CONTO DE NATAL
Por
Dalinha Catunda
Era uma vez uma menina chamada Maria, que, apesar dos tempos modernos e do turbilhão de informações, ainda acreditava em Papai Noel. E foi pensando assim que ela resolveu escrever uma carta ao tal velhinho.
Querido Papai Noel,
Eu sei que o senhor é bonzinho e vive agradando as crianças. Meu pedido é um pouco confuso, mas sei que, para um Papai Noel, nada é difícil.
Adorei um pião que meu irmão ganhou em seu aniversário. Passo horas vendo ele girar.
Quero que o senhor me traga, nesse Natal, um presente bem colorido, com muitas listas, que gire que nem o pião do meu irmão, mas tem que ser um brinquedo de menina.
Conto com o senhor meu bom velhinho.
Um abraço da Maria.
Dobrou a carta e entregou a sua mãe, pedindo-lhe que a colocasse no correio. A mãe, comovida com a ingenuidade da filha, guardou a carta com carinho, prometendo a si mesma que faria o possível para realizar o sonho de Maria.
Recorreu então à madrinha da menina, que costumava viajar ao Paraguai com a finalidade de fazer compras, para abastecer sua lojinha de brinquedos. A madrinha emocionou-se com o relato. E querendo alimentar a inocência da afilhada, prontificou-se a ser cúmplice nessa aventura.
- Não se preocupe, comadre. Eu darei um jeito. Nossa menina terá o presente desejado.
Enfim, o grande dia! Véspera de Natal... Maria ajeitou seu sapatinho embaixo da cama. Participou da ceia. Deu uma olhadinha no presépio. Admirou a árvore de Natal. E, em seguida, voltou para o quarto. Queria dormir cedo e acordar mais cedo ainda. Queria saber que surpresa Papai Noel teria preparado para ela. A ansiedade era grande, não maior do que alegria do dia seguinte.
Tava lá, ao lado do seu sapatinho, uma caixa pequena embrulhada num papel colorido e com muitas fitas. Desesperado, ela tenta abrir a caixa de qualquer de qualquer jeito. E, em segundos, consegue retirar, dentro da caixinha, uma linda bailarina.
A boneca era fosforescente, as listas coloridas da roupinha brilhavam tanto que chegavam a doer nos olhinhos da pequena. Correu para mostrar a mãe.
- Olha, mãe, olha! Papai Noel atendeu ao meu pedido. Pena que o brinquedinho não gira... Mas é tão lindo! Tão colorido!
A mãe, vendo que era uma caixinha de música, pediu para ver. Pegou o brinquedo e deu corda. A graciosa bailarina começou a dançar e rodopiar em cima do piano, para a imensa alegria de Maria, sob olhar emocionado de sua mãe.
Ainda vale a pena apostar na inocência de uma criança.
____________________________________________
Conto publicado originalmente no blog
http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/
____________________________________________
Maria de Lourdes Aragão Catunda – POETISA, ESCRITORA E CORDELISTA. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/
5 Comentários:
O Natal enternece também, porque recordamos os presentes ganhos na infância e que tanta felicidade nos proporcionaram. O Natal é mágico. Todos os pensamentos convergem para ele e isso é uma grande força. Poetas e contistas como Dalinha nos levam a sonhar. Têm magia na palavra escrita. Obrigado, Dalinha, por tudo. Felicíssimo Natal.
Dalinha tem a capacidade de garimpar na sua rica vivência emocional fatos e contos, estes cada vez melhores a nos tocar e lembrar em época tão festiva a grandeza do Natal.
Bérgson Frota
O Natal é uma época que faz a gente se lembrar da infância feliz cheia de presentes, e na presença de Deus encarnado no seu filho Jesus Cristo. Por isso é importante estes trabalhos,Feliz Natal e Ano Novo para todos.
Natal traz alegrias,
saudades e recoração.
É quando Jesus menino,
nos faz sentir emoção.
unindo familia, amigos,
que rezam a mesma oração.
Agradeço a Jean Kleber,
Bérgson Frota Também.
A minha amiga Lurdinha,
que admiro e quero bem,
pelos comentários postados,
presente melhor não tem.
Dalinha Catunda
Achei este trabalho muito sensível, muitas vezes o Natal é descrito só com presentes e chegada do Papai Noel, neste trabalho existe o sentimento da criança, como a autora mesmo diz no final, vale a pena ainda se apostar na inocência de uma criança. Parabéns à ESCRITORA.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial