Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

2.8.09

JEREMIAS CATUNDA, MEU PAI

Por
Bérgson Frota

Os anos se passaram e meu pai, hoje já encanecido adentra as calmas águas das oitenta primaveras.
Durante todo o tempo em que exerceu de forma ativa, dedicada e plena seu papel, sempre soube da real importância que tinha, tem e sempre terá a paternidade.
Nobre tarefa que não se resume em gerar e sustentar um filho.
Mas criá-lo, incutindo nele valores espirituais e morais, mostrando a real primazia dos dois primeiros em relações aos valores materiais, e isto bem o fez.
Nestes anos sua presença constante pela observação soube reconhecer os valores latentes nos filhos e os incentivou a exteriorizá-los para torná-los assim senhores de si.
Sabendo e tendo a responsabilidade de que nos criava para o mundo e nesta consciência agiu de forma equilibrada e responsável.
Quantas vezes meu pai tu não chorastes em silêncio no medo desassossegante de falhar, de não cumprir corretamente sua missão.
E o choro silencioso pelo destino dos filhos por si só já era uma prece ? Sem palavras, mas prece, pois não negava uma sublime rogativa.
Quantas vezes pai pra ensinar não te tornastes duro, quando o coração mandava relaxar e ceder pela alegria temporária porém enquanto a dureza do instante garantiriam horas e anos de alegria. E assim sabendo, firme manteve-se.
Pelo exemplo junto à fiel companheira meu pai muito fez pelos filhos.
Neste caminho muitos percalços, dificuldades superadas, sacrifícios e dores.
Hoje, em silêncio meu pai vê os filhos distantes, mas não deixa de ser feliz, o sentimento de missão cumprida o faz ainda melhor ao lembrar-se de tudo que percorreu e venceu na difícil tarefa da paternidade.
Pai a grandeza e humanidade de teus atos são estímulos imorredouros do dom sagrado do Criador, ao mesmo tempo Pai presente ao mesmo tempo terno Amor.

Bérgson Frota

Meu querido Pai faleceu às 11 horas de 02.08.09




A NOTÍCIA
Amigos de Ipueiras,
Recebi um e-mail de Chico Frota, cunhado de Jeremias Catunda noticiando seu falecimento, acontecido por volta de meio dia na cidade de Fortaleza. Ipueiras fica sem mais um de seus valores literários. Jeremias Catunda, poeta escritor jornalista foi um belo exemplo de amor a Ipueiras. Sua cidade era lembrada em quase tudo que ele escrevia. Hoje vendo via internet o jornal "O Povo" na página jornal do leitor foi publicado um belo texto de Jeremias Catunda, sobre carros de bois. Fiquei triste com a noticia e aqui deixo a familia, meus mais sinceros sentimentos.
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Dalinha Catunda (Em 02.08.2009)


Pois é, Dalinha,
Você disse tudo....
Mais um Ipueirense ilustre que desfalca o grande escrete literário da cidade...
Nossos sentimentos à família enlutada...

Nonato

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A EQUIPE DO BLOG SUAVEOLENS, PROFUNDAMENTE CONSTERNADA COM O FALECIMENTO DO ILUSTRE AMIGO IPUEIRENSE, EXTERNA SEUS SENTIMENTOS ESPECIALMENTE A D. RUTH E AO FILHO BÉRGSON FROTA MEMBRO DO ELENCO DE COLABORADORES DESTE BLOG.

ABAIXO REPRODUZIMOS O ARTIGO DE JEREMIAS CATUNDA PUBLICADO RECENTEMENTE NO JORNAL "O POVO" DE FORTALEZA CEARÁ, UM DIA ANTES DE SEU FALECIMENTO, CONFORME NOS FOI ENVIADO PELO FILHO BÉRGSON FROTA.


O CARRO DE BOIS NA POESIA CEARENSE


Uma das figuras que muito honra a magistratura do Ceará, o nobre e culto amigo, doutor Antônio Nirson Monteiro, diz no início do seu erudito trabalho literário “Achega sentimental para sua memória”: “O carro de bois, veículo rústico de tração animal de antigo uso nas mais diversas civilizações, foi o primeiro grande contributo para a economia brasileira lado a lado com o braço escravo. Esteve presente nos quatro pontos cardeais do Brasil, desde a mais remota data colonial até os dias de hoje”.

No vigor dos nossos 12-14 anos, década de 1930, Ipueiras, como as demais pequenas cidades do interior, era sulcada o dia inteiro pelas possantes rodas de madeira dos “chorosos” carros de bois, veículo rústico que atendia os reclamos do comércio e até servia para transportar pessoas nos dias de festas, casamentos, para os sítios da periferia ou para a zona rural. Carros com mesas feitas de grossas tábuas de angico, o cambão da mesma madeira, uns longos para duas juntas de bois, outros menores para uma junta; as rodas eram especialmente feitas de pau-d’arco, para maior resistência e bem oleadas com extrato de mamona para o gemido característico que fazia vez de buzina e levava também muita saudade aos que na época iam virar o mundo, deixando o interior.

