Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

30.7.07

SAUDADES DO CINE AZTECA DE IPUEIRAS

Por
Bérgson Frota

As cidades mais antigas do interior do Ceará em sua maioria tiveram no passado e hoje poucas têm, um cinema que em alguma época levou as fantásticas histórias da sétima arte para embalar a vida de seus habitantes.

Ipueiras teve um cinema que deixou muitas saudades.

Era o Cine Azteca.

Muitos filmes foram passados na pequena e sempre cheia sala de projeção deste cinema interiorano. Havia matinês com os seriados americanos em preto-e-branco que sempre deixavam um gancho para continuação, sem falar nos famosos filmes de Tarzan que traziam para a garotada a imagem exótica e artificial da África e seus nativos.

Fazia também a alegria da meninada os pequenos trechos de celulóide que sempre eram cortados das fitas e catados com avidez por eles, para depois fazerem seus próprios filmes.

Era costume na década de 60 em Ipueiras ir ao cinema sábado à noite e também aos domingos. No Azteca muitos namoros nasceram e deles saíram vários casamentos.

Na época em que a televisão era só uma novidade ainda distante, o cinema levou para os ipueirenses filmes célebres e noticiários quase sempre de futebol do famoso Canal 100. Assim foi o Azteca durante quase toda a década de 60, porém antes mesmo de começar os anos setenta o cinema já não mais existia. A televisão que havia chegado na cidade, primeiro com o televisor público, acabou com a magia da sala escura.

Nesta época cinemas de outras cidades também fecharam, a rede de distribuição de filmes que muito lucrara restringiu-se às grandes cidades, finalizando um ciclo cultural que enquanto durou, beneficiou a muitos municípios.

Hoje Ipueiras é uma cidade antenada com o mundo, porém o cinema não foi ainda plantado no seu atual desenvolvimento. Só o nome do primeiro e mais duradouro cinema ficou, e restou aos mais antigos a lembrança da tela branca do Azteca, que se enchia de cores e movimentos, sempre que as luzes eram apagadas, fazendo a fantasia dos filmes trabalhar a emoção na alma de seus inúmeros espectadores.
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(Publicado no jornal O Povo de Fortaleza em 07.05.2006)
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Foto da sala de cinema: www.cinesanta.com.br/novasala.htm
Foto da criança com película:
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Bérgson Frota, formado em Filosofia/Licenciatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), é um prestigiado cronista ipueirense e pesquisador da história e da geografia do Ceará, especialmente da cidade de Ipueiras. É professor visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e professor de Grego Clássico no Seminário da Prainha - Fortaleza.

3 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

O tema é rico. Bérgson destaca o cine Azteca que significou um progresso como sala de projeção. Antes dele,lembro-me do Salão Paroquial e do salão da prefeitura como áreas disponíveis para passar filmes. Os do "Carlitos" faziam sucesso. Não conhecí o Cine Azteca. O artigo é mais uma valiosa garimpada do pesquisador Bérgson Frota na história de Ipueiras.

30.7.07  
Anonymous Anônimo disse...

Trabalho lindo sobre o cinema. Não conheço a cidade nem o autor, mas a narrativa é uma homenagem à sétima arte. Parabéns.

30.7.07  
Anonymous Anônimo disse...

O cine Azteca foi onde lá em Ipueiras assistí ao filme da minha vida, "dio come ti amo", e conhecí meu esposo. Não sou de Ipueiras e moro longe hoje, mas tenho uma lembrança muito terna deste cinema.A homenagem é justa e se fazia necessária.

2.8.07  

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