertão oriental cearense, que se forma a partir dos distritos de Livramento e Gázea no município de Ipueiras, no sopé da serra da Ibiapaba ou Serra Grande, no “pé da serra”, como se diz popularmente. O nome “Livramento” pode ser de origem religiosa, no sentido do que diz o salmista: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Salmo 34, 19). Já a palavra “Gázea”, feminino de gázeo ou garço, que quer dizer olho esverdeado ou verde-azulado ou cavalo cujos olhos ficaram ou são dessa cor ou cavalo de pelagem albina, um cavalo gázeo ou “gazo”, popularmente dito. No feminino, uma mulher de olhos esverdeados, gázea ou gaza. Não se sabe se é por causa de algo relacionado a estes significados que os dois lugarejos receberam os respectivos toponímicos. O fato é que ali nas suas cercanias surge o pequeno rio.

Em seu curso, o declive do terreno empurra-o para o sul, pois a oeste não pode seguir, devido a altitude do sopé da Serra. Segue, então, – para dizer um lugar comum – serpenteando, faz curvas aqui e ali, como se fora uma serpente, uma cobra coral, uma jararaca, uma cascavel, contorcendo-se sobre o próprio dorso, para avançar.

Sua bacia abrange quatro municípios dos sertões cearenses, Ipueiras, Ararendá, Ipaporanga e Crateús. A nascente fica em Ipueiras e a foz em Crateús. Os ipueirenses o consideram seu, pois nasce no município deles; na verdade têm o rio, mas dele pouco usufruem, visto que a maior parte do seu curso situa-se nos municípios de Ararendá e Ipaporanga. Estes dois municípios não existiam no início do século 20. Somente havia Ipueiras e Crateús. Ipueiras originou o município de Nova-Russas e este os outros dois. Em seu percurso atravessa a rodovia estadual Ce-265, no trecho entre Ararendá e Nova-Russas, e a BR-404 (Ce 189), entre Ipaporanga e Crateús. Sobre a origem do nome Diamante não há registro. Não é nome indígena, certamente. Também não se sabe se foi encontrado algum diamante em seu leito.  Por que então teria esse nome? Se não há registro em livros, e se sua origem estava na memória das pessoas e o nome foi transmitido por tradição oral, o passar dos anos dificulta obter resposta. É, no entanto, como uma pedra preciosa, uma joia rara, de inestimável valor. É de valor incalculável a água que espalha pelo sertão árido, criando vida, matando a sede dos homens, dos animais e das plantas. Embora esteja seco a maior parte do ano, quando chove, porém, o caudal se forma rapidamente e extravasa o leito, espalhando-se pelas áreas ribeirinhas. Quem o vê seco, mal pode imaginar a quantidade de água que por ali passa durante as chuvas. Pode acontecer que uma chuva com duração de poucas horas, venha despejar boa parte do volume de água que cairia o ano todo.  Passada a chuva, aqui, ali e acolá sobram poças d’água a céu aberto, outra parte da água se acumula abaixo da superfície, nos solos argilosos cobertos de cascalho cristalino. O homem perfura o leito seco do rio, faz “cacimbas” e poços, para obter água para si e para os animais. Em seu percurso, encontra principalmente solos acinzentados, argilosos e profundos, de relevo plano a suave ondulado, que constituem as “vargens” e as “croas”. Uma vegetação bem característica ali brota. Nas barrancas do rio, vicejam as ingazeiras e as oiticicas, com suas enormes copas. Estas fazem sombra benfazeja durante o dia e escuridão aterrorizante durante a noite, e seus frutos do tipo baga, que produzem óleo.  Produto que já foi riqueza no sertão, mas perdeu importância, a partir do surgimento dos derivados de petróleo; nas “vargens”, as canafístulas aprofundam suas raízes no solo argiloso e captam água para estarem verdes o ano todo e rebrotarem quando são cortadas, mesmo quando não chove. Os jucazeiros fazem o mesmo e as carnaubeiras, com suas folhas em forma de leque, farfalham ao sabor do vento morno do sertão. As fruteiras também surgem aqui e ali, principalmente cajueiros e mangueiras. Estas formam ilhas de vegetação. O sítio dos Targinos, em Ararendá, há mais de um século, produz variados tipos de saborosas mangas. Isso, em se falando das espécies de maior destaque, mas tantas outras estão presentes. Afastado do rio, em relevo ondulado e suave ondulado, estão os solos vermelho-amarelo ora argilosos, às vezes arenosos, também pedregosos. Ali outras espécies vegetais se manifestam: juazeiro, sabiá, angico, juremas preta e branca, imburana, marmeleiro, mufumbo, catingueira, pereiro, mandacaru e muitas outras, cada qual com suas características intrínsecas e utilidades, inclusive propriedades medicinais.