Nas noites enluaradas, o carro de bois ao longe, distante quilômetros até já era ouvido nos ermos das estradas do sertão, gemendo aos gritos dos carreiros, quando não entoando cantigas nativas, loas como: Vai “Mandingueiro” / Vai Azulão / Vai meu carro ligeiro / Vai rei do sertão...

O serviço do carro de boi em nossa terra foi de muita utilidade em anos remotos, se levarmos em conta que hoje está praticamente “aposentado”, pois muito raramente ainda se vê um trabalhando. Para a estação ferroviária (agora desativada) por onde no passado era transportada a produção do município, milho, feijão, mamona, algodão, oiticica, e de onde se traziam as mercadorias para a cidade, distava do Centro quase um quilometro a mais e havia um alto que exigia muito sacrifício das juntas de bois puxando os enormes pranchões ladeira acima.

Recordamo-nos ainda dos carros do Cesário Capeta, Vicente Lúcio (Carnaúbas), Inácio Rufino (Vamos-Ver), Raimundo Alexandre (Estação), Raimundo Victor e Zé Galdino.

Quando rodavam só dentro das ruas era uma festa para a meninada, principalmente no fim das aulas. E se por azar se pegasse um carreiro zangado, quase sempre “queimado” da branquinha, o chiqueirador cantava bonito e vez por outra éramos alcançados pela ponta do relho.

Tempo bom de muita saudade...

Jeremias Catunda

Publicado no O Povo em 01.08.2009

Foto : bolsadearte.com
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À Familia Frota, Catunda e Malaquias Nossas condolências pela partida de Jeremias, ipueirense ilustre, que ora parte para o plano superior, deixando sua história rica de beleza humana e literária como herança para seus descendentes e conterrâneos.
Temos certeza que ele figura no Quadro de Honra da Cidade Celestial, junto ao seu amigo, poeta Costa Matos.
Ontem, em nossa varanda da casa da Tabuba (nominada Dois Sertões em homenagem as nossas origens) Sabino Henrique lia para mim e Adelaíde seu artigo sobre Carros de Bois, pulicado no Caderno do Leitor do Jornal O Povo e nos pedia para reconhecer as pessoas que ele carinhosamente citava.
Com imenso pesar.
Da Família de D. Brigida Marques Cavalcante (que hoje já conta com 57 membros vivos)
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Ruth Frota
Tomei conhecimento hoje do prematuro falecimento do nosso querido amigo, conterrâneo e escritor JEREMIAS CATUNDA, - amigo desde a minha infância e de sofrimento quando em março de 1959 viemos para Fortaleza, morando no Hotel Comercial, do Sr. Demóstenes.
Com completo desconforto, pois morávamos no mesmo quarto eu, Jeremias, Jonas e Toinho Mourão, tomando banho de cuia, pois lá não tinha chuveiro, mas com sacrifício enfrentamos todas as dificuldades e conseguimos vencer, dentro de nossas possibilidades.
A vitória é de quem sofre, luta e trabalha arduamente para vencer nesta difícil vida. Senti muito de saber desta triste noticia de seu falecimento.
Ipueiras agora ficou mais pobre de valores intelectuais, mas a vontade de Deus está acima de nossos desejos, assim envio os meus sinceros votos de pesar, extensivos a toda família e aos Ipueirenses de modo geral, com meus votos de que Deus em sua misericordiosa bondade, o coloque em bom lugar, visto que ele merece.
Renato Bonfim Medeiros e familia
Renato Bonfim (residência)
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Jeremias Catunda traduzia com perfeição o que existe de mais belo em Ipueiras: sua serra, sua vegetação e seu povo. Deus leva para o céu o último grande escritor de Ipueiras, visto que já levou Gerardo Mourão e Costa Matos. Para mim, ninguém amava mais Ipueiras do que Jeremias Catunda. Que a sua obra e o seu legado seja conhecido pelas novas gerações. Todos nós temos o compromisso com essa tarefa. "É assim a minha terra: não há poeta que lhe diga a grandeza; não há descrição que lhe conte os encantos". É assim Jeremias Catunda, não há palavras suficientes para descrever o quão grandiosa foi sua contribuição com a nossa cidade. Que Deus o tenha um um digno lugar. Abraços.
Francisco Braga
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Jeremias Catunda foi um grande poeta e escritor de nossa amada Ipueiras, todos os elogios e homenagens que este blog fez lhe são justas. Adeus Meu Grande Amigo.
Ivanildo Teixeira Rocha de Lima
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MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUE DEUS TE DÊ TODA LUZ E FAÇA SUA ALMA TRILHAR AINDA MAIS O CAMINHO IMORREDOURO DOS QUE NA TERRA POETIZARAM, ESCREVERAM E SOUBERAM DE FORMA BRILHANTE DESTACAR SEU POVO E SUA TERRA. ADEUS GRANDE AMIGO.
Nelson Martins ( Piauí)
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Jeremias Catunda foi meu mestre. Com ele aprendi que cultura se adquire lendo.Vai com Deus Jeremias! O Deus todo poderoso te espera de braços abertos.
Luiz Alpiano Viana
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Nosso grande poeta e escritor, repouse em paz, Ipueiras chora.
Marcos Uchoa
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Associo-me às condolências, com a certeza de que Ipueiras e o Ceará perdem um excelente nome em nosso jornalismo. Que Deus o tenha.
Marcondes Rosa de Sousa
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Meu velho amigo criador de canários, que Deus te acolha junto aos seus. Saudades.
Expedito Lima
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Velho correspondente de jornais da capital em sua cidade, partiu Jeremias Catunda, também polemista e grande orador, excelente poeta, cantando sempre sua terra e coisas de sua terra, Jeremias Catunda Malaquias (mas que todo mundo só o chamando de Jeremias Catunda) foi uma figura presente na vida política e intelectual de Ipueiras, dos últimos 50 anos e, também, mas não menos importante, era casado com a professora Ruth Frota; e deixou três filhos : professor Bérgson, o sociólogo Carlson, e a pedagoga Waleska.
Alencarinas - Jornalista Lustosa da Costa / Diário do Nordeste 11/08/2009.
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8 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

