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17.8.13

Poema de Quintino Cunha sobre o Encontro das Águas na Amazônia

Por     Quintino Cunha
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"Vê bem, Maria aqui se  cruzam: este
É o Rio Negro, aquele é o Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
como a saudade com as recordações.
.....
Se estes dois rios fôssemos, Maria,
Todas as vezes que nos encontramos,
Que Amazonas de amor não sairia,
De mim, de ti, de nós que nos amamos."


Foto do encontro das águas : Facebook Save The Amazonas


José Quintino da Cunha. Poeta boêmio, viveu sempre em dificuldades financeiras e passou por vários casamentos. Assíduo freqüentador das rodas de bate-papo na Praça do Ferreira, no Passeio Público, nos antigos cafés Java, Art nouveau, Glória e Riche, declamava versos e discutia sobre arte, literatura e política. Advogado, aceitava os casos mais difíceis de defesa e mesmo assim, conseguia sucesso. Pertenceu a Academia Cearense de Letras onde ocupou a cadeira número 29  e, na política, foi Deputado Estadual (1913-1914), ocasião em que defendia fervorosamente a melhoria da instrução do povo e onde lutou contra a extinção da Faculdade de Direito, então cogitada na Assembléia. Gênio do improviso, mestre inconteste da ironia cáustica, irreverente, corajosa, do melhor humorismo artístico e existencial cearense, faleceu em sua casa, na Av. Visconde do Rio Branco, 3312.

Fonte do currículo:  site www.enciclopedianordeste.com.br

Foto do poeta: site www.academia-alace.com.br

3 comentários:

  1. Belo poema deste cearense irreverente mas de uma sensibilidade ímpar. Parabéns Jean Kleber, por resgatar em seu blog estes grandes poetas e cidadãos cearenses. Depois desta postagem, me deu vontade de pesquisar mais sobre os poetas cearenses da época de nossos pais.
    Forte abraço,
    Tereza Mourão

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  2. Obrigado Tereza!
    Realmente é um grande prazer enaltecer este brilhante poeta cearense!

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  3. Anônimo23.6.24

    Na verdade foram 3 casamentos, os dois primeiros as esposas faleceram. A primeira quando ele estava no Amazonas ( se não me engano de Malária) o que o fazia dizer que o Amazonas era a sepultura verde dos seus sonhos, a segunda ( minha avó paterna) era filha de um italiano maestro e aqui fabricante de alambiques de cobre, morreu aos 23 anos de eclampsia e a terceira D Teresa de Araujo Cunha ficou viúva. Quando li senti uma conotação de que como boêmio, era mulherengo e fiquei incomodada, por essa razão, o comentário ( Edda Cunha - neta )

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