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15.12.08

BIOGRAFIA DE EZECHIAS PAULO HERINGER

Por
Equipe do Jardim Botânico de Brasília
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Heringeriana: a revista científica do Jardim Botânico de Brasília
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A Assessoria de Comunicação Social do JBB anuncia para a próxima sexta-feira, 19 de dezembro de 2008, às 19 horas, o lançamento da Revista científica Heringeriana (foto abaixo), do Jardim Botânico de Brasília. A Heringeriana (o nome faz homenagem ao cientista botânico Ezechias Heringer, biografia em anexo) é uma iniciativa de conservação que desafia os padrões de publicações científicas em unidades de conservação, uma vez que recebe colaborações que versam sobre educação ambiental e pesquisa de um modo geral. A publicação tem 82 páginas, 6 artigos, uma comunicação e, no editorial, um tributo a Ezechias Paulo Heringer. Projeto arrojado e atual, esta publicação obedece a revisões diversas, entre elas às normas para edições científicas.
Informações
Coordenadora da edição, Maria Angélica Quemel: (61) 3366 3831 – (61) 9976 3292
Diretor do Jardim Botânico de Brasília, Jeanitto Gentilini: (61) 99703262
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Biografia de Ezechias Paulo Heringer
Ezechias Paulo Heringer nasceu em Manhuaçu – MG em 5 de abril de 1905. Graduou-se em 1938 pela Escola Superior de Agricultura de Lavras/MG , como Engenheiro Agrônomo. No ano seguinte recebeu o título na área de Silvicultura no Rollins College, Flórida, USA. Foi professor de Botânica Agrícola na Escola Superior de Lavras de 1934 a 1940. Heringer veio para Brasília no ano de 1960, a convite do Presidente Juscelino Kubitschek. Foi pioneiro no estudo do cerrado e suas orquídeas. A região onde fica o parque foi uma das áreas que Ezechias Heringer mais estudou. O ambientalista ficou encantado com a variedade de espécies de orquídeas no local.
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Veio para Brasília no início de 1960 a convite do presidente Juscelino Kubitschek. Foi pioneiro no estudo do cerrado e suas orquídeas. Engenheiro Agrônomo por formação, já cuidava, em Minas Gerais, da Estação Florestal de Paraopeba. Recebeu também a medalha Dom Pedro pelo Governo Federal. Era funcionário do Ministério da Agricultura e, em apenas um ano, conseguiu seu primeiro feito ambiental na nova capital. Foi o executor do primeiro convênio florestal entre o Ministério da Agricultura e a Novacap, propondo a criação do Parque Nacional de Brasília, já com os 28 mil hectares atuais. Em 1962, junto com o zoólogo João Moogen, trabalhou na implantação do Parque Zoobotânico de Brasília.
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De 1963 a 1977, atuou como professor e diretor da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília (UnB), sendo fundador do Curso de Agronomia. Por esta instituição foi agraciado com o título de Professor Emérito. Em 1964 doou seu herbário particular para a UnB. Recebeu também a medalha Dom Pedro pelo Governo Federal. Era o início de uma carreira como ambientalista apaixonado pelo Cerrado, coletando folhas flores e frutos para identifica-los. Esse trabalho de coletor também rendeu grande destaque ao agrônomo. Por conta disso, acabou descobrindo e descrevendo nove espécies novas do Cerrado e teve seu nome dado, como homenagem, a 35 novas espécies, que ele enviou para amigos descreverem. Ainda hoje permanece como um dos principais coletores com material na universidade.
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Quando Heringer chegou a Brasília ainda havia muito Cerrado intocado. Aproveitando essa oportunidade, ele andou pelo mato como poucos se dispuseram a fazer. Seu trabalho abriu caminho para pesquisas no Cerrado e serviu como ponto de partida para muitos outros estudos. A coleta é o ponto inicial dos projetos científicos em Botânica pelo acúmulo de informações nos herbários. Por esta instituição, foi agraciado com o título de Professor Emérito. Além do Parque Nacional de Brasília, criou a Reserva Biológica de Águas Emendadas, a Estação Experimental de Agricultura Cabeça de Veado e o Parque Municipal do Gama.
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Se forem somadas as áreas do Parque Nacional, Estação Ecológica de Águas Emendadas, APA Gama-Cabeça de Veado (JBB, IBGE, FAL), o resultado é superior a 50 mil hectares de áreas protegidas. Curiosamente, Heringer chegou a comprar uma briga internacional. A embaixada da então União Soviética em Brasília havia recebido, como doação para implantação de área de lazer, o espaço onde hoje em dia está situada a Estação Experimental de Biologia da UnB (no final da L2 Norte).
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Foto de Ezechias Paulo Heringer e da revista Heringeriana: site jardimbotanico.df.gov.br

7 comentários:

  1. Me orgulho de ter sido aluno desse grande cientista/ecologista. Urivaldo

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  2. Parabens. Orgulho dr ezequias Paulo Heringer. Grande estudioso /agronomo.
    Obrigado pela convivencia junto com d. jude...Obrigado...

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  3. Paulo Roberto Reis do Nascimento26.3.23

    Parabéns. Muito feliz por ter conhecido este professor, eminente. Conheci atravéz de seu filho que tinha o mesmo nome e apelido de Xará. Dona " Jude" também que hoje da nome em orquidário em Brasília, sua Genitora..1962. Respeito a está família. Nesta época conheci outro irmão mais velho e duas irmãs.
    Abraços

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  4. Trabalhei com ele, como guarda florestal na Água Mineral, depois Parque Nacional de Brasília. Acompanhei-o nas coletas botânicas pelo cerrado. Seu orquidário, cheio de espécies coletadas no cerrado, foi dilapidado. Tenho profunda admiração pelo seu trabalho.
    Aylê-Salassié Filgueiras Quintão. .

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  5. Sim, desculpem. Escrevi vários artigos sobre ele e o seu trabalho, entre os quais está "As Heringuerianas" - espécies nomeados por ele e batizadas em nome dele pelos naturalistas seus contemporâneos.

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