BREVE NOTÍCIA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS E SEU MANEJO
Autor: Jean Kleber A. Mattos, Eng. Agr.
Encontram-se plantas medicinais e aromáticas nativas, cultivadas e ruderais. As nativas são chamadas de autóctones. São originárias de determinada região do planeta e ali permanecem. As cultivadas são espécies domesticadas que podem, por intercâmbio, espalharem-se no planeta progredindo em regiões favoráveis a seu desenvolvimento.
As ruderais acompanham o homem ele queira ou não. Também são conhecidas como invasoras. Geralmente são introduzidas de outras regiões e possuem mecanismos especiais de disseminação tais como a zoocoria, a anemocoria e a hidrocoria (respectivamente a disseminação das sementes por animais, vento e cursos d´agua).
No grupo das nativas domesticáveis encontram-se a aroeira, o barbatimão, a sucupira, a fava d´anta (estas no Cerrado), a fáfia, a baleeira, o pau rosa, o aperta-ruão, o urucum entre outras de outras regiões do Brasil.
No grupo das ruderais ou invasoras encontram-se a vinca, o picão, o mentrasto, o espinho de cigano, o tipi e uma grande quantidade de outras espécies.
No grupo das cultivadas destacam-se as introduzidas, principalmente do Mediterrâneo e da África, tais como as mentas, as alfavacas, as manjeronas, as sálvias, os boldos herbáceos, o gengibre, entre tantas.
As plantas nativas apresentam via de regra algumas dificuldades à domesticação, tais como o crescimento lento após a germinação da semente que pode apresentar dormência, e a ausência de enraizamento de estacas, certamente em virtude do conteúdo em tanino de seus tecidos.
A exploração de plantas nativas tem historicamente sido baseada na simples coleta. Se a necessidade de material é muita, torna-se importante mapear as áreas silvestres para conhecer as comunidades vegetais e saber onde se aglomera determinada espécie, como é o caso do Ginseng Brasileiro (Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen – Amaranthaceae) no delta do Rio Paraná.
A coleta intensiva pode, contudo, levar à extinção da espécie, como foi o caso da Canela-Sassafrás (Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer - Lauraceae) em Santa Catarina, fonte de safrol. Também do Pau Rosa, Aniba rosaeodora var amazonica Ducke syn Aniba Duckei Kostermans - Lauraceae) para obtenção do perfume Chanel no. 5. Hoje em dia já existe tecnologia para a produção de Pau Rosa em grandes viveiros, e a Canela Sassafrás pode ser substituída pela Pimenta Longa (Piper hispidinervium C. DC- Piperaceae), planta facilmente domesticável. Hyptis carpinifolia Benth. é outro exemplo de planta nativa da região dos Cerrados facilmente domesticável.
Se a coleta se concentra nos frutos, como é o caso da Fava d´anta (Dimorphandra mollis, Benth- Fabaceae), menos mal, pois a planta é preservada e dará outras safras. O barbatimão, Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville - Fabaceae, já não tem tanta sorte, pois o produto procurado é a casca do tronco estando a planta sujeita à destruição por coleta predatória.
As plantas invasoras podem obviamente ser domesticadas e, não raro, multiplicam-se por estaquia o que nos permite contornar problemas de dormência de sementes.
Quando se consegue domesticar uma planta nativa ela certamente estará a salvo da coleta predatória, passando a integrar o elenco das cultivadas.
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Razanga v12
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