Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

15.8.08

LUARA UMA LENDA

Por
Dalinha Catunda

Contam que, há muito tempo atrás, numa cidadezinha no interior do Ceará, às margens do Jatobá, rio que corta Ipueiras, nasceu Luara, uma linda menina de olhos e cabelos cor de mel.

Luara foi crescendo, crescendo... E, em pouco tempo, transformou-se numa bela jovem. Reza a lenda que era filha do rio e afilhada da lua, protegida das duas entidades.

Não eram poucos os que diziam que, sempre em noites de plenilúnio, Luara aparecia entre oiticicas e ingazeiras, vestida em gotas de orvalho, que, refletidas à luz do luar, davam-lhe um ar de divindade. Por onde passava, o cheiro de flores silvestres tomava conta do ar. Era assim que Luara atraía jovens incautos ao seu leito de amor.

Um dia, por falta de chuvas, o Jatobá secou por completo. E, para o azar de Luara, a lua andava triste por não poder mirar-se nas águas do velho rio. E, em sinal de protesto, ocultara-se então atrás de uma nuvem negra, deixando a bela jovem entregue a seu próprio destino.

A bela da noite, porém, desprotegida sem se dar conta, prosseguia em sua jornada, distribuindo amor, carinho e, acima de tudo, prazer nas trilhas das aventuras. E foi assim que Luara, da noite para o dia, tornou-se cheia.

Ao perceber a situação, a lua sentiu-se responsável pela sorte de Luara. E, tentando minimizar o dano causado por seu descuido, terminou por resgatar sua pupila, conduzindo-a, no dorso de um alado cavalo branco, por entre raios e raios de luar, até seu próprio reino.

Passaram-se nove luas e não se ouviu falar de Luara. Apenas se ouvia o lamento triste dos jovens apaixonados, que, reunidos, choravam as saudades de sua amada. Tantas as lágrimas, que o Jatobá terminou por roncar forte outra vez, chegando a transbordar.

Feliz, a lua terminou por voltar a se ver no espelho das águas. Tanta a felicidade que, radiante, a madrinha não tardou em devolver, às margens do velho rio, sua bela afilhada para a alegria dos jovens apaixonados.

Contam os que sabem da lenda que o filho de Luara não quis acompanhar a mãe. E a bela da noite ganhou mais um protetor – São Jorge, o guerreiro que vive no seio da lua, montado em seu cavalo, podendo ser observado a olho nu.

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NOTA DO BLOG: a autora tem duas versões para esta lenda. Esta é a versão atualizada.
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Foto Cachoeira: site baixaki.ig.com.brimagenswpaper
Foto Lua: site g1.globo.comNoticiasCienciafoto
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

9 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

Esta é a lenda de Luara que a autora Dalinha Catunda escreveu e definiu como sendo a versão adulta. Uma outra versão mais didática havia sido publicada na grande imprensa mais ao sabor do público infantil. É com grande prazer que divulgamos aqui mais este trabalho, louvando a versatilidade da autora. Valeu.

15.8.08  
Anonymous Anônimo disse...

Que lindo trabalho! Muita qualidade, parabéns, menina!

15.8.08  
Anonymous Anônimo disse...

Dalinha este foi o começo lembra? Bela versão, parabéns.

16.8.08  
Blogger Dalinha Catunda disse...

Jean Kleber,falar o que de você que além de publicar nossos textos ainda, nos presenteia com o primeiro comentário? É só agradecer, e pedir a Deus que continue te iluminando.
Alpiano, primeiro obrigada pelo: MENINA!!! e em segundo pela sua presença comentando um texto meu. Apareça mais vezes sua opinião é importante.
Olá Bérgson,
Dificil esquecer, lembro que lhe mandei essse texto e você me saiu com uma ótima sugestão para que transformassemos num texto infantil, e você mesmo enviou para o Jornal, em pouco tempo foi publicado no "Diário do Nordeste" depois desse texto encaixamos novas publicações. Você descobriu meu lada infantil, e eu vou agradecer sempre.
Meu abraço a todos,
Dalinha

17.8.08  
Blogger Diego Souza disse...

li esta lenda quando minha esposa esperava um linda menina em seu ventre, o nome seria Luna( pois sempre fui apaixonado pela lua) e ao ler esta lenda com este nome Lindo, resolvemos então dar este nome a nossa pequena Lua ... Obrigado por esta linda lenda ... ahhh e me encantei mais ainda, pois sou do interior do Ceará (Mauriti) então fiquei mais encantado ainda ... parabéns pelo belo trabalho

27.12.19  
Blogger Unknown disse...

Eu ameii

7.12.20  
Blogger Unknown disse...

Amei.

15.3.21  
Blogger Unknown disse...

E a lenda do meu nome 😨

25.11.21  
Blogger Unknown disse...

Incrivel, sempre gostei da Lua sentia uma ligação, sou signo de peixes que e regido por Netuno me descreveu tbm na parte de olhos cor de mel,Me arrepiei com esse conto maravilhosa. 🤗

22.3.22  

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