Em todo seu percurso, desde a nascente, o Diamante corre livre, sem nenhum barramento, e somando-se a outros rios vai desaguar no rio Poti. Este sai do Estado do Ceará e entra no Estado do Piauí. O rio Poti e seus rios tributários, inclusive o Diamante, liga os dois estados e conflui com o Rio Parnaíba, que desemboca no Oceano Atlântico, formando o belo e selvagem Delta do Parnaíba. Este maravilhoso acidente geográfico, mesmo tão distante e tão diferente, recebe um pouco das águas e areias que vêm do sertão por meio do rio Poti e seus tributários, inclusive o Diamante. 

Este roteiro que existiu por muitos anos, na atualidade do século 21 será alterado, com a construção da barragem Fronteiras, sobre o leito do rio Poti, no município de Crateús, Ceará, próximo à divisa com o estado do Piauí. Os piauienses temem que essa barragem mude para sempre as condições hidrográficas do rio Poti em seu território. O volume d’água poderá diminuir e quem sabe o Poti poderá até secar. Os seus belos “cannions” perderão o atrativo turístico. O futuro dirá.

O rio Diamante na parte final do seu percurso também terá suas condições hidro geográficas alteradas. Sua foz não será em outro rio, mas na barragem. Suas águas serão represadas e cobrirão áreas rurais, estradas e construções, mudando bastante o cenário que existiu por muitos anos. Não deverá sofrer alteração, no entanto, a parte que delimita o território, no qual se iniciou a estória, que se contará em outros textos.

CURRÍCULO DO AUTOR

FRANCISCO ANTONIO BEZERRA DE SOUSA, nasceu em Nova-Russas, Ceará, em 1952. Migrou para Brasília-DF, em 1971. Graduou-se em Engenharia Agronômica na Universidade de Brasília – UnB, em 1980. Foi aluno do Professor Emérito Jean Kleber de Abreu Mattos, o qual também foi seu orientador na monografia de graduação. Ingressou no quadro de Engenheiros Agrônomos do Banco do Brasil, em 1981, onde trabalhou por 35 anos, até aposentar-se em 2016. Graduou-se em Direito, no Centro Universitário do Distrito Federal - UDF, em 1997. É inscrito na OAB-DF, mas não milita na advocacia. Concluiu pós-gaduação lato sensu, em 2003, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ, Piracicaba, SP, no curso fechado MBA AGRONEGÓCIOS, patrocinado pelo Banco do Brasil. O presente artigo Rio Diamante é um capítulo do livro que está pretendendo publicar sobre a vida do seu pai DAMIÃO DE SOUSA BEZERRA, que nasceu na Fazenda Salamanta, em 1919, à época pertencente ao município de Ipueiras, Ceará, e atualmente pertencente ao Município de Ararendá, no mesmo Estado.  O artigo não é técnico, mas pretende ser literário.