Com muito pesar, publico a notícia de falecimento e as homenagens ao meu amigo Jeremias Catunda, ilustre poeta, jornalista e cronista, cidadão que muito honrou a sua terra, Ipueiras do Ceará, mediante seu brilho e suas obras enaltecendo a sua cidade natal. Esteja com Deus, amigo!

2.8.09  
Blogger Unknown disse...

Jeremias Catunda traduzia com perfeição o que existe de mais belo em Ipueiras: sua serra, sua vegetação e seu povo. Deus leva para o céu o último grande escritor de Ipueiras, visto que já levou Gerardo Mourão e Costa Matos. Para mim, ninguém amava mais Ipueiras do que Jeremias Catunda. Que a sua obra e o seu legado seja conhecido pelas novas gerações. Todos nós temos o compromisso com essa tarefa. "É assim a minha terra: não há poeta de lhe diga a grandeza; não há descrição que lhe conte os encantos". É assim Jeremias Catunda, não há palavras suficientes para descrever o quão grandiosa foi sua contribuição com a nossa cidade. Que Deus o tenha um um digno lugar. Abraços.Braga

4.8.09  
Anonymous Ivanildo Teixeira Rocha de Lima disse...

Jeremias Catunda foi um grande poeta e escritor de nossa mada Ipueiras, todos os elogios e homenagens que este blog fez lhe são justas. Adeus Meu Grande Amigo.

4.8.09  
Anonymous Nelson Martins ( Piauí) disse...

MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUE DEUS TE DÊ TODA LUZ E FAÇA SUA ALMA TRILHAR AINDA MAIS O CAMINHO IMORREDOURO DOS QUE NA TERRA POETIZARA, ESCRVERAM E SOUBERAM DE FORMA BRILHANTE DESTACAR SEU POVO E SUA TERRA. ADEUS GRANDE AMIGO.

5.8.09  
Blogger luizalpiano disse...

Jeremias Catunda foi meu mestre. Com ele aprendi que cultura se adquire lendo.

Vai com Deus Jeremias! O Deus todo poderoso te espera de braços abertos.

5.8.09  
Anonymous Marcos Uchoa disse...

Nosso grande poeta e escritor, repouse em paz, Ipueiras chora.

6.8.09  
Anonymous Expedito Lima disse...

Meu velho amigo criador de canários, que Deus te acolha junto aos seus. Saudades.

11.8.09  
Anonymous Alencarinas disse...

Velho correspondente de jornais da capital em sua cidade, partiu Jeremias Catunda, também polemista e grande orador, excelente poeta, cantando sempre sua terra e coisas de sua terra, Jeremias Catunda Malaquias (mas que todo mundo só o chamndo de Jeremias Catunda) foi uma figura presente na vida política e intelectual de Ipueiras, dos últimos 50 anos e, também, mas não menos importante, era casado com a professora Ruth Frota; e deixou três filhos : professor Bérgson, o sociólogo Carlson, e a pedagoga Waleska.

Alencarinas - Jornalista Lustosa da Costa / Diário do Nordeste 11/08/2009.

12.8.09  

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