A MINHA MESTRA
"Possa ao menos sentir tua presença
nestes versos que escrevo, amargurado,
ante a profunda, ante a sombria e imensa
saudade de teu vulto idolatrado."
Homero de Miranda Leão
Foi minha mãe a minha Mestra
que me ensinou a ler, em nosso humilde ninho;
eu era um menininho,
uma criança...
De minha mãe, exímia trovadora,
é de quem guardo esta divina herança.
Recordo agora,
que a sua voz se erguia,
branda e sonora,
como se fosse um sino
tangendo na alvorada fria
do meu Destino:
- Lê! Estuda! Lê, menino!
Era este o heróico estribilho
de cada dia:
- Lê! Estuda! Lê, meu filho!
Como era bela a minha Professora,
no seu vestidinho branco!
O coque alto, olhos castanhos
e esguias mãos da Virgem Redentora!
Somente agora sinto, e guardo, e tranco
no peito esta saudade imorredoura,
como se ouvisse ainda a sua voz sonora:
- Lê! Estuda! Lê, meu filho!
E eu que jamais velara o meu Destino,
quanto sofro e me deploro
para cantar minha procela...
E nem sabia, que um dia,
eu sentiria,
tanta saudade dela!
2 Comentários:
Eis um poema de Kideniro Teixeira copiado do livro "Iluminuras da Tarde". Continuaremos assim cumprindo nossa tarefa de divulgar as obras literárias de nossos conterrâneos, especialmente de Ipueiras e do Ceará, mesmo que isso não implique em exclusividade mas em preferência, sim.
A Morte trás os feitos de um poeta para iluminar a vida dos vivos, Que muitas vezes "Mortos" renascem, num poema, numa canção.
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