Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

9.6.07

SONHOS ENTORPECIDOS

Por
Ângela Gurgel


Ao tragar aquela fumaça
Ele acendia sua desgraça
Tornando-se escravo de um vício.
Que o jogaria no precipício.

Deixava-se envolver pela alegria contagiante
Que durava apenas alguns instantes
Mas quando passava o efeito
Voltava àquela velha dor em seu peito.

E a fumaça virou pó
Depois pedra, algo injetável
E mesmo assim sentia-se só
Perdido e cada vez mais miserável.

Da criança pequena e amada
Resta muito pouco ou quase nada
Apenas um corpo completamente perdido
Sem vida, sem esperança. Entorpecido.

Todos os sonhos foram queimados,
Sugados por alguma seringa contaminada
E seu corpo hoje todo picado
Abriga apenas uma vida destroçada.

Não há mais sonhos ou dignidade
E o que começou como curiosidade
Nos tragos, cheiros, picadas
Matou o homem a golpes de “pedradas”.

Vendo-se morto e abatido
Ele nada consegue fazer
Foi pelo tormento vencido
Agora só resta em vida morrer.

E a mesma dor lhe acompanha
Somada a uma outra ainda pior
Nascida de uma fraqueza tamanha
Que torna o sofrimento ainda maior.

Acreditou nos sonhos de fantasia
Viveu uma vida vazia
Deixando de lado tudo que aprendeu
Agora não pode voltar atrás – morreu!

Seu corpo esquelético e sem vida
É apenas mais um a virar estatística
Em algum instituto de pesquisa
E ser esquecido logo em seguida.
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

O trabalho de Ângela é de extrema sensibilidade, ela retrata a dor e a desilusão daqueles que buscam na droga um paraíso, mesmo que temporário. É triste ver o resultado, mas a realidade é que mais e mais pessoas hoje pelo vazio que sentem na vida estão sendo tragados pelo vício, é a famosa "tapa na pantera", que se divulga sem se mostrar as algemas que a cada dia vão mais e mais apertando nas mãos e alma dos usuários. Bérgson Frota

10.6.07  
Blogger Jean Kleber disse...

Um tema delicado. Um poema bem dirigido, denso, e concreto. Bem no estilo da Ângela.Parabéns.

10.6.07  
Anonymous Anônimo disse...

Ãngela carrega em seus poemas uma grande preocupação com os caminhos do ser humano.
Seu versejar não é gratuito,é um grito de alerta, chamando atenção para as injustiças, e o descaso com o futuro dos jovens em nosso país.

12.6.07  

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