Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

26.6.10

FOI NUMA QUADRILHA

Por
Bérgson Frota

Já faz tempo, mas o que é o tempo para os sentimentos, que mais vivo que tudo nos faz viver.
Era junho, mês de quadrilha, a mais famosa de todas, a quadrilha de São João.
Lá estava Cristina, a esperar-me para juntos irmos como almas gêmeas àquela festa junina.
O que sentíamos era um êxtase.
Havia uma festa interna em nossos corações, e a alegria externa era pouco para descrever o sentimento do primeiro amor que nós dois sentíamos, do primeiro beijo e da primeira flor, dada numa pureza ingênua, quase santa de início de namoro.
Dançamos como se para nós fosse aquela festa.
No salão éramos únicos, como se tudo no Universo parasse e só nossas trocas de olhares existissem.
Preservamos o carinho e a atração mútuos em um recôndito só nosso, onde ninguém pudesse entrar ou estar.
Depois daquela festa, no qual meu chapéu de palha e sua saia xadrez, nos fazia caricatos. Nossos sentimentos cresceram, e frutificaram-se.
Nossa intimidade a esquentar lençóis, e o segredo dela nascido, era uma promessa eterna de silêncio e cumplicidade.
Foi numa quadrilha, muito tempo depois escreveria eu num texto, foi numa quadrilha que encontrei minha primeira namorada.
Cujo cheiro marcou-me, cujas carícias e beijos não me fizeram-na esquecer, cujas promessas por imaturidade feitas, quebramos mutuamente, mas confesso não foram de todo perdidas.
E no coração, hoje posso afirmar, ainda vive Cristina, como uma lembrança querida. E onde quer que esteja, garanto ainda lembrará também.
Nossas promessas e juras ficaram como resquícios santos e imaturos, que se não nos uniu fisicamente, deixou marcando para sempre na linha de sentimentos em nossos corações a recordação eterna do primeiro amor.

Publicado no O Povo (Fortaleza-Ce) em 26.06.2010

Gravura : blog.educacional.com.br

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

6 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

MÊS DE FESTAS JUNINAS. E AQUÍ, BEM NA HORA, A BELA CRÔNICA DE BÉRGSON FROTA! DESFRUTEM.

26.6.10  
Anonymous Lurdinha disse...

Uma bela recordação. Beijos.

27.6.10  
Anonymous Aurilene Martins disse...

Parabéns por dividir conosco esta história.Linda por sinal.

28.6.10  
Anonymous Pedro Ailton disse...

UM TEXTO MARCANTE AMIGO.

29.6.10  
Anonymous Nayane Mota disse...

Uma lembrança que ligou-te de fato a festa de São João. Parabéns pela elegância do texto.

5.7.10  
Blogger Dalinha Catunda disse...

Olá Marcondes,
Bela crônica de Bérgson que sempre atua muito bem em todo gênero que escreve.
Essa crônica onde as lembranças das antigas festas juninas aparecem está maravilhosa.
Um abraço ao Você Jean Kleber parabéns ao Bérgson pelo crônica.
Dalinha Catunda

14.7.10  

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