Por
Dalinha Catunda
Ipueiras acordou mais triste...
Depois de uma queda, e alguns dias de hospital, morre Pedro Aragão. E assim, Ipueiras vai ficando órfã dos filhos que ajudaram a construir a cidade e marcaram sua história.
O povo de Ipueiras por muito tempo se lembrará, daquele homem elegante, de panos passados, com a carteira embaixo do braço, passando todo santo dia para o seu comércio, mesmo quando o comércio já não mais existia.
Quem pensa que ele não viveu, por não ter feito grandes viagens, se engana. Ele viveu, sim, do seu jeito. Era um dançador de primeira. Junto com os sobrinhos, freqüentavas festas e forrós no interior da cidade e vizinhanças, fazendo o ele gostava.
Meu olhar de criança, sempre se encantou com o castelo do seu Pedro. A casa de altos e baixos, denunciava a riqueza comentada. Sempre se ouvia: Pedro Aragão é o homem mais rico de Ipueiras.
E era sim, rico em simpatia, elegância, sem o pedantismo de muitos, e logicamente em dinheiro. Seu nome sempre foi sinônimo de riqueza. A casa era, antigamente, cercada de uma amurada baixinha.
Hoje um muro alto esconde um pouco da beleza do casarão. Ali era o lugar predileto dos namorados. Quem do passado não levou uns amassos na "muradinha" do Pedro Aragão?
As histórias de Pedro Aragão, são muitas:
Contam que um agregado de sua casa, muito gordo, sentado à mesa na hora do almoço comentou: --- Não sei o que é que faço para emagrecer...
Seu Pedro no ato respondeu:
- É só comer às suas custas...!.
E como essa são muitas!
Ele sofria de uma sinceridade crônica. Deixou tantas histórias que certamente serão lembradas por muitas gerações.
Ipueiras inevitavelmente, hoje, fica mais pobre, pois perde um filho que ao longo dos anos enriqueceu sua história.
À dona Dolores, Carlos, Dolores Maria e demais familiares, meus mais sinceros sentimentos
Ipueiras 23 de maio de 2007.
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Foto da praça da Matriz: Ipueiras.com
Foto de Pedro Aragão: Comunidade "Pedro Aragão Homem de Fibra" (Orkut)
Foto da Casa de Pedro Aragão: Blog Suaveolens
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, escritora e cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como
Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens.
2 Comentários:
Dalinha, eu estou muito triste com a notícia.Casado com uma prima de meu pai, D. Dolores, tinha-o como membro de minha família. Conhecí-o quando eu era menino e frequentei sua casa. Recentemente estive lá mas a hora avançada não recomendava ve-lo. Falei com D. Dolores. Pedro aragão era uma figura realmente ímpar.Mais uma perda para Ipueiras.
É lamentável a notícia da morte de seu Pedro Aragão. Como bem você disse, Dalinha, ele era uma das maiores pilastras da história de nossa terra. Deus o tenha num bom lugar.
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