A CHUVA DO CAJU
Bérgson Frota
Início de outubro e de repente começa a chover.
Já se passou o inverno, mas cá no Ceará, o caju precisa de água e o céu derrama sem se atrasar.
Nas ruas da cidade o povo corre desprevenido, parece dia de inverno, o sol some e o claro azul se transforma no cinza azulado.
As ruas agora banhadas lembram ao povo do bom caju, cuja castanha nos dá um aperitivo maior ao sabor de várias comidas e também bebidas.
Aquela fruta vermelha clara ou escura, no mais comum amarelada veste os quintais ainda de muitas casas aqui em Fortaleza, e no campo onde o resistente pé cresce, leva fartura para o povo no lucro da venda e na boa e rica alimentação proporcionada.
O caju é a nossa maçã, a maçã do sertanejo, e há quem lembre sequer que a fruta é a castanha ?
Isso não importa, ambos são saborosos, marcas de gosto inesquecível de sabores que nos fazem desejar ainda mais um bom suco ou uma tostada castanha.
A chuva parte logo.
No chão molhado a natureza cumpriu sua promessa.
“Logo teremos caju” – Pensa alguém.
Sim muito em breve teremos o gosto saboroso deste presente dos deuses, e o sol agora volta a banhar a cidade secando o que a chuva molhou, depois de fecundada a terra que não tardará a brotar.
( Foto : pascoalita.blospot.com )
7 Comentários:
A chuva do cajú não é apenas um evento meteorológico. A safra do cajú é um evento cultural belíssimo no Ceará assim como em todo o Nordeste. O cronista Bérgson Frota deu forma e estilo a essa emoção. Parabéns.
A época do caju já está chegando, é realmente o Ceará muda de cara.
As feiras ganham um colorido especial, variando entre o vermelho e o amarelo encantando os olhos e o paladar dos nordestinos.
Bérgson nos aviva a memoria sobre a lendária chuva do caju.
Dalinha Catunda
Bérgson adoro cajú, sou uma cajueira assumida, que coisa mais deliciosa seu trabalho, lheio e ainda asso a castanha. Um beijo meu lindo.
O GUANASE.LARGA DO PEITO,E BEBE PRIMEIRO O TRAVO DO CAJU,VIRA CURUMIM, MAUÉ, A AMADA LHE DAR O CAUIM,BEBIDA QUE AFOGA NO AMOR,CAI O OMBRO DO GUERREIRO GUANASE DAS CAPONGAS DO SIARA.SUA VIDA É UM TANTO DE CASTANHAS NO POTE DE UM CAMOCIM.
BERGSOM.MUITO BOM SEU TEXTO.
Valeu Bérgson, o nosso amado cajú já merecia há muito tempo esta homenagem. Beijos.
Chuva boa, rápida, fora de hora mais tão necessária. Gostei de ter visto um trabalho que fala destas chuvas de frutas que as vezes a gente nem percebe que a natureza funciona como um bom relógio. Parabéns.
Coisa gostosa é a castanha do caju assada e um bom suco acompanhando. Gostei deste trabalho. Parabéns ao autor.
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