17.7.24

 DICIONÁRIO CRIATIVO

AUTOR INCÓGNITO 

Testículo.............: Texto pequeno.
Abismado.............: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor............: Colocar preço em alguma coisa.
Biscoito................: Fazer sexo duas vezes.
Missão..................: Culto religioso com mais de três horas de  duração.
Padrão..................: Padre muito alto.
Estouro................: Boi que sofreu operação de mudança de sexo.
Democracia..........: Sistema de governo do inferno.
Barracão..............: Proíbe a entrada de caninos.
Homossexual.......: Sabão em pó para lavar as partes íntimas.
Ministério.............: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas.
Edifício.................: Antônimo de "é fácil".
Detergente............: Ato de prender seres humanos.
Armarinho.............: Vento proveniente do mar.
Eficiência..............: Estudo das propriedades da letra F.
Conversão............: Papo prolongado.
Barganhar............: Receber um botequim de herança.
Fluxograma..........: Direção em que cresce o capim.
Halogênio.............: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes.
Unção...................: Erro de concordância verbal. O certo seria "um é".
Expedidor.............: Mendigo que mudou de classe social.
Luz solar..............: Sapato que emite luz por baixo.
Cleptomaníaco.....: Mania por Eric Clapton.
Tripulante............: Especialista em salto triplo.
Contribuir............: Ir para algum lugar com vários índios.
Aspirado..............: Carta de baralho completamente maluca.
Coitado................: Pessoa vítima de coito.
Cerveja.................: O sonho de toda revista.
Regime Militar......: Rotina de dieta e exercícios feitos pelo exército.
Bimestre..............: Mestre em duas artes marciais.
Caçador...............: Indivíduo que procura sentir dor.
Suburbano..........: Habitante dos túneis do metrô.
Volátil...................: Avisar ao tio que você vai lá.
Assaltante............: Um "A" que salta.
Determine............: Prender a namorada de Mickey Mouse.
Pornográfico........: O mesmo que colocar no desenho.
Coordenada..........: Que não tem cor.
Presidiário............: Aquele que é preso diariamente.
Ratificar................: Tornar-se um rato.
Violentamente.......: Viu com lentidão.
Diabetes...............: As dançarinas do diabo


9.9.23

 

Estação Ferroviária de Ipueiras
Ilustração da artista Lidiane Ribeiro de Ipueiras

SAUDOSA IPUEIRAS

Por
Belchior Chaves (2019)
 
Minha cidade é pequena
Mas grande é a inspiração,
Para lembrar nesses versos
Da beleza do meu Sertão.
 
A minha cidade tem ares 
Onde só tem no meu interior,
Da minha janela eu via 
Um esbelto Cristo Redentor.
 
Saudade da minha terra
Da simplicidade do povo feliz,
Do forró que animava a Serra,
E da novena da igreja Matriz.
 
Aí que doce lembrança
Às vezes me pego a lembrar,
Da banda que animava às noites
E dos banhos no rio Jatobá.
 
As rezadeiras de orações antigas
Noites de fogueira de São João,
Um repentista violeiro cantando
Pernoites de história de assombração.
 
Na feira vendendo beiju e rapadura
Os conselhos do meu avô,
No rádio tocava o nosso Gonzagão,
E aquela voz de trovão do meu amigo locutor.
 
A escolinha em  que estudei
Os amigos da minha rua,
Jamais eu esquecerei
Lembranças da prateada lua.
 
Os versos de Dalinha Catunda
A arte do cordel eu sempre lia,
Gerardo Mello Mourão, Frota Neto
José Costa Matos, artistas 
E escritores do meu torrão repleto.
 
O Sol lindamente na serra se pondo
E o vento nos leques da carnaubeira,
Um galo campina cantando
Embelezando a cidade de Ipueiras.
 
Que o caminho do progresso passe 
Sem atropelar o passado,
Pois o presente vivido e futuro
Nas nossas mãos de lado a lado.

