CARLITO MATOS, ENGENHEIRO, CANTOR E COMPOSITOR
Jean Kleber Mattos
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Carlito é cearense de Ipueiras, cidade da região norte do Estado do Ceará, a 300 km da capital, Fortaleza. Ele é formado em Engenharia de Pesca e trabalha como analista do Ibama, em Fortaleza. Assim o apresentou, em 05/11/2005, o programa televisivo de grande penetração, Terra da Gente. E seguia-se na apresentação: é um pesquisador que se utiliza da música como ferramenta para defender a natureza.
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Lembro-me de Carlito, em 1961, ainda criança, quando observava uma das festas dançantes à janela do Paço da Prefeitura em Ipueiras. Em dado momento, comunicou-me que estava indo para casa, dormir. Hóspede de seus pais, preparei-me para acompanhá-lo. Ele recusou dizendo que andava a vontade em Ipueiras a qualquer hora do dia ou da noite. Percebi então que a vivência em Fortaleza me fizera esquecer quão segura era a velha Ipueiras.
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Reencontrei Carlito várias vezes durante a vivência em Fortaleza, quando das viagens de seu pai, o poeta Costa Matos, meu padrinho de crisma, que, antes de mudar-se em definitivo para a capital, cursara Letras no curso superior administrado à época pelos Irmãos Maristas. Mais tarde, cheguei a visitar a família na residência à avenida Bezerra de Menezes, perto da Escola de Agronomia.
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Depois de meu êxodo do Ceará, vindo a morar em Brasília, os contatos escassearam e somente em 1986 tive oportunidade de almoçar com ele na Praia do Futuro, com minha companheira Heloisa e meus pais, em encontro casual.
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Em 2005, quando eu já tinha neta em Brasília, deu-se meu reencontro com Ipueiras mediante uma reunião de Ano Novo na capital federal na casa de Silvia Mourão, onde Tereza Mourão me falou do grupo da Internet, do site e do blog. Passei então a freqüentar novamente Ipueiras e meus amigos de infância e adolescência.
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Em minha crônica “A Viagem de Nossas Vidas” de 2007, publicada nos blogs Suaveolens e Ipueiras, lá está registrado: “à noite foi o jantar no apartamento do Carlito Matos, meu primo, na companhia de Costa Matos, a esposa Alderi e mais os netos e a nora. Reviramos saudades, como diria Walmir Rosa. Vimos um “show” exclusivo e doméstico do Carlito, grande compositor e intérprete, misto de engenheiro de pesca, compositor, músico e humorista. Impagável! Bebemos à sabedoria de Costa Matos, que presenteou-me com quatro obras literárias premiadas de sua autoria: “Na Trilha dos Matuiús”, “Estações de Sonetos”, “O Rio Subterrâneo”, “O Povoamento da Solidão”, alem de seu Discurso de Posse como membro da Academia Cearense de Letras. Do Carlito ganhei CDs e DVDs contendo suas composições e reportagens. Revi a simpatia de Alderi.
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O nome é Carlos Maria Moreira da Costa Matos. Engenheiro de Pesca, sua tese, defendida em 1976 na Universidade Federal do Ceará, sob orientação do professor José William Bezerra e Silva teve o título: Principais doenças de peixes. Esteve na SUDEPE no Centro Oeste e depois no IBAMA do Ceará onde, soube eu, foi superintendente. A sua paixão contudo, é a música.
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Dele falou Paulo Eduardo Mendes, juiz de direito e comentarista, em 14/4/2007, em artigo publicado no Diário do Nordeste: "Sonorização perfeita de Carlito Matos, num CD com a participação do luminar Waldonys. Miscigenação de som na produção executiva do próprio Carlito Matos que devaneia, no bom sentido, “andando e vivendo” dentro do ritmo das coisas boas da vida". Paulo Eduardo comentava sobre o CD “Andando e Vivendo” que Carlito dividia com o músico Waldonys.
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No mesmo ano, em evento festivo no Shopping Center Um em Fortaleza, faria mais um grande lançamento. Dele recebí um e-mail dizendo: "Primo, o show foi maravilhoso. Muita gente mesmo. Waldonys dividiu o palco comigo e foi um delírio. Presenças muito ilustres do Frota Neto, Marcondes Rosa, Costa Matos, Renato Bonfim. Enfim, tô feliz como pinto na jaca. Depois te mando algumas fotos. Abraços em todos. Carlito".
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Sobre o evento, o professor universitário Marcondes Rosa escreveu, no blog Ipueiras, crônica intitulada: Inesquecíveis Momentos no Center Um, onde destaca: "Na noite de autógrafos, ali, Carlito Cartos, visivelmente grato e emocionado, autografava, em longa fila: Carlito Matos – Coletânea; Alguém que Sonha e Canta, e Andando e Vivendo".
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Sob o artigo, postei meu comentário: "A noite do Center Um aqui retratada por Marcondes Rosa constitui-se num momento privilegiado de nossa vida, nós, que vivemos a juventude em Ipueiras. Carlito, com seu talento, nucleou-nos para um abraço fraterno embalado por seus versos e sua música".
Foto 1- Carlito e sua mãe, D. Alderi, do album do homenageado.
Foto 2- Dr. Spock, de "Jornada nas Estrêlas" no ato da saudação: "Vida longa e próspera!", do site: fanboy.com
Jean Kleber de Abreu Mattos, cearense, nascido em Fortaleza, viveu em Ipueiras dos dois aos oito anos de idade. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco. Atualmente doutor em fitopatologia, é professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.
