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10.3.13

SUA AUTORIDADE O FLANELINHA



Por 
Bérgson Frota


Manhã, dia chuvoso. Estou no torturante trânsito de Fortaleza.
 O tempo passa lento.
 No sinal parado um rapaz oferece para limpar o para-brisa, recuso, ele o faz mesmo assim. Alivio-me pelo sinal abrir, impedindo a finalização  do “trabalho” não autorizado.
 Um ribombar de trovões. Mais chuva, penso.
 O trânsito caminha lento e parece não melhorar.
 Escuto o último cd do Roberto.
 Na frente um grande barulho de buzinas. Uma batida de veículos. Desvio a rua à procura de uma avenida, já estou chegando às 07:30.
Finalmente meu destino, um flanelinha se apresenta facilitando o estacionamento. A chuva é fina agora, mas constante.
Negocio com àquela pequena autoridade.
Diz cuidar do meu carro. Regateio um preço menor, ele recusa, fala que a vaga e o serviço tem um preço maior, fixo um valor menor que o pedido, estou com pressa, por fim ele contrafeito aceita.
Pagamento adiantado “dotô”.
Às horas voam, volto para o veículo. Fim de tarde.
Um risco a parecer feito de tampa de cerveja ou refrigerante marca os dois lados da lataria do carro.
Lamento com raiva e tristeza.
Na volta para casa penso que teria sido pior, quem sabe pneus furados, ou mesmo uma janela quebrada seguido de roubo.
             
O erro não repito, prometo a mim mesmo, nunca regatear com um flanelinha, afinal ele mostrou de forma clara o poder de “sua autoridade”. 
                                                                                                       
  Foto do site: www.mundodigital.unesp.br
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.   
                         

3 comentários:

  1. Bem na mosca, professor.

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  2. Anônimo10.3.13

    Alo jean Bergson.
    Nao ha como negociar com essa turma.
    Em cada parada desça com um 38, dispare tres olu quatro tiros, na cabeça, se possivel, e va tomar um cafezinho na esquina.
    P.S.: Nao esqueça de recarregar o revolver para a proxima parada.
    Detalhe: Nunca ande com um revolver só. Ande com dois ou tres. Se possivel uma submetralhadora.
    Outro P.S.: Nunca saia de casa sem um colete a prova de balhas (dos bons)
    Sds

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  3. Everardo Mourão10.3.13

    Professor, pagamos essa gente, tal qual pagamos também os "motoqueiros guardas noturnos", que patrulham as nossas residencias à noite, não para efetivamente fazerem o que se propõem mas sim para não fazerem o que fizeram com seu carro ou peor. Não discuto preço, quando chego digo sempre...pago o dobro se disser qual é o meu carro...geralmente não sabem, ai fica sem moral para exigir...não é mesmo ? grande abraço, conterraneo. Everardo Mourão

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