Por
Valéria Gabriel Lopes
(Depoimento)
Logo que chegamos ao castelo, me deu um friozinho na
barriga, e perguntei: será que vou ter coragem de entrar? Respirei fundo e
entrei. Gente, o que vi foi um castelo de contos de fada. Ao chegar, deparei com
portões como se fosse uma entrada de carro e logo tinha
uma escada que dava para a parte da área de serviço. No chão mosaico decorado,
azulejo decorado estilo português. As salas cheias de molduras na própria
parede e pintadas à mão. O piso das salas era de tábua corrida.
Mas o que nos fascinou foram os quartos com suítes e os
banheiros que tinham banheiras altas. Tínhamos que subir dois degraus para
adentrar, bem exóticas para a época. Chão com mosaico e nas paredes, azulejos
decorados, fora o que sentimos ao reviver um passado. E pensar como foi o
Castelo em seu tempo áureo!
Pena não ter sido tombado e sim depredado pelo tempo e destruído
pela ganância para a construção de um supermercado. Mas resgatado a tempo o que
restou, pela população junto com a Imprensa da época.
Hoje restam as casas construídas pela viúva do
proprietário e alugadas para a sua sobrevivência. E não como casas de criados
como pensam muitas pessoas que não conhecem a sua história.
Vi
isso tudo pessoalmente durante minha adolescência. A história do castelo sempre
será contada e recontada toda vida que alguém colocar uma foto em qualquer meio
de comunicação. Sou parte do senso comum de onde tudo começa.
Amigo, espero que com o pouco que ainda me lembro possa acrescentar algo ao seu trabalho de resgate da historia do mesmo. O meu relado foi a experiência que eu mesmo vivi e historias que todas as pessoas de Fortaleza contavam de geração em geração de toda a minha vida.
Foto - fonte: fortalezanobre.blogspot.com
Valéria Gabriel Lopes é membro do grupo Padaria Digital - Novos Tempos Novas Idéias do Facebook. Mora em Fortaleza, Estudou no Colégio São João, no Colégio Stella Maris e na Universidade do Ceará.
NOTA DO BLOG: O palácio situava-se na Avenida Santos Dumont no Bairro da Aldeota em Fortaleza-Ce. Pertencera a um ricaço, Plácido de Carvalho, que o erigira atendendo ao desejo de sua esposa Pierina Rossi, uma italiana que condicionara seu casamento com ele e conseqüente a vinda de mudança para o Brasil, à construção do palácio, que esteve a cargo do construtor João Sabóia Barbosa. Isso tudo por volta de 1912. Assim, casaram e viveram juntos até a morte de Plácido. Neste mesmo blog sob os títulos "A História do Palacete do Plácido" e "Um Postal Esquecido" encontram-se duas crônicas do escritor Bérgson Frota, e sob o título "O Castelo do Plácido", uma crônica do blogueiro Jean Kleber Mattos.
2 Comentários:
Um belo depoimento, rico, descritivo, só tem a enriquecer o que já foi escrito sobre o Palacete do Plácido. Parabéns
Parabéns pelo artigo, o escritor Bérgson Frota também escreveu sobre a história desse belo palácio, no mesmo blog. Ambos os autores estão de parabéns.
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