8 Comentários:
Carlito Matos,
Falar de Carlito é falar das Ipueiras dos bons tempos.
Eu tive o privilégio conviver com Carlito ainda quase menino se achando um quase rapaz, mas num fundo apenas um pixote.
Tive o prazer de escutar, talvez, seus primeiros acordes, arranhando um violão.Duas musicas ainda recordo de ouvir em sua voz: "Era um garoto que como eu amava os Beatles..." A outra musica falava em Mississipi.
Dificil lembrar da esquina do Simão ser a imagem do Carlito, Lalu e Anastacio. Turma de amigos das memoraveis férias na nossa velha Ipueiras. As tertulias, os bate-papos,tudo que uma juventude saudável nos permitia.
Numca mais nos encontramos ao vivo e a cores. Mas nossa amizade é muito maior do que um mera distância. Nos reencontramos através da internet. Fiquei super feliz com a carreira musical que Carlito abraçou e com uma capacidade que lhe confere a genética, consegue ser genial em suas criações dignas dos aplausos dos mais exigentes críticos.
Sei que me alonguei no comentário mas a aqui é muito mais que um comentário, é uma declaração de carinho a um irmão querido.
Minha amizade com o Carlito remonta da infância em Ipueiras, nas peladas de futebol, no início dos anos 60. O sobrado do Prof Costa Matos e de Dona Alderi, seus pais, era muito frequentado pela meninada. Lembro que minha mãe Ineizita, quando eu me encontrava na casa dos Matos, falava para meu pai: "O Tadeu está lá na casa dos Lalus", citando, como referência o Lalu, irmão mais velho do Carlito, o hoje médico Dr. Costa Filho. Sentimos muito quando a família Costa Matos saiu de Ipueiras, rumo a Santos, SP. Por algum tempo superamos a distância com troca de cartas. Lembro demais um presente marcante: o envio de uma Revista do Esporte que atualizava a garotada com as notícias do futebol do Rio e de São Paulo. As possibilidades de reencontro se davam nas férias de julho, em Ipueiras, pois estudantes na Capital, já adolescentes, os folguedos escolares contavam com outras diversões, além do futebol, como a música, as tertúlias e as serenatas. Foi aí onde o Carlito despontou para os jovens casais de namorados, ajudando a cada um expressar seu amor nas noites escuras das serenatas. "Quase fui lhe procurar" e "Tell me once again" eram as músicas que sempre lhe pedia para cantar. O romantismo contribuiu para meu casamento com Fátima, irmã de Tuíca, um dos destacados componentes da turma. Saudosismo, não. Podemos fazer ainda tudo isso. Abraços do Tadeu Fontenele.
Carlitos Matos, filho do grande Costa Matos. louvo muito sua fornação acadêmica e todo o benefício que esta traz a sociedade. Grande figura.
Bérgson Frota
Puxa, primo! Que homenagem maravilhosa você me presta.Estou muito feliz e, de verdade, invejo bastante a sua memória fotográfica e a maneira única de transformá-la em cena viva.
Não por isso, mas fiz uma música muito bonita, chamada BUSCA, que tem muito a ver com você e a sua firme convicção de vida. Estou preparando um cd DEMO, com um arranjo mínimo, para poder mostrar-lhe.Obrigado por tudo. Amo vocês todos. Carlito.
Carlito Matos é uma pessoa alegre, receptiva e de grande sensibilidade, não apenas na música mas na arte de fazer amigos e sobretudo de preserva-los. Tem sempre uma palavra certa, fraterna e inteligente para dizer. Um prazer homenagea-lo no blog Suaveolens.
Meu grande primo: estou muito feliz pela colheita que sua matéria já está me proporcionando. Na realidade, tenho em mim uma confortável sensação de que ouvidos me ouvem e corações me sentem, da melhor forma possível. Dalinha, Tadeu e Bergson. Três pessoas por quem tenho muito respeito e afeto. Dalinha, aquela que não se incomoda com o tamanho das asas: quer é voar! Linda, inteligente. Forte. Decidida. Chave. Amiga. E vai abrindo porteiras...
O Tadeu é, pra mim, um símbolo de sobriedade, organização inteligente das coisas da vida. Consegue isto tudo sem ser chato! Amigo de tantas e tantas. Quando fomos morar em Santos, em 1963, era de quem eu mais sentia falta e lamentava profundamente que tivesse ficado em Ipueiras; que não estivesse comigo e Lalu, vivendo talvez o nosso maior sonho: o time inteirinho do Pelé, bem ali, à disposição dos nossos olhos matutos. Nas serenatas, estava sempre próximo deste cantor, braços cruzados e elogioso. É muito bom falar disso.
Já o Bergson, lembro muito do nascimento e da repercussão que o fato promoveu em Ipueiras. Os pais muito queridos e importantes na vida educacional ( e moral ) da cidade. Hoje leio atentamente tudo o que ele escreve nos blogs e nos jornais, dono de um enorme talento. Muito bom saber que gosta de mim.
Obrigado a todos vocês, por tanta alegria. Carlito.
Bom dia Professor, estava com saudades de vir aqui, mas o estágio e as leituras para monografia tem me tomado muito tempo. Bom ler sobre sua lembranças. Parabéns pelo texto e talentoso primo! Abraços.
Sempre que falam em Ipueiras me lembro dos irmãos Frota Antonio, Marcos, Francisco e outro qque cham´vamos carinhoso de Poeta. Onde anda esse pessoal.
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