Por
Jean Kleber Mattos
Ipueiras é um celeiro
de poetas. Nesta matéria, mesmo de forma resumida e em ordem alfabética, gostaria
de destacar alguns, em parte por sua incontestável visibilidade na história de
Ipueiras, em parte por minha proximidade, pois convivi no passado e ainda
convivo pessoalmente com um deles.
Gerardo Majella Mello Mourão nasceu em Ipueiras_CE em 08 de janeiro de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro em 09 de março de 2007. foi um jornalista, poeta e escritor brasileiro. Era membro
da Academia Brasileira de
Filosofia, da Academia Brasileira de Hagiologia e do Conselho
Nacional de Política Cultural do
Ministério da Cultura do Brasil. Era um dos mais respeitados escritores
brasileiros no exterior. Foi denominado
de “O Dante brasileiro”.
Católico praticante,pertenceu ao
movimento integralista, tendo estado preso dezoito vezes durante as ditaduras
de Getúlio Vargas e a de 1964 a
1985. Numa delas, ficou no cárcere cinco anos e dez meses (1942-1948). No
documentário “Soldado de Deus” (2004) ,
dirigido por Sérgio Sanz, Gerardo Mello Mourão declara que saiu do integralismo
no período em que esteve preso pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, e afirma,
contundentemente, que "foi" integralista e não o era mais desde
então. Em 1968 é novamente preso,
acusado dessa vez de comunismo pelo
AI-5 no período da ditadura
militar; nessa ocasião divide cela com nomes como Zuenir Ventura, Ziraldo,
Hélio Pellegrino e Osvaldo Peralva.
Já na maturidade, foi candidato a
uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e
foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em
1979. Em 1999 ganhou o Prêmio
Jabuti pelo épico Invenção do Mar. Escreveu: Cabo
das Tormentas (1944); A invenção do saber; O valete de espadas; O
país dos Mourões; Rastro de Apolo; Os Peãs; O sagrado e o profano; As vizinhas
chilenas (1979); Suzana
3 - Elegia e Inventário (1998);
Cânon & fuga (1999) Invenção do Mar (1999); O
Bêbado de Deus (2001); Algumas
Partituras (2002); O Nome de
Deus (obra póstuma in: Confraria 2 anos, 2007).
Jeremias Catunda: Detentor de um notável Curriculum incluindo cargos públicos e premiações. Aqui destaco
dois itens. Publicou, por ocasião do Primeiro Centenário do Município de
Ipueiras, ocorrido em 1983, "Ipueiras, uma síntese histórica" e em
1985 na Primeira Semana Cultural de Ipueiras lançou o seu livro poético : “Versos
Versus Minha Vontade”. Em virtude de sua vasta obra consagrada à sua cidade
natal foi denominado “O poeta de Ipueiras”. Entre outros destaques, Jeremias Catunda foi
membro da ACI (Associação Cearense de Imprensa) tendo sido distinguido com o
"Chevron" de ouro pelos seus 40 anos de atividades jornalísticas. É
sócio fundador da Associação Cearense de Jornalistas do Interior, escolhido e
premiado em seis congressos da classe como um dos mais atuantes membros. É
reverenciado pelo filho, o escritor Bérgson Frota com várias crônicas nos blogs
ligados a Ipueiras. Faleceu em 02.08.2009.
José
Costa Matos:
Nasceu em Ipuieiras em 02.09.1927. Membro da Academia Cearense de
letras. Viajando
nos sites encontram-se facilmente várias citações do poeta e escritor José
Costa Matos, como a de Nilto Maciel, de 27/5/2006, no Panorama do Conto
Cearense-Parte III: "José Costa Matos (Ipueiras, 1927), poeta, contista e
romancista, tem alguns livros de poemas e é autor do volume Na Trilha dos
Matuiús (1998), um dos vencedores do II Prêmio Ceará de Literatura, de que
resultou livro com este título, em 1995. Está presente em algumas antologias,
como O Talento Cearense em Contos, com "Incêndio na Pedra". Ganhou
alguns prêmios literários fora do Ceará.” Costa Matos é meu padrinho de crisma.
