A MORTE DA INGAZEIRA
Às margens do rio Pai Mané
Soberana e altaneira,
Em meio a tantas árvores
Destacava-se uma ingazeira.
Sua beleza era tanta
Que roubava a atenção
Daqueles que passavam
Por aquela região.
O meu olhar encantado,
Admirava sem cansar
A obra da natureza
Ornamentando o lugar
Passei algum tempo fora
Mas dela nunca esqueci
Quando voltei à cidade,
P'ra revê-la então corri
Qual não foi minha tristeza,
Qual não foi minha agonia,
Em vez da árvore frondosa,
apenas um esqueleto havia
Aquele esqueleto é o símbolo,
Da farta destruição,
Motivada pelas queimadas,
Prática em nosso sertão.
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Foto de Ingazeira:
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, escritora e cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio:
http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/
8 Comentários:
Sempre atualizada, a poetisa Dalinha Catunda homenageia a árvore quando seu dia se aproxima, contando, em versos, como uma querida ingazeira pereceu devido a uma queimada, deixando a dor da perda. Conscientizador. Parabéns.
Lindo este poema, é ecológigico e de grande sensibilidade, se nós humanos sentimos avalie a dor dos pássaros.
Parabéns por mais um belo trabalho poético, digno de sua rica safra de produções talentosas.
Bérgson Frota
Bonito trabalho em defesa da ecologia e preservação de nossas tão mal defendidas árvores que fazem a riqueza deste sertão, tão grande e amado.
Poesia muito massa meu, cara tu pegou a alma da árvore e colocou no papel, deu lágrima ao ler.
Linda poesia, ecológica e atual. Devemos amar e preservar a natureza.
Bela poesia difícil não se encantar. Prabéns poeta.
Eu nasci no interior, entre carnaubeiras, atolando o pé no barro de louça, ouvindo o vento cantar nas palmeiras, ouvindo o canto dos passaros. Dificil não defender a fauna a flora e não sentir saudades desse mundo que se não preservarmos realmente ficará só nas recordações.
Obrigada a todos pelo carinho dos comentários
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