PERDI MEU TREM
Dalinha Catunda
Às vezes me bate saudades
Das coisas do meu sertão.
Do tempo que já passou
Mas ficou na recordação.
O velho trem que passava
E eu sempre me encantava
Com sua movimentação.
*
Seu Gonçalo Ximenes,
Dos Ximenes Aragão.
Chegava uniformizado,
Era o chefe da estação.
Era agente ferroviário,
Que cuidava do horário,
E o meu avô do coração.
*
Ainda hoje está de pé,
A estação de Ipueiras.
Porém já não se encontra
As famosas cafezeiras.
Já partiram para o além
Mas ainda lembro bem,
É da Maria Capoeira.
*
Era no velho quiosque
Que hoje está diferente,
Que da chuva e do sol,
Abrigava muita gente.
E quando o trem surgia
O povo eufórico corria.
Numa alegria inocente.
*
Os trilhos ainda estão lá,
Cortando o meu sertão,
Dormentes espalhados,
Por toda aquela região.
Mas só passa o cargueiro,
Pois o trem de passageiro,
Hoje é mera recordação.
*
Minha saudade é tamanha,
Que não sei nem calcular.
E quando um trem apita,
Chego a me transportar.
Viajo lá pro meu sertão!
Revejo a minha estação!
Sem ver o meu trem passar...
.
Dalinha Catunda.
30 de abril de 2010
,dia do Ferroviário.
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).
2 Comentários:
Dalinha, o trem é um grande tema e a sua poesia o torna maior. Parabéns! Bj.
Um belo trabalho, parabéns.
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