Dele ganhei, quando jantamos em família na casa de Carlito Matos em 2007, quatro obras literárias premiadas de sua
autoria: “Na Trilha dos Matuiús”, “Estações de Sonetos”, “O Rio Subterrâneo”,
“O Povoamento da Solidão”, além de seu Discurso de Posse como membro da
Academia Cearense de Letras. Faleceu em Fortaleza, em 02.03.2009. Saudades de meu
padrinho.
Kideniro
Teixeira: Sobre ele o professor universitário Marcondes Rosa de Sousa
escreveu: “O poeta Kideniro Flaviano Teixeira nasceu em Águas Belas, município de Ipueiras, no Ceará, em 16 de agosto
de 1908. Morou por longos anos em Manaus, Am. Naquela cidade diplomou-se em
Direito, advogou, foi jornalista em A Tarde e professor na Escola Técnica
Federal e no Colégio D. Bosco.Posteriormente, retornou ao Ceará, onde passou a
atuar como Promotor de Justiça. Obra poética publicada: LANTERNA AZUL (1944),
MANDACARU (1976) e ILUMINURAS DA TARDE (2000). (...).Quero destacar (em
Iluminuras da tarde) alguns poemas que considero admiráveis:
"Tristeza", "Aos que Vêm", "Aniversário",
"Meu Grande Anseio" (uma obra-prima em dois sonetos) e "A
Espera” sem demérito para os demais. Faleceu em 27.07.2008.
MARIA DE LOURDES ARAGÃO CATUNDA – Poetisa, escritora e cordelista com extensa produção divulgada pela internet. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda. Vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais “Diário do Nordeste” e “O Povo”, nas revistas “Cidade Universidade” e “Municípios” e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras, Ethos Paidéia e Suaveolens. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot)
E os declamadores?
Ah! Os declamadores
somos todos nós, pobres mortais, que admiramos os poetas e recitamos seus
versos em saraus próprios e tertúlias. O professor Marcondes Rosa de Sousa, pró-reitor
aposentado da Universidade Federal do Ceará, relatou no blog Ipueiras, por ele
gerido, que minha avó, a professora Luiza Mendes do Santos, o fizera declamar
um poema de Gonçalves Dias, na escola primária Educandário N. S. da Conceição
em Ipueiras, com inegável sucesso.
Meu pai me contava que
em Ipueiras, um declamador de poesias tinha um apelido, que ele detestava. Era
“João Bico Doce”. O João participava de um sarau cultural em uma residência da
cidade. Bastante gente presente com a plateia ocupando até a calçada da
residência.
Na hora de sua
declamação, iniciou com a frase:
-“Sabem quem foi o Ahsverus?
Ao que alguém da galera
do sereno gritou:
- Foi o João Bico Doce!
Vermelho de raiva o
declamador perdeu a compostura e vociferou:
- Foi a tua mãe, filho
de uma égua!
A propósito, encontra-se
na internet que o judeu errante também chamado Aasvero, Asvero, Ahasverus, Ahsuerus ou Ashver é um
personagem mítico, que faz parte da tradição oral cristã. Diz a lenda que
Ahsverus foi contemporâneo de Jesus e
trabalhava num curtume ou oficina
de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por onde passavam os condenados à
morte por crucificação, carregando suas cruzes. Na Sexta-feira da Paixão, Jesus
Cristo, passando por aquele mesmo caminho, carregando sua cruz, teria sido
importunado com ironias ou
agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria
amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua
volta, no fim dos tempos. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeu_errante).
***
Fonte da figura: poesiaevanglica.blogspot.com
2 Comentários:
Jean Kleber, meu amigo, eu já ficaria feliz em apenas bater palmas para estes ícones da prosa e do verso filhos de Ipueiras. Fico aqui, sem falsa modéstia, grata pela pela minha inclusão nesta constelação de astros que continuam brilhando no mundo da literatura. Ainda vou comer muita farinha até chegar lá.
Você merece, minha amiga ! Beijo!
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