O POMAR DE AÚ
Embaçava a luz da lua.
A grama verde e cortada
Era um convite audaz
Festejando a madrugada.
Chão em pluma de granizo
Que pouca gente enxergava,
Que se assemelha a estrelas,
Como pingos de esmeralda.
Não era um simples orvalho,
Era Deus que me guardava.
Luzes de múltiplas cores
Pestanejam como um raio,
E brilham como cristais
Com ar d'aurora Divina
Que só me lembram de paz
De criança e de menino.
Um estaleiro de olhinhos
Acesos e pequeninos
Que incansáveis, me olham,
Quem os colocou pra mim?
Foste tu, Aú,
Para me fazer sorrir?
Fostes Vós, Senhor,
Para eu ser temente assim?
Assustei-me e até chorei,
Pois nunca tinha pisado
Em tão macio tapete!
Foi o anjo da aldeia
De José e de Maria
Que me mandou vir aqui
Para sentir o meu Deus
Na grama de um jardim.
Foto: detalhe interno da Bica do Ipú, uma das maravilhas da natureza no Ceará. Foto do acervo do blog.
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3 Comentários:
Belíssima poesia que nos enviou nosso amigo Alpiano. Versos tocantes. Alpiano contribue neste evento como poeta. Sempre o conhecemos como cronista. Agradável revelação.Parabéns, amigo.
Linda poesia meu amor!!eu já a conhecia,mas sempre que a leio me deixa enternecida!Parabéns!!beijos Graça Chaves
Bela poesia Alpiano!!!! Parabéns!!!
Ipueiras é terra de "barro bom " para poetas.
Um Abraço,
Dalinha Catunda
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