O BARÃO DE COUBERTIN E O PAN
Por
Jean Kleber
O francês Pierre de Fredi, Barão de Coubertin, fez renascer no final do século XIX a mística dos Jogos Olímpicos. Nascido em Paris, no dia 1º de janeiro de 1863, o Barão de Coubertin era descendente de uma família nobre, cujos antepassados receberam o título de nobreza do Rei Luís XI, em 1471. Em 1567, um de seus ascendentes adquiriu o Senhorio de Coubertin, perto de Paris, fazendo com que a família adotasse o nome da localidade.
Formado na Universidade de Ciências Políticas optou por se dedicar à reforma do sistema educacional francês. Em 1892, apresentou na Universidade Sorbonne, em Paris, um estudo sobre "Os exercícios físicos no mundo moderno". Na ocasião, mostrou o projeto de recriar os Jogos Olímpicos, o qual não foi muito bem aceito.
Certo de que a Grécia havia atingido o domínio da Idade Antiga por causa do culto ao corpo e ao esporte, Coubertin passou a pregar a realização dos novos Jogos. No dia 6 de janeiro de 1896, finalmente a chama olímpica pôde brilhar novamente na Grécia. Recomeçavam os Jogos Olímpicos, com a presença de 13 países e 311 atletas. "O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade". Esse era o lema do educador. A frase, entretanto, não é de sua autoria: foi pronunciada pelo bispo de Londres em um ato religioso antes dos Jogos de 1908.
Um pouco antes do início dos Jogos de Atenas, o Barão de Coubertin assumiu a presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI), cargo que ocupou até 1925. A principal luta do francês foi impedir a presença de atletas profissionais nas disputas. O Barão de Coubertin gastou praticamente toda sua fortuna para colocar em prática o sonho da Olimpíada.
Morreu pobre e isolado, em 2 de setembro de 1937, em Genebra, na Suíça. Como forma de reconhecimento, seu coração foi transportado para Olímpia, onde repousa até hoje em um mausoléu.
Os Jogos Olímpicos dos quais os XV Jogos Pan-americanos-Rio 2007 são descendentes, foram criados para estimular a saúde e a paz. As espadas do passado e os mísseis de hoje são substituídos por chutes, quedas e socos, se considerarmos as modalidades taekwondo, judô e boxe. Há esportes mais leves como corrida e ping-pong. Às vezes a competição assume perfil de guerra.
As vaias e xingamentos são resposta às decisões equivocadas ou tendenciosas da arbitragem. Os velhos e mortais projéteis das guerras são substituídos por copos de refrigerante e cadeiras de plástico. Tumulto generalizado nas arquibancadas. Da vaia ao pugilato é como acender um rastilho de pólvora.
A deslealdade se faz presente. Regras são desrespeitadas. Golpes baixos. Às vezes de forma leve. Apenas um arranhão na ética. Gritos e caretas para desconcentrar o adversário. Vaias da platéia.
Ocasião de elogiar as delegações mais civilizadas. Momento para refletir sobre o valor da boa educação. Fala-se mal dos adversários. Repórteres mostram apartamentos depredados e sujos na Vila Olímpica.
A cobrança sobre o patrício. Nem sempre é fácil jogar “em casa”.
Como numa guerra, há deserções. Estas historicamente patrocinadas por pugilistas cubanos em busca dos dólares milionários da profissionalização.
Por conveniência ou não, ao final de cada jogo os adversários se cumprimentam. Momento de experimentar a benção do sorriso e a emoção do abraço.
Momento de sentir que todos somos vocacionados à confraternização. Naturalmente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_de_Coubertin
http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=11098
http://www.terra.com.br/istoe/olimpiadas/jogos/historia_3.htm
Jean Kleber de Abreu Mattos, cearense, nascido em Fortaleza, viveu em Ipueiras dos dois aos oito anos de idade. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco. Atualmente doutor em Fitopatologia, é professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.
5 Comentários:
Excelente trabalho de pesquisa, sobre a descoberta de Olímpia e sobre a realização dos jogos olímpicos modernos, sobre o nobre Barão francês e infelizmente a triste realidade do pan do Brasil, apesar de recordes obtidos, a falta de educação e despreparo do público perante os adversários, lamentável, mas é com críticas produtivas que vamos aprendendo onde nos corrigirmos para melhor papel fazermos no futuro como anfitriões de outras competições.
Bérgson Frota
Achei a história legal, é muito tempo e depois se continuou a se fazer as competições. No Rio foi uma grande conquista para os atletas do Brasil,mas a educação e o respeito ficou faltando com os atletas estrangeiros.
O Brasil devia se preocupar em dar escola, alimentação, emprego e segurança para a sua população e não estes jogos, coisas que são mais certas para países de primeiro mundo, enquanto não se resolver problemas básicos de saúde, educação e segurança, bem como empregos justos para a população pensar em sediar e realizar jogos e até copa do mundo é uma irresponsabilidade de nossos dirigentes esportivos e políticos.
Gostei do texto esclarecedor, acho que as olimpíadas são um momento mágico entre os povos. Gostaria que houvesse em breve uma no Brasil.
Acho que as olímpiadas são muito importantes, pois não retratam somente o desempenho dos atletas, mais também a sua força de vontade e a cultura de seu país.
Falando nisso, gostaria de comentar sobre o preconceito sobre as culturas dos países que se apresentam nas olimpiadas, pois muitas pessoas zombam disso,
e na verdade deviamos é respeitar, assim como respeitam as nossas!!
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