Francisco Belchior Chaves de Almeida, nasceu em  1994 em uma pequena cidade chamada Ipueiras, localizada  no  interior do Ceará. Atualmente  mora em São Paulo, trabalha em um restaurante, mas sempre quando sobra algum tempinho se  dedica à leitura e à escrita, na qual usa como uma terapia,  participou  de  alguns  saraus on-line em São Paulo e no Rio de Janeiro. Desde 2019 participa  do movimento artístico Café com Poesia em São Paulo, no qual tem vários poemas publicados em antologias desse mesmo sarau. Também participou  do sarau Um Brinde A poesia de Niterói em 2020 e também da coletânea  INFLEXÕES em 2021.  Também colaborou  um  poema publicado na revista Entre Versos de Minas Gerais em 2021. Publicou em 2022 seu primeiro livro de poemas Na Trilha da Alma Poética pela Filos Editora. Apesar da pandemia do novo vírus, ele faz da  arte e da leitura e escrita principalmente da poesia uma arma de superação contra vários problemas tão comuns em tempos de crises.


 
 


12.4.23

 


PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE OVNIS

Por

Jean Kleber

Meus colegas sabem que eu me interesso por plantas medicinais, vida extraterrestre e espiritismo. Tempos passados em uma reunião, um deles, em tom de brincadeira, disse que eu estava me transformando em um guru.

Levei aquilo na brincadeira. No meu pensamento contudo, uma luzinha amarela surgiu. Era preciso evitar que alguém mais levasse a sério aquela declaração e criasse alguma expectativa religiosa a meu respeito.

Passei a evitar minha exposição como pessoa ligada a algum credo e assuntos polêmicos, tais como os OVNIS. Somente para os familiares e amigos mais próximos mantive aqueles assuntos em conversações.

Religião não ocupa espaço. Ela é definida como fé. Confiança e fidelidade a uma doutrina que envolve a comunicação com entidades não tangíveis do ponto de vista material.

É perigoso corporificar a religião numa pessoa. Num guia. Um ser humano, por definição falível. Inesperadamente essa pessoa pode cometer uma falha moral que teria como consequência o desprestígio da religião adotada e a desistência dos seguidores em cultuar aquele corpo de doutrina e suas entidades.

Temos visto vários exemplos em datas recentes. Um médium aqui próximo de Brasília, mundialmente famoso, foi flagrado e preso por cometer crimes hediondos. Em décadas recentes vários gurus pelo mundo afora foram acusados de extorsão, assédio sexual, traição e até mesmo estupros.

Líderes espirituais são cobrados volta e meia pelo apoio de emprestam a partidos políticos. Em certas igrejas a acusação é de pedofilia.

O resultado é previsível. Seguidores divididos, abandono da igreja e perda da fé, permitindo-se assim sucessivas vitórias do materialismo e do ateísmo.

Na minha concepção, o mundo está passando por uma transição onde tudo está sendo questionado. De minha parte pretendo apegar-me aos princípios que herdei de minha família, os quais meus ancestrais chamavam de “princípios do bem”. Eles são óbvios, portanto desnecessário se torna enumerá-los. E sobretudo manter a fé, a confiança e a sintonia com as inteligências superiores, aparentemente intangíveis, que nos inspiram a trilhar o caminho do bem.

12.6.22

ALGUMAS REFLEXõES SOBRE AO AMOR (rsrsrs)


RECEBI DE UMA AMIGA NO WHATSAPP

DOMINGO Será dia dos NAMORADOS 

Amigos, vamos desfazer alguns mitos desse dia ?


Então...

