O CAMINHO DAS LENDAS
Uma pedra no caminho,
Havia e eu nem liguei.
Feito moleque de rua,
Por cima dela pulei.
Filha do vento e dos morros,
Com arte não escorreguei.
Não nasci nas Minas Gerais.
Nem tão pouco em Itabira.
Minha terra é Ipueiras,
Lá pras bandas da Macambira.
Sem ligar pros desencontros,
Cansei de dançar quadrilha.
O mel que adoçou meu leite,
Foi feito por jandaíra.
Peixe de água doce,
Comi de piaba a traíra.
Corri de vaca valente,
O que aguçou minha ira.
Brinquei de virar mãe-d’água,
Em meu pequeno torrão.
Debruçava e me olhava,
Nas águas de um cacimbão.
Era a Uiara sonhada,
Habitando minha ilusão.
Filha do vento e dos morros,
Não menos filha da lua.
Na madrugada encantada,
Na fonte banhei-me nua,
E foi assim que nasceu,
A minha história e a tua.
O banho na madrugada.
Passos de dança ao luar.
Um cavalheiro... oh, acaso!
Uma dama, o Eros, um par.
Clima, química, e encaixe,
Uma lenda a se desenhar.
1 Comentários:
Dalinha voltou das férias em Ipueiras e já nos brinda com seus versos deliciosos. Bem vinda, amiga.
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