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6.5.14

A MINHA MÃE


Por
Dalinha Catunda

*
Minha mãe estou distante,
Mas em mim nada mudou.
Conservo em meu coração
Lembranças do que passou.
Do lado esquerdo do peito
Guardo carinho e respeito
Que você, mãe, conquistou
*
Lembro-me com saudades
Daquele bom tempo antigo.
Menina astuta e levada
Você brigando comigo.
Quantas surras eu levava,
E novamente aprontava
Pois não temia castigo.
*
É que no fundo eu sabia,
Tinha sua proteção.
Os castigos e as surras
Vinham como correção
Em cima desta menina
Que mesmo sendo traquina,
Tinha um bom coração.
*
Saudades eu sinto muitas,
Ás vezes fico perdida.
Tentando em vão imitar
Sabor de sua comida.
E daquela comidinha...
Nunca mais sua Dalinha
Vai esquecer nessa vida.
*
Você passou dos noventa
Porém briga pela vida.
Seus ombros estão arreados,
Anda um bocado esquecida,
Mas faz seus versos e canta,
E por tudo isso me encanta,
Minha velhinha querida.
*
Hoje também eu sou mãe,
E quantas obrigações...
Somente agora eu entendo
As suas preocupações.
Pelos filhos que pari
Já chorei também sorri
Em tempos de emoções.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda.


Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

2 comentários:

  1. SHOW ! COMO SEMPRE...BEIJO.

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  2. Jean, obrigada pela postagem, meu abraço para Heloísa e todas as mães que nos acompanham.

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