O amor não ilumina o seu caminho.
*O nome disso é poste.*

O amor não é aquilo que supera barreiras.
*O nome disso é gol de falta.*

O amor não traça o seu destino.
*O nome disso é GPS.*

O amor não te dá forças para superar os obstáculos.
*O nome disso é tração nas quatro rodas.*

O amor não mostra o que realmente existe dentro de você.
*O nome disso é endoscopia.*(rolei de rir! )🤣

O amor não atrai os opostos.
*O nome disso é imã.*

O amor não é aquilo que te deixa sem fôlego.
*O nome disso é asma.* Kkkkkk🤣

O amor não é aquilo que te faz perder o foco.
*O nome disso é miopia.*🤓

O amor não é aquilo que te deixa maluco, te fazendo provar várias posições na cama.
*Isso é insônia.* (PQP!)

O amor não faz os feios ficarem pessoas maravilhosas. 
*O nome disso é dinheiro.*

O amor não é o que o homem faz na cama e leva a mulher à loucura.
*O nome disso é esquecer a toalha molhada.* (Pára tudo! Kkkkkk)

O amor não faz a gente enlouquecer, não faz a gente dizer coisas pra depois se arrepender.
*O nome disso é vodka.*🙃

O amor não faz você passar horas conversando no telefone.
*O nome disso é promoção da Tim, Oi, Vivo ou Claro*

O amor não te dá água na boca.
*O nome disso é bebedouro.*

Amor não é aquilo que, quando chega, você reza para que nunca tenha fim.
*Isso é férias.*

O amor não é aquilo que entra na sua vida e muda tudo de lugar.
*O nome disso é empregada nova.*

O amor não é aquilo que gruda em você mas quando vai embora arranca lágrimas.
*O nome disso é cera quente.*😱

30.4.22

 

SÃO LONGUINHO, O SANTO DOS OBJETOS PERDIDOS

 

Fonte > Youtube

Longuinho, na verdade chamava-se Longinus, que significa Lança. Teria sido ele o soldado romano a lancetar Cristo crucificado no lado direito, de onde jorrou sangue e água (Jo 19,34), que respingando sobre seus olhos o curou de uma moléstia. Mais tarde convertido ao cristianismo, teria sido martirizado por não renegar a sua fé. 
São Longuinho foi canonizado pelo Papa Silvestre II, quase mil anos depois, no ano de 999. O santo é invocado pelos fiéis para encontrar objetos perdidos.

A oração popular é esta: "São Longuinho, São Longuinho Se puderes me achar este objeto darei  três corridas três pulos e três gritos"  

A oração oficial católica é esta: "Ó glorioso São Longuinho, a vós suplicamos, cheios de confiança em vossa intercessão. Sentimo-nos atraídos a vós por uma especial devoção, sabemos que nossas súplicas serão ouvidas por Deus nosso Pai, se vós tão amado por Ele, nos fizer representar. Lembrai-vos São Longuinho, prodigiosamente tocado pela graça de Jesus agonizante, em sua última hora, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorrem a vossa proteção, fosse por vós desamparado. Assim, dignai-vos interpor em meu favor, vossa valiosa intercessão perante Deus, para que me conceda viver e morrer como verdadeiro cristão, e me auxilie a encontrar o objeto que tanto necessito. Amém. Dizer o nome do objeto que procura e rezar um Pai Nosso e uma ave Maria".  

22.11.21

 


EXTRATERRESTRES EM BRASÍLIA

Por

Jean Kleber A. Mattos


Era 1979, um fim de semana. Eu estava passando em meu carro pela via paralela ao Centro de Convenções de Brasília quando vi o cartaz de um congresso: “Congresso Internacional de Ufologia de Brasília”. Falei para uma amiga que estava no banco do carona:

- Não vou perder esse !

De fato, praticamente passamos aquele fim de semana no Centro de Convenções.

O evento era coordenado pelo general Alfredo Moacir de Mendonça Uchoa, conhecido ufólogo brasileiro.

O congresso contemplava diversas abordagens extra-sensoriais, desde palestras sobre o hiperespaço e contatos extraterrestres em Abadiânia de Goiás, proferidas pelo general Uchoa, até aulas no curso sobre a energia da Pirâmides, proferidas pelo professor Eraldo Muller.

Grupos de jovens ufólogos brasileiros apresentavam em painéis, resultados de suas tentativas de avistamentos e contatos extraterrestres nos mais diversos rincões do país.

O cardápio era variado. Havia desfiles da “Moda do Futuro”, liderados por estilistas locais e até uma sessão de cinema com um filme independente intitulado “Contatos Imediatos de Quarto Grau”. Esta sessão de cinema causou revolta em alguns estudiosas que haviam adentrado a sala, no momento em que descobriram que tratava-se de um filme erótico.

Um malabarista baiano, artista contratado pela comissão organizadora, lotou um auditório com um fantástico show de ioga. Desde contorcionismo avançado até demonstrações de rigidez muscular, passando por uma aula sobre técnicas de respiração.

Cursos diversos eram ministrados durante o evento com destaque para um de astrologia, proferido pelo professor Geraldo Seabra, astrólogo muito conhecido em Brasília.

A apoteose do congresso foi a palestra foi de Dr. J.J. Hurtak, linguista, cientista social e futurista. O palestrante, PhD pela Universidade da Califórnia e pela Universidade de Minnesota era especialista em cosmologia e espiritualidade. Ele começou a falar às 21 horas do sábado. Por volta de duas da manhã, cinco horas depois, a palestra encerrou-se. O auditório permanecia cheio. Ninguém arredava o pé.

Soube que no dia seguinte alguns palestrantes queixaram-se ao General Uchoa do excessivo tempo gasto pelo professor Hurtak, ao que o coordenador respondeu:

-Entendam meus amigos...professor Hurtak já deve estar na categoria de divindade. Dessa forma ele não tem a nossa noção do tempo....

O final dos anos 1970s foram especialmente mágicos para mim. Conheci a egiptóloga Iara Kern, que pesquisou as similaridades físicas, mentais e até mesmo espirituais entre o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o faraó Aquenáton (séc. XIV a.C.). Iara é autora do livro “De Aknaton a JK” que investiga semelhanças também entre o Plano Piloto de Brasília e a capital do Antigo Egito, Aquetaton, cidade igualmente construída para funcionar como a capital no reinado que se estendeu de 1352-1338 a.C. 

A Brasília dos anos 1970/1980 era rica na oferta de cursos e eventos diversos relacionados aos estudos sobre a mente humana, bem como sobre realidades intangíveis. Ocorriam geralmente nos fins de semana. Lembro-me bem de ter feito cursos sobre o poder da mente, proferidos pelo professor Sidney de Moraes e Maria Lídia Gomes de Mattos. Também curso de autoajuda proferido pelo conferencista Padre Lauro Trevisan. Surgiu também o famoso curso Silva Mind Control ao qual não compareci em razão de ser demasiado dispendioso para o meu padrão financeiro da época.

Não devemos esquecer do Vale do Amanhecer, que faz parte do roteiro de contatos com o que é definido corriqueiramente como intangível. O Vale do Amanhecer é uma religião espiritualista cristã, fundada em 1959 pela médium clarividente Tia Neiva, com sede na cidade de Planaltina, no Distrito Federal. “Segundo os seguidores do Vale do Amanhecer, seres extraterrestres pousaram na Terra há 32 mil anos para desenvolver as civilizações humanas. Esses seres depois voltaram à Terra mediante sucessivas encarnações passando por várias culturas e épocas.

Meticulosamente projetado, o Vale do Amanhecer reflete as intrincadas doutrinas e crenças abrangidas por sua religião – tirada de uma diversidade de religiões e civilizações, incluindo Cristianismo, Hinduísmo, Judaísmo, religião Inca e o Antigo Egito (National Geographic-Brasil>14 de setembro de 2018).

Visitei várias vezes o Vale do Amanhecer. Algumas delas levando amigos que procuravam tratamentos esotéricos. Em outras, eu era o paciente.

***