Louvação
a André Breton
(A
Mentira das Aparências Sensoriais)
Por
José
Costa Matos
A flor, o mar, o rosto de meu filho,
pão na mesa, o retrato de meu pai,
o circo, a vaca a olhar o pé de milho,
o azul da serra, a névoa que se esvai;
a igreja, o sino, o padre, o mapa, o trilho
sob a pedra que finge, mas não cai;
a pupila estrangeira do andarilho,
a carta sem razão que já não vai;
judas, a queima, a Festa de Aleluia,
meus banhos de menino, a grota, a cuia,
bênçãos brancas da preta Juliana ...
Nada disso, em verdade, eu vi no mundo!
Faltou-me a luz e aquele olhar profundo,
mais forte que a ilusão da raça humana!
***
Na foto, do acervo do filho Carlito Matos, o poeta Costa Matos almoça com seus familiares.
Este poema foi musicado por Carlito Matos, engenheiro, compositor e cantor.
Este poema foi musicado por Carlito Matos, engenheiro, compositor e cantor.
José Costa Matos nasceu no dia 29 de outubro de 1927, em Ipueiras. Formado em Letras Anglo-Germânicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ensinou em diversas instituições de ensino em Fortaleza e no Interior, além de ser funcionário público do Tesouro Nacional. Também fundou em sua cidade natal a Escola Normal Rural e o Colégio Otacílio Mota. Era casado com dona Maria Alderi Moreira Matos. Quando faleceu em 2009 deixou quatro filhos e sete netos.
Autor de vários livros de prosa e poesia, em que o sertão se configurava como paisagem principal, ele ocupava a cadeira número 29 da Academia Cearense de Letras (ACL). Ganhador de diversos prêmios no Ceará e em outros estados, também era sócio honorário da Academia Fortalezense de Letras. Costa Matos ocupava o cargo de 1º vice-presidente da Academia Cearense de Letras na gestão de Pedro Henrique Saraiva Leão.
Maravilha, meu primo. O nosso Poeta está feliz.
ResponderExcluirCom certeza. Grande abraço, primo Carlito !
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