Era uma noite brilhante.
As ruas iluminadas.
As crianças sorrindo com presentes, as
praças e lojas com árvores de natal piscantes.
As pessoas apressadas e alegres a levar
montes de compras.
Os carros rápidos a correr nas pistas
outros parados a esperar o sinal abrir, mas também com a mesma gana da pressa.
E músicas tocando sem parar as sempre
belas melodias natalinas.
Naquela noite todos se confraternizavam, o
espírito natalino era contagiante.
Eu caminhava pelas ruas alheio, como se
drogado por preocupações maiores.
Nada tinha, voltava para casa, e lá
ficaria a nutrir a esperança de dias melhores.
Desci a rua, que estava toda iluminada.
E percebi em minha casa um movimento
maior. Tudo diferente.
Lá todos sorriam, mesa farta, casa cheia
de gente.
Estranhei, estava desempregado. Não tinha
dinheiro nem presentes para ninguém.
A esposa aproximou-se, e desejou-me um
Feliz Natal.
A vizinhança e parentes haviam contribuído
para àquela celebração, trouxeram árvore, presentes e a proposta para mim de um
bom emprego.
Perguntei-me se aquilo era real.
Por que meu Deus ?
Desconhecedor do real significado da data,
não entendia o estranho sentimento que me tomava.
A verdade era que até àquele dia, eu não
sabia o que era verdadeiramente o Natal.