Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

21.12.16

O NASCIMENTO DE JESUS


O NASCIMENTO DE JESUS
Por

Dalinha Catunda
1
A narrativa que faço
Não é minha invenção
Pra contar já me benzi
E fiz minha oração
Peço a Deus discernimento
Pra falar do nascimento
De quem trouxe a salvação
2
Nas linhas de cada verso
Cumprirei o meu papel
Seguindo sempre a risca
O tema desse cordel
A vinda do Deus menino
Sua saga seu destino
Prometendo ser fiel.
3
Tudo isso começou
Com José e com Maria
Que ficaram radiantes
E replenos de alegria
Quando Miguel o arcanjo
Com sua boca de anjo
A boa nova dizia.
4
Assim deu ele a notícia
Com jeito e com muito tino
Que do ventre de Maria
Nasceria um menino
Maria daria a luz
Ao filho de Deus, Jesus,
O sagrado ser divino.
5
Com o casal satisfeito
Não havia desengano
Mas veio de Cesar Augusto
O Imperador Romano
Uma nova lei criada
E a família sagrada
Tinha que mudar de plano.
6
A sua terra natal
Todos tinham que voltar
Porque Cesar resolveu
A população contar
O motivo foi exposto
Foi por causa do imposto
Que ele decidiu cobrar.
7
A família de José
Voltava para Belém
A fim de cumprir a lei
E se registrar também
Com dor a pobre Maria
No caminho padecia
Mesmo assim dizia amém.
8
Foi uma viagem longa,
Deixou Maria cansada
E se aproximava a hora
Por todos tão esperada
Sem achar hospedaria
José fez o que podia
De maneira improvisada.
9
Ele avistou um estábulo
Onde montou seu abrigo
O ambiente era limpo
Lá não corriam perigo
Com palha forrou o chão
Improvisando um colchão
Fugindo do desabrigo.
10
Por sobre a palha, José,
Uma manta estendeu
Ali deitou o casal
Que descanso mereceu
Para geral alegria
O menino de Maria
A meia noite nasceu.
11
E foi numa manjedoura
Que a criança ficou
Forrada com palha limpa
Que o bom José arrumou
Num pano foi enrolado
Nas palhinhas colocado
Pela mãe que lhe embalou.
12
Nasceu o filho de Deus
E de Jesus foi chamado
Como advertiu o anjo
Quando deu o seu recado
Foi despido de riqueza
No meio da singeleza
Que Jesus foi adorado
13
Nas colinas de Belém
Os pastores agrupados
Vigiavam seus rebanhos
E ficaram assustados
Quando lá no céu brilhou
Uma luz que os espantou
Deixando-lhes ofuscados.
14
Era um anjo que surgia
E acalmou cada pastor
Eu trago boa notícia
Escutem-me, por favor,
Nesta noite em Belém
Nasceu para nosso bem
Jesus nosso Salvador.
15
E logo no céu surgiu
Encantando os pastores
Mais anjos que lindamente
Cantarolavam louvores
Em homenagem a Jesus
Que chegou trazendo luz
E prenúncio de amores.
16
E Glória a Deus nas alturas
Se ouviu com suavidade
E paz na terra aos homens
Que tinham boa vontade
Os anjos assim cantavam
Pastores se encantavam
Diante da novidade.
17
A luz foi diminuindo
Todos logo perceberam
Os anjos também sumiram
E os pastores se acenderam
E cheios de esperança
Foram atrás da criança
A pista eles não perderam.
18
Quando viram o estábulo
Entraram devagarinho
Na manjedoura o menino
Ao lado dele um burrinho
Tinha uma vaca também
Como de fato convém
Jesus não estava sozinho.
19
Pelos homens da colina
Jesus Rei foi adorado
Ele era o salvador
Pelo anjo anunciado
Os pastores finalmente
Contaram pra toda gente
Que Jesus tinha chegado.
20
Três homens sábios moravam
Num país muito distante
E do céu e das estrelas
Faziam estudo constante
Uma estrela reluzente
Aparece de repente
Com um brilho intrigante.
21
Diziam os três Reis Magos
Que o sinal emitido
Era algo especial
Que havia acontecido
E foram seguindo a luz
Para visitar Jesus
O rei que tinha nascido.
22
Os três Reis Magos levaram
Presentes para ofertar
A grande estrela guiava
Melchior e Baltazar,
E Gaspar ia também
Pra cidade de Belém
O novo rei adorar.
23
Quando o rei Herodes soube
Que nasceu o rei menino
Ficou bastante zangado
Cometendo desatino
Aos Magos pediu favor
Caso vissem o Salvador
Lhe revelasse o destino.
24
Os Reis Magos prosseguiram
Cada um com seu presente
Era Ouro, incenso e mirra
Para o pequeno inocente
Que logo foi adorado
E também presenteado
Pelos reis do oriente
25
Os Reis seguiram viagem
Logo após a adoração
Pararam para dormir
Num sonho a revelação
Um anjo veio avisar:
Herodes quer é matar
Jesus, rei da salvação.
26
Os três Reis Magos pegaram
Na volta um novo curso
Pra não cruzar com Herodes
Fazendo o mesmo percurso
Acharam os três por bem
Desviar Jerusalém
Só tinham esse recurso.
27
José também teve um sonho
Sonho pior não teria
Um anjo lhe avisou
Para fugir com Maria
Deixar depressa o abrigo
Jesus corria perigo
Se foram na correria.
28
Partiram para o Egito
Como o anjo aconselhou
A fuga foi cansativa
Mas a família chegou
Sã e salva a seu destino
Salvaram Jesus menino
Do rei que louco ficou.
29
Quando Herodes descobriu
Que tinha sido enganado
Ficou com ódio dos Magos
E completamente irado
Com medo do novo rei
Não respeitou sua grei
Estava desatinado.
30
Para não perder o trono
Diante dos desenganos
Ordenou os seus soldados
Que executassem seus planos
E começou a matança
Que era assassinar criança
E com menos de dois anos.
31
Quem não amava Herodes
Passou mesmo a odiar.
E no Egito a família
Sagrada pode escapar
Munidos de muita fé
Voltaram pra Nazaré
Para viver em seu lar.
32
Foi um anjo que avisou
Que José já poderia
Voltar para Nazaré
Pois perigo não corria
Herodes tinha morrido
Ele voltou comovido
Com Jesus e com Maria.
Fim
*
Cordel de Dalinha Catunda

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

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