MINHA CANÇÃO DO EXÍLIO
Por: Dalinha Catunda
Minha terra é Ipueiras,
Onde corre o Jatobá.
Fica ao pé da Ibiapaba,
Ao norte do Ceará.
Nossa gente tem histórias,
Gostosas de se escutar.
Não permita Deus que acabem,
Com as tradições do lugar.
Lendas de bala e botijas,
Ouvi os antigos contar.
História de Iara, mãe-d'água,
Feliz ainda hei de escutar.
Minha terra tem palmeiras,
Das lendas de Alencar.
É a nossa carnaubeira,
carnaíba, carandá.
No farfalhar do seu leque,
Ouvi o vento cantar.
Tomara Deus que eu não fique,
Ausente sempre de lá.
Ao sopro de um Aracati,
Desejo me refrescar.
E ouvir cantar a graúna,
Ao invés de um sabiá.
Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa e escritora nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, ela vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens.
2 Comentários:
De volta para encantar-me com este cheirinho delicioso de mato, e ler encantada os seus textos.
Dalinha, tenho especial predileção por estes versos. Eles retratam com grande fidelidade a nossa figura de migrante. Parabéns.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial