Por                                    
 Bérgson Frota
O pôr do sol em Marte é avermelhado, triste,
silencioso e sem vida, mas belo.
A imagem nos faz lembrar o quanto
tudo lá para nós faltaria, e o quanto aqui na Terra, em abundância temos, sem
valorizar.
Mas voltando ao pôr do sol em Marte,
questiono, um dia sem som, sem um riso e até mesmo sem um choro.
Sem preocupações, esperanças, sonhos. Sem
felicidade, só a beleza a saciar com a imagem os nossos olhos, só a eles
banquetear.
Penso na despedida de quem amamos, dos que só
conhecidos, mas que se foram. Eles pelo menos riram, choraram, tiveram sonhos e
se não os concretizaram, mesmo assim os puderam ter e nutrir diariamente com
esperança, e no pôr do sol dizer,--- Amanhã quem sabe eu alcanço.
O pôr do sol em Marte é de uma beleza
fascinante. Sacia-nos a imagem, torno a repetir a cansar.
Nos faz pensar em tanta beleza, que cá na
Terra não notamos. E lá não podemos apreciar, aqui está todos os dias, no fim
da tarde, boca da noite a nos esperar.
O sol se põe em Marte, belo e
distante, indiferente pra noutro dia voltar.
O sol se põe na Terra, belo, também
distante, mas como um símbolo radiante de vida, espetáculo para sete bilhões de
habitantes, a renovar promessas, alentar o viver, fazer criar e crescer a
mágica dádiva da vida.  
Crédito da foto : Agencia Espacial Americana (NASA)
                                                      
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.        
						 
						
						
					  
					  
3 Comentários:
Bela crônica, amigo. Parabéns!
Surreal o texto valeu demais pela imagem.
Parabéns Professor por esta metáfora entre beleza e vida.
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