Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

7.7.07

LAGOAS E CARNAUBAIS DE IPUEIRAS

Por
Bérgson Frota

Segundo o historiador ipueirense Hugo Catunda, em meados do século XIX Ipueiras era uma pequena vila dividida entre cinco lagoas que se diferenciavam pelo tamanho e distância uma da outra, cercadas por inúmeros carnaubais.

A maior veio a se tornar por obra municipal em fins do século XX no mais urbanizado açude da cidade, o Açude da Cadeia.

As cinco lagoas eram ricas em barro-de-louça e tinham não só no meio, mas entre uma e outra um elo feito de pés de carnaúbas que cresciam quando não perto delas, também no meio das ruas areientas, e suas altas copas farfalhavam quando o vento seco e forte do meio dia soprava.

Também nas margens e centro das rasas lagoas, as carnaúbas se multiplicavam, quando era inverno. E pelo grande volume dágua que recebiam das chuvas, as lagoas ficavam cheias, somente dando para avistar as copas das árvores que haviam ousado crescer no meio dos antes poços sem profundidade, tornando-se grandes lagos de ilhas verdes a se mostrarem timidamente.

Das outras quatro lagoas, uma localizava-se no atual bairro do Vamos-Ver, não sendo grande nem profunda, outra ocupava o terreno que hoje é o campo de aviação, posto localizar-se no bairro da Estação.

A quarta um pouco mais distante ficava no Lamarão, e finalmente a que de tão numerosas carnaúbas que perto havia, davam elas nome a própria lagoa, era a das Carnaúbas.

Com o tempo as lagoas foram sendo engolidas pelo rápido crescimento urbano, sendo que muito pouco ficou das outras quatro, somente a quinta, a mais central, cresceu e se embelezou.

Quanto à “árvore da vida”, ostentando uma forma singular e exótica, veio a marcar de forma indelével o passado da cidade. Inspirando da terra os prosadores, contistas e poetas, que ainda vêem na carnaúba, o eterno símbolo verde de Ipueiras.
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Foto principal: O Açude da Cadeia, hoje urbanizado
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Bérgson Frota, formado em Filosofia/Licenciatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), é um prestigiado cronista ipueirense e pesquisador da história e da geografia do Ceará, especialmente da cidade de Ipueiras. É professor visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e professor de Grego Clássico no Seminário da Prainha - Fortaleza.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Belo trabalho de resgate e histórico sobre nossa Ipueiras.

7.7.07  
Anonymous Anônimo disse...

Ótimo trabalho de pesquisa, gostaria de saber mais sobre o Cristo de Ipueiras, soube hoje que o do Rio foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno, seria bom Bérgson um trabalho sobre o Cristo de Ipueiras. Parabéns pelo artigo dos açudes e carnaubeiras. Beijos.

7.7.07  
Blogger Jean Kleber disse...

O texto de Bérgson Frota sobre lagoas e carnaubais de Ipueiras provoca saudades. Nada mais marcante, indelével portanto, que a natureza, enfim, a paisagem natural de um lugar. Excelente escolha.

8.7.07  

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