BODAS DE OURO DE ZECA E MARIA
Dalinha Catunda
Amigos prestem atenção,
Na história agora contada.
Ela se deu em Cachoeiras,
Município de Guaraciaba.
Houve festa e bebedeira,
Em homenagem à recém-chegada.
Em mil novecentos e trinta e cinco,
O céu brilhou diferente,
Nascia à menina Maria
Trazendo alegria aos parentes
Dois de maio foi o dia,
E não podia ser diferente.
Todo casal católico,
Para sua filha queria,
O nome da mãe de Deus,
Se no mês de maio nascia
E assim batizaram a menina,
Com o nome da Virgem Maria
Filha de Francisco Belo Cordeiro
Em maio ao mundo chegou,
Gonçala Rodrigues Chagas,
Deu luz e a abençoou,
Assim chegava ao mundo,
Cercada de muito amor.
Maria nasceu e cresceu,
Sonhando em ter o seu lar,
Aos vinte e dois anos conseguiu,
Seu sonho realizar
E a nova fase da história,
Agora vou lhes contar
Zeca conheceu Maria,
E logo se apaixonou.
Uma carta pra amada,
Sem demora ele mandou,
Com um pedido de casamento,
Que ela feliz aceitou.
Não demorou muito tempo,
Foi festa e animação.
A serrana de olhos verdes,
Conquistava o coração,
Do caboclo mais garboso,
Das quebradas do sertão.
Foi lá na igreja do Ipu,
O belo acontecimento
E foi o padre Antonino,
Quem celebrou o casamento.
O casal estava radiante,
Sobrava contentamento.
Em dezesseis de janeiro,
Zeca fez seu juramento,
mil novecentos e cinqüenta e seis,
Foi a data do casamento,
Até hoje nenhum dos dois,
Falou em arrependimento.
Vinte e cinco cavaleiros,
Acompanharam o cortejo.
Assim queria o noivo,
E cumpriu-se o seu desejo,
Mas antes da romaria
Maria ganhava um beijo.
Quando Zeca se casou,
Acertou na loteria.
Ganhou uma boa mulher,
Mulher melhor não teria,
Pra construir o seu lar,
E formar sua família.
Maria enchia a barriga,
Um ano sim, outro também,
Era criança pra todo lado,
Lá não faltava neném,
Zeca fez então dez filhos,
Que hoje é seu maior bem.
E assim foi nascendo Nilza,
Raimundo e também Vilmar.
Núbia, Nilda e Gilson,
Nilson, Antonia e Edmar
Fechando com o Itinha,
Que na verdade é o Itamar.
Depois de algum tempo,
Naquele lar chegaria
Brena ainda criança.
Trazendo muita alegria.
Muitos filhos de outras mães,
moraram no lar de Maria.
A vida dos dois não foi,
Apenas um mar de rosas.
Se teve algum espinho,
Maria foi corajosa.
Soube manter seu casamento.
E dele se sente orgulhosa.
Entre erros e acertos,
Dificuldades e precisão,
O casal superou tudo,
E nos dá uma lição.
Mas forte que as desventuras,
É a família e a união.
Cinqüenta anos de casados,
completam Zeca e Maria.
Motivo de felicidade,
De festa e de alegria
É o ouro abençoando,
O seio dessa família.
Parabéns ao belo par
Por essa celebração
São os votos mais sinceros,
De netos, filhos e irmãos.
Que têm pelo nobre casal
carinho e admiração.
Pra fazer esse relato,
Abusei da emoção.
Escrevi sendo guiada
Pela voz do coração
Orgulhosamente assino:
Dalinha Aragão.
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NOTA DO GESTOR: Seu Zeca Frosino é uma lenda viva. Além de chefe de família exemplar, possui uma quadra que é a sede do forró mais famoso, animado, ordeiro e tradicional da cidade de Ipueiras, no Ceará. Dona Maria, mulher do seu Zeca, completa anos no dia seis de Maio. A homenagem portanto, do blog Suaveolens, mediante os versos da poetisa Dalinha Aragão.
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3 Comentários:
Êta forró bacana. E que festa, hein? As bodas de ouro de seu Zeca e D. Maria foram comemoradas em grande estilo. Ficamos felizes em termos compartilhado essa vivência com você, Dalinha. Eu e minha família. Importante para todos nós.
Esta foto de Dalinha ao lado deste casal da tradicional festa do forró das ipueiras, Seu Zeca Frosino e D. Maria e este cordel contanto a história de amor dos dois, está maravilhoso como sempre, e que Deus der a este casal ainda muitos anos de vida, e que nossa musa ipueirense continue a nos presentear com seus cordéis, contos, prosas, versos e tudo de bom neste seu blog e no dela http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/.
Forte abraço
Terezinha e Jean Kleber,
Tenho um carinho todo especial por esse casal. Muito do que conto, escuto no alpendre deles, onde há sempre um rede esticada para mim, e lá sou muito bem recebida.Baião de dois, buchada, sembereba de buriti, tapioca, e cuscuz, tudo isso, como na casa de Zeca e Maria.
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