QUESTÃO DE GOSTO
Dalinha Catunda
Ipueiras para mim, sempre teve um sabor especial. Revivo nas lembranças do presente o doce gosto do passado. Muitas vezes incomodo os menos saudosos com minha cantilena, porém, conto com uma boa parcela de adoradores do passado que se enlevam com meus saudosos suspiros. Minha intenção não é apenas remoer tristezas, meu prazer maior é desenterrar e espalhar alegrias.
Na esquina do Simão se tomava oricuri, na esquina do Guarani chupávamos o picolé de dona Joaninha. O de abacate era saborosíssimo, ficou na História. A bodega do Nicácio era o "point" dos estudantes do colégio Otacílio Mota que faziam fila para merendar pão recheado com doce de leite. Era a merenda da hora.
Ah!!! E as palmas do Olegário? A criançada vivia de boca branca de tanto comer palma, mas não bastava ser palma, tinha que ser do Olegário. No "bulim" (biscoitos feitos com goma), as mãos mágicas eram de dona Etelvina, mãe da professora Alice Paiva. Os biscoitos feitos por ela desmanchavam-se na boca.
Tínhamos ainda, dona Neném do Genáro especialista em pirulitos, aqueles... vendidos em tábuas, aos gritos dos meninos. Recordo-me das chupetinhas feitas com o mesmo material do pirulito, porém não sei quem as fazia.Fica aí uma pergunta no ar.
Um sabor que ficou impregnado em mim, foi o do buriti. Sempre que chego em Ipueiras procuro a pamonha de buriti, para fazer doce ou a sembereba, que é um suco engrossado com farinha. Só que depois de tomado, bate um sono... A bolacha fogosa, não foi uma de minhas preferidas, mas sei que fez a alegria de muitos. Farinha de pipoca! Comi muito. Mas, outro dia fui tentar e me entalei. Com certeza perdi a prática.Vou sempre afirmar que, Ipueiras tem um sabor especial, mas lógico, que é questão de gosto.
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Foto doce de buriti: sites.uai.com.br/.../lontra_docedeburiti.htm
Demais fotos: próprias deste blog
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5 Comentários:
Um relato de dar água na boca. Praticamente todas essas iguarias encontram-se nos dias de hoje na feira dos sábados em Ipueiras. As vezes temos a impressão de que o tempo parou. Claro, o tempo seguiu mas o sabor nos faz sintonizar nossa história.
Dalinha seus trabalhos são de cair o queijo, você se entrega no que narra, vejo na primeira foto o antigo mercado da farinha já demolido, se errado me corrija,mas voltando ao seu trabalho, as coisas gostosas lá são de dar água na boca,principalmente o clima onde se compra, a simplicidade das pessoas e a alegria com que vendem seus produtos. Esta é Ipueiras, sempre a nos trazer lembranças e despertar sabores. Bérgson Frota
Queria agradecer a Jean Kleber e Bérrgson por viajarem sempre comigo, nasse trem de Ipueiras.
Bérgson,
Esse galpão é o atual. lá se vende: farinha, feijão, milho, rapadura, tijolim, alfenim, batida palmas, entre outras coisas.
Jean Kleber, obrigada por decorar minha crônica, com gravuras típicas e saborosas e por enriquecer meu trabalho com a presença de: Eloisa, Vanessa e Ivanzinho.
Boa tarde,
Vivo à procura da receita de palmas. Pesquisando pela internet achei seu blog. Você teria alguma?
Obrigada e parabéns por escrever tão lindamente!
Olá, gostaria tanto de conseguir a receita de palma! Amei o seu texto.bjs.
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