Saudades!
Entre meus recortes de jornais num canto do armário vivem suas cartas que a mim são muito caras. Muitas vezes recorro a elas a procura de textos corrigidos por você que sempre tratava de acertar minhas “mal traçadas linhas.” Pois durante muito tempo, não conseguia postar um texto sem que antes passasse pelo seu crivo.
Sua crítica construtiva, seus elogios, foram dando-me segurança e coragem para publicar e postar nos jornais e na internet textos de minha autoria. Não tenho dúvidas que você durante muito tempo foi meu anjo da guarda das letras. Tanto me ensinou que acabei criando asas.
Um belo dia, vi um texto meu publicado no jornal O Povo de Fortaleza, depois textos no Encarte Infantil do Diário do Nordeste, também de Fortaleza, e assim por suas mãos, começou minha trajetória nos jornais.
E a cada texto publicado quando eu menos esperava, chegava às minhas mãos o exemplar do jornal.
Depois vieram os blogs, o cordel, que era apenas uma brincadeira, mas acabou por premiar-me com uma cadeira na ABLC, tudo isso pedindo dedicação, e o tempo foi minguando e a internet, onde tudo é imediato, passou a ser o meu principal veículo de comunicação.
Tenho saudades das cartas que trocávamos e emociona-me saber que por elas você tem apreço. Todas estão bem guardadas, como guardada esta dentro do meu coração, esta grande amizade que tenho por você.
Querido amigo, continuo amando minha terra como sempre, se ela um dia prometeu ser madrasta, diante do meu carinho ela passou a abraçar-me como uma filha querida.
As carnaubeiras que tanto amo, admiro, além de serem musas de meus poemas, consegui preservar boa parte delas no meu sítio em Ipueiras.
Quanto ao cordel, tenho crescido bastante, participado de eventos culturais, sendo reconhecida e se me faltava apenas o palco, isto o cordel está me dando.
Como você vê, meus sonhos se transformaram em realidade e já estou plantando novos sonhos apostando em ótimas colheitas.
Amigo Bérgson, ainda acho importantíssimo o troca de correspondência tradicional realmente a internet com suas mensagens instantâneas e deletáveis tira o encanto das cartas que eram tão esperadas e tão bem-vindas.
Um abraço carinhoso dessa amiga de sempre,
Dália
(Dalinha Catunda)
Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).
3 Comentários:
Um excelente resposta. Dalinha bem sabe se sair bem na poesia e prosa.Talvez o tempo das cartas voltem ...
Bérgson,
Fiquei realmente feliz com sua carta, como feliz eu ficava com as que chegavam pelo correio.
As cartas jamais sairam de moda. São romanticas, bonitas e quem sabe no futuro não nos unirá em um livro??? você já cantou esta bola... e poderá ser um gol de placa.
Obrigada mais uma vez pelo carinho.
Sua sempre amiga,
Dalinha
Um diálogo histórico que enaltece a amizade. Nós que tivemos a felicidade de desfrutar Ipueiras na infância e/ou na juventude temos muito boas coisas a recordar. Abraço.
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