ÍCONES CULTURAIS
Ipueiras. Distrito de São Gonçalo da Serra dos Cocos. O País dos Mourões, na voz de Gerardo, "nosso Dante" disse Drumond de Andrade, e a celebrar 250 anos de sua Matriz. Palco das "fratricidas brigas", expressas em ruínas.
Isso, a par de tentativas como as de reforma agrária por Dom Fragoso. Ali perto, experiências ensaiadas de agricultura familiar. Até, nascente indústria de polpa de frutas. Olhar, aí, para a frente, a flecha do arco da paz a quebrar-se. Como o Cristo da Caatinga, que, embora arranhado por incômodas torres a seu redor, mira, em reta, a Bica do Ipu, sob a pauta dos sonhos de Nagib, prosaico mourão a sonhar com a "grande metrópole entre as duas cidades".
No imaginário das pessoas, pingas, fartos em toda a região, a se somarem a estações ferroviárias, igrejas e a Casa da Otacilândia, com suas 120 portas, a desenhar o progresso. Tudo isso, num tempo em que o patrimônio histórico e cultural pode tomar, como o fez, o próprio samba como um dos monumentos de nossa cultura. Escola é preciso.
Mas, aí, a lição que confessou ter aprendido Ariosto Holanda, de D. Aureliano Mattos: "sem arte e sem ofício, não somos filhos de Deus ou cidadãos". Centecs e CVTs se impõem. Observo o grau de saber de populares a ler "ícones" a lhes pautar o amanhã.
E, em Fortaleza, tento levar tais traduções do sentimento coletivo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que se dispõe ao estudo de tais sentimentos, onde o cultural traduz sentimento do povo e aponta soluções concretas para seu desenvolvimento.
E a mim, acode a sensibilidade para o concreto que invadiu ao industrial Edson Queiroz quando lançamos a Rádio Universitária e divulgávamos as "águas": "Vocês me chamaram a atenção para algo mais importante. Não queimam e todos precisam". Nasceu-nos indústria da água mineral!
Fotos: Altar de São Gonçalo, Prédio da Prefeitura de Ipueiras, Estação Ferroviária e a "Casa das 120 Portas" (Otacilândia). Acervo do autor.
2 Comentários:
Os olhos no futuro têm que estar. Os pés no passado, sem esquecer a história e as conquistas.Os valores éticos. Nossa memória será uma alavanca e não apenas lembranças.Parabéns ao autor pelo resgate.
Marcondes,que bom que as gerações futuras terão oportunidade de conhecer a Ipueiras do passado, que se fará presente através do tombamento patrimonial. Parabéns ao autor pelo idealismo de preservar os ícones históricos do município.
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