DOS SONHOS À REALIDADE
Dalinha Catunda
Desde criança os contos de fadas povoaram a imaginação de Luara. Cresceu sonhando com príncipe encantado, sapatinho de cristal, despertar com beijos, carruagem encantada, três dias e três noites de festa e um, “felizes para sempre”.
Bonita, sensual, nunca precisou perguntar ao espelho se haveria alguém mais bela do que ela. Segura de si, bem cotada no rol das moças casadoiras, príncipe, não lhe faltava. Mas... tinha um porém, encantado!
Escolheu, escolheu, beijou, beijou, sem nunca encontrar a magia dos contos de fadas. Chegou até a pensar em beijar um sapo, mas seu asco pelo batráquio não lhe permitiria tamanho sacrifício, ainda mais sem garantia de metamorfose.
Para Luara príncipe encantado não fazia cocô, não fazia xixi, não roncava, nem soltava pum. Certa vez, um simples pum escapulido, foi motivo suficiente para acabar um relacionamento já bem encaminhado.
O tempo corria e Luara chegou à conclusão que sapo só vira príncipe realmente em contos de fada.
Sem querer ficar para titia, moça velha ou no caritó, como se dizia antigamente, resolveu esquecer as maravilhas que poderia lhe proporcionar uma varinha de condão, como ouvir sinos imaginários e ver estrelas inexistentes, escolheu o melhor entre seus pretendentes e casou.
No passado ficaram as ilusões e fantasias. Decidida, viveria da melhor maneira possível o que a realidade lhe oferecia.
Desceu das nuvens, onde construiu seus castelos, esqueceu as mil e uma possibilidades de prazer proporcionadas por uma varinha mágica e pisou firme no chão no intuito de escrever uma nova história onde a maturidade e a sabedoria teriam papéis importantíssimos em sua vida, como o matrimônio, a procriação e os desígnios de Deus.
Se nunca chegou a ser, nenhuma Cinderela ou princesa, também não vive voando em vassouras, nem se sente uma Moura Torta. Outro dia até se espantou, pois a chamaram: RAINHA DO LAR!!!!!!
2 Comentários:
Tenho certeza de que esta postagem terá bom impacto entre os leitores do blog. Parabéns, Dalinha.
Adorei Dalinha, está bem apropriado para os dias de hoje. Sempre gostei dos contos de fada, mas o principe encantado que imaginava na minha infância tinha que ter cheiro de mato, andar a cavalo, passear de mãos dadas em noites de lua cheia e de preferência que fosse viúvo e cheio de filhos, que os criaria com muito amor,rsrs mas isto ficará para a próxima encarnação.
Forte abraço,
Tereza Mourão
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial