conselho
de amor
meu
filho
afasta-te
da mulher-sol
ela
tem cabelos de ouro
seios
de fogo
tentáculos
de granito
que
esmagarão
os
teus sonhos
seus
lábios de veludo
guardam
miragem enternecida
e
têm veneno de morte
na
mentira de amor
não
procures
a
mulher-lua
misteriosa
e entorpecida
ela
passeia sua nudez
sem
desejos
indiferente
às serestas
dos
que a fitam a vagar
sem
abrigo e sem leito
esquece
a mulher-estrela
que
apagou o sol
matou
a lua
e
encarcerou-se na distância
de
um falso amor a si mesma
não
colherão
na
flor de narciso
o
beijo que cintila
no
seu colo ardente
será
a seus olhos
o
desprezível pó
que
rolou da montanha
para
um vale triste
foge
da mulher-vento
que
traz a tempestade
para
tua vida
abriga-te
da mulher-chuva
que
fará transbordar a amargura
da
tua paixão
procura
a mulher-terra
feita
da mesma argila
e
da seiva do mesmo sangue
da
tua inspiração
ela
te abrirá os braços
e
mandará teu calor
às
entranhas
onde
germinam frutos
de
libertação
e
do encantamento
sem
temores
na
placidez dos ninhos
e
das flores
terás
o sol da manhã
doirando
a árvore da vida
sentirás
brisa e luar
nos
teus amores
e
da galáxia dos sonhos
baixará
a estrela que esperas
no
teu coração
***
Prof.
Francisco Alves de Andrade e Castro. Nasceu no Sítio Recreio, em Mombaça-Ce, a
21 de novembro de 1913 e faleceu em Fortaleza-Ce, a 6 de outubro de 2001, aos
87 anos de idade. Era filho de José Alves de Castro e de Raimunda Paes de
Andrade. Graduado em Filosofia, pelo Seminário Arquiepiscopal de Fortaleza; em
Engenharia Agronômica, pela Escola de Agronomia da Universidade Federal do
Ceará e em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Ceará. Recebeu o título de Professor Honoris Causa, da
Escola Superior de Agricultura de Mossoró e Professor Emérito, da Universidade
Federal do Ceará. Foi-lhe concedida a Medalha do Mérito Agronômico do Brasil,
outorgada pela Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil, a
21 de janeiro de 1972, em reconhecimento aos inestimáveis serviços prestados à
classe agronômica brasileira e à comunidade nacional, consoante diploma. Foi
membro do Instituto do Ceará, da Academia Cearense de Letras e da Comissão
Cearense de Folclore. Foi casado com Raimunda Negreiros de Andrade (Mundinha),
com quem teve quatro filhos: Raimundo Régis (agrônomo e professor
universitário), Tereza Cristina (graduada em Letras e Pedagogia), Pedro José
(médico) e Paulo Alexandre (médico).
Site da consulta:
mariapereiraweb.net/?area=foto_013
***
NOTA
DO BLOG
Conheci-o
pessoalmente em 1967, em um Congresso de Agronomia em Recife, mas já ouvira
muito falar dele, desde 1963, quando ingressei na Escola de Agronomia do Ceará.
Em 1973, jantamos juntos em Brasília, em companhia do agrônomo José Lister
Ibiapina Parente, por ocasião de outro congresso da categoria. Nesta oportunidade,
presenteou-me com seu livro “mensagens em minúsculas” (não há letras maiúsculas
no livro).Transcrevi uma das belas poesias do livro (a que mais gostei), para
esta matéria